EXUBERÂNCIA DO SER LIBERTADOR** - Ana Júlia Machado e Manoel Ferreira.
O
ser libertador
O
indivíduo porfia no que andará pelo Espaço
No
seu rumo fulgura e exorciza
De
justificação ocorrida e não redigido,
Feito
do fortuitamente entre o inacabado frutífero
Pois
tudo que cunha e que desabrocha
É
embrião em prenhez de índole ou Númen
Vida
noturna de Fase e xis que recresce,
Personificação
do imo alheio e empobrecido...
Incriado
dissimula nas tenebrosidades a veracidade
Da
possança e brilho ao sulco arado fecundante...
Que
espermatiza e abre, sem jactância!
Refulge
ao resplendor a floresta e a meditação,
À
obscuridade as estrelas áureas e a deslocação,
A
exuberância do ser libertador.
O
ser verbo de sonhos literaliza a angústia das imperfeições, o vazio dos
limites, trans-literaliza os atos falhos e incapacidades. A essência verbal da
carne presentifica o vácuo das melancolias, a gruta de estalactites das
nostalgias, a cisterna de água fresca e limpida das saudades, vers-ejando o
nada das esperanças, vers-ificando a nonada das utopias, a travessia das
"querenças", a sétima lâmina dos desejos corta simples em sublimes
fatias as buscas do absoluto, os volos da verdade.
Sentindo-me
distante, deixe-me vagar pelo deserto, onde não há rumo, destino - exuberância
do ser libertador. Sentindo-me disperso, deixe-me cantando a canção onírica das
quimeras, no canto quieto, inquietas as sensações dos questionamentos sem
respostas, perguntas des-conexas, sem sensos e lógicas, sou vazio de id, ego,
superego, feito fortuitamente do inacabado frutífero, sou o branco das páginas
sem linhas para escrever, sou o "ec" sem "sistência",
porfio no que andará pelo espaço, pervago solene pelas nuvens azuis, pelo branco
horizonte do infinito. Deixe-me distante, deixe-me disperso - quiça as
ad-versidades do absoluto e pleno sejam a tese, antítese, síntese do nada
re-verso na imagem projetada no espelho dos rebos rijos, dos etéreos diamantes
que trans-literalizam as insolências do inferno, divinas comédias da poesia sem
poiésis, da prosa sem eidética, tudo que cunha e que desabrocha é embrião em
prenhez de índole ou Númen, a arte pura da des-fantasia, a metalinguística
inócua das trevas do caminho, o "it" das águas vivas que jorra da
fonte a vereda por seguirem.
Isso
mesmo... Deixe-me distante, deixe-me disperso. Não há o aqui-e-agora, não há o
limite, há apenas morfemas e palavras no regaço de minh´alma sem linguísticas,
tudo o que faço lembra-me o vazio do caos, lembra-me o vácuo do abismo. Não sou
poema, não sou prosa, não sou lírica de música, não sou instrumental de sons,
sou o nada antes de quaisquer nadas.
Você
que não me entende, compreende, não perde por esperar a floresta e a meditação
refulgindo ao esplendor, o incólume do ocaso seivando o crepúsculo pálido da
Verdade Absoluta. Pervago, vagueio, perambulo, deambulo, não corro perigo, não
estou exposto a riscos, mistérios não há, não ad-virão enigmas, a verdade não
alimenta os sonhos, o absoluto não é fidúcia do eterno, não é felícia do
imortal.
Ana
Júlia Machado e Manoel Ferreira Neto.
(13
de abril de 2016)
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