#AFORISMO 250/O TEMPO CRIA A VIDA E A VIDA CRIA O TEMPO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Co-tangentes tangências gerundiadas de sonhos de poetizarem o in-audito, senos tangenciados de idílios ao tempo ou ao vento, co-senos in-fin-itivados de dimensões abismáticas criam pers-pectivas e estratégias de a razão não oprimir o que há para se abster, criam introspecção cujo objeto é sentir com o sensível o vento fluindo, volátil sempre, volúveis as sensações que perpassam os eidos de desejos e vontades...


Sonhar...
Sonhar...
Sonhar o invisível da verdade, o visível das coisas inter-ditas. Sentir com a inspiração e linces da intuição.


Verbo-poema da leveza aos sofrimentos e dores que são néctares contingenciais para as buscas e encontros, sonhos e decepções dos desejos e vontades. Tempo cria raízes de ervas saudáveis ou não,
tempo cria fontes de águas límpidas ou não jorrando livres.


Sonho?
O tempo cria a vida e a vida cria o tempo.
Jornada das volúpias. Se ao lince do olhar do tempo ao vento, o vazio que nele habita, sendo re-presentado por estrelinhas miúdas, re-colhe e a-colhe aquis-e-agoras, outroras, levando-lhes na algibeira dos sibilos entre montanhas e abismos do vale, o vir-a-ser se re-vela nas antípodas do contínuo, é continuamente que segue a sua jornada. O vento leva o tempo no seu espírito, cria-se, re-cria-se, inventa-se outro, tempo de "ismos" a esmos, tempo de desejar outros ritmos e sons dos sibilos, silêncios, tempo do verbo de sonhar.


Tal na história que passa, perpassa, desliza neste de trevas e vazio século famoso, o engenho pernóstico, que formosura!, sabe iludir a néscia populaça, o viscoso povicho; não busca a má canção pretérita; a moderna in-solência, prepotência não encanta o ouvido, fascina a consciência!
Vede; con-templai; observai, reparai o aspecto vistoso, o olhar seguro, altivo e penetrante, e certo ar arrogante que impõe com aparências de assombroso; não vacila, não tomba, caminha sobre a corda firme e alerta: tem consigo a maromba e o aplauso é efetivo.


Tangentes perspectivas de travessias, co-tangentes estratégias de passagem nas pontes partidas, poiética poiésis da po-emática poesia do Verbo-poema da leveza dos sentimentos oníricos da paisagem dos mistérios e enigmas da alma, dos ideais do jogo da mente, jogo das dialéticas e contradições, nonsenses e absurdos, em traçar alamedas e terrenos baldios para a ponte partida não ser mais obstáculo para alcançar o outro lado, seguir a caminhada, ouço o sibilo agudo do vento na passagem por entre as árvores da floresta...


Deixo-me livre, solto, leve,
ao alvorecer límpido, transparente,
cogitações de significados, sentidos
travessias - passo a passo conquistas,
passo a passo glórias, passo a passo júbilos,
inda que in-verdades às sombras
Do vir-a-ser da morte.


Nada de alma no terreno de vazio, nos becos sem saídas do abismo entre o tempo e o vento. Nada de baldio entre os éritos e o vir-a-ser, há-de ser, porvir do nada que posterga os finitos do ser em nome do ente que se prolonga nos campos líricos e destituídos, desprovidos de sementes, húmus para a eidética poiética da poiésis do pleno que con-templa a plen-itude do nada.


(**RIO DE JANEIRO**, 10 DE OUTUBRO DE 2017)


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