#AFORISMO 257/EXUBERÂNCIA DO SER LIBERTADOR** - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Ana Júlia Machado e Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
O ser libertador
O indivíduo porfia no que andará pelo Espaço
No seu rumo fulgura e exorciza
De justificação ocorrida e não redigido,
Feito do fortuitamente entre o inacabado frutífero
Pois tudo que cunha e que desabrocha
É embrião em prenhez de índole ou Númen
Vida noturna de Fase e xis que recresce,
Personificação do imo alheio e empobrecido...
Incriado dissimula nas tenebrosidades a veracidade
Da possança e brilho ao sulco arado fecundante...
Que espermatiza e abre, sem jactância!
Refulge ao resplendor a floresta e a meditação,
À obscuridade as estrelas áureas e a deslocação,
A exuberância do ser libertador.
O ser verbo de sonhos literaliza a angústia das imperfeições, o vazio
dos limites. A essência verbal da carne #aprés#-entifica o vácuo das
melancolias, versejando o nada das esperanças, vers-ificando a nonada das utopias,
a sétima lâmina dos desejos corta simples em sublimes fatias as buscas do
absoluto, das in-vestigações tece espectros puros de outras visões em leves
perspectivas, querenças das travessias do não-ser ao nada.
Sentindo-me distante, deixe-me vagar pelo deserto, onde não há rumo,
destino - exuberância do ser libertador, deixe-me o desvario como an-estesia
das sombras que me circundam. Sentindo-me disperso, deixe-me cantando a canção
onírica das quimeras, no canto quieto, inquietas as sensações dos questionamentos
sem respostas, perguntas des-conexas, sem sensos e lógicas, sou vazio de id,
ego, superego, feito fortuitamente do inacabado frutífero, sou o branco das
páginas sem linhas para escrever, sou o "ec" sem
"sistência", porfio no que andará pelo espaço, pervago solene pelas
nuvens azuis, pelo branco horizonte do infinito, mísero, à míngua, encontro
abrigo e poucochito alento neste instante-limite. Deixe-me distante, deixe-me
disperso - quiça as ad-versidades do absoluto e pleno sejam a tese, antítese, síntese
do nada re-verso na imagem projetada no espelho dos rebos rijos, dos etéreos
diamantes que trans-literalizam as insolências do inferno, divinas comédias da
poesia sem poiésis, tudo que cunha e que des-abrocha é embrião em prenhez de
índole ou Númen, a arte pura da des-fantasia, a metalinguística inócua das
trevas do caminho, o "it" das águas vivas que jorra da fonte a vereda
por seguirem.
Isso mesmo... Deixe-me distante, deixe-me disperso. Não há o
aqui-e-agora, não há o limite, há apenas morfemas e palavras no regaço de
minh´alma sem linguísticas, tudo o que faço lembra-me o vazio do caos,
lembra-me o vácuo do abismo, o etéreo das grutas e cavernas. Não sou poema, não
sou prosa, não sou lírica de música, não sou instrumental de sons, sou o nada antes
de quaisquer nadas.
Você que não me entende, compreende, não perde por esperar a floresta e
a meditação refulgindo ao esplendor, o incólume do ocaso seivando o crepúsculo
pálido da Verdade Absoluta. Pervago, vagueio, perambulo, deambulo, não corro perigo,
não estou exposto a riscos, mistérios não há, não ad-virão enigmas, a verdade
não alimenta os sonhos, o absoluto não é fidúcia do eterno, não é felícia do
imortal.
(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE OUTUBRO DE 2017)
Comentários
Postar um comentário