**POEMA DESVAIRADO DE DEVANEIOS** - Manoel Ferreira


A-nunciam o espírito, alma,
Os fraques de por baixo dos pés,
O mergulho profundo no silêncio
Que representa con-templar,
a-lumbrar,
vis-lumbrar,
des-lumbrar
a liberdade de
seguir as sendas
da continuidade,
do continuamente,
à busca de outras imagens
do con-tingente, trans-
cendente,
do espírito
que no estilo e linguagem dedica
as dimensões sensíveis
aos sentimentos,
no dito e inter-dito homenageia
a magia esplendorosa,
magnífica,
a esperança da conjugação
dos verbos nos versos do
amor, felicidade, alegria,
paz,
emoções de desejos e sonhos,
a emoção inestimável
do querer,
desejar o conhecimento real,
verdadeiro
de quem sou.



Êxtases fictícios e imaginários,
Volúpias de sorrelfas e fantasias
Solicitam de seus interstícios
Esperanças de ser real e verdade
A querência de conhecimentos,
Valores, princípios,
Mesmo suciedades e “ausência de caráter”,
Não ter leito de flores
No regaço da alma
A in-verdade;
Anuncia-se no horizonte longínquo
A travessia de pontes partidas,
No túmulo diante dos uni-versos
E dos uni-verbos
Na virgin-idade
Das cristian-idades da história
E da Bíblia do AMOR na plen-itude
Das sublim-idades
Do presente,
Céu sem nuvens,
Nú-vens sem princípios de cores
Dos princípios e valores
Eternos
O morrer de todas as desilusões,
Das fraquezas e fracassos,
A vida concebe outras veredas
Para o espetáculo de dança
De todas as alegrias,
Felicidades, prazeres.



Estratégia e artimanha,
Raciocínio evidente, transparente,
Sublinhando as dialéticas da vida e morte,
Poiésis do verbo e dos versos,
Experiências e vivências em busca do ser,
Espiritualidade,
Amor, solidariedade,
Paz,
Compassividade,
Caminhos a serem trilhados,
Percorridos,
Para o encontro com a vida
Que habita a morte.



Representações que o verbo anuncia,
Onde os prazeres e alegrias pelos sonhos-realidade,
Imagens que a poiésis do verso nas imagens distantes do horizonte,
São as chuvas para poder florir
As flores desabrochadas,
Lindas,
De odores sublimes,
Onde criar o outro de morrer,
Onde fantasiar a morte da
Vida transcendendo todas as contingências,
Sendo na continuidade do ser a felicidade sentida
Na vida de ser morte,
Onde revelar a carne
Da verdade.



Absurdo da finitude,
Alarme do entardecer,
Crepúsculo do fim de um tempo,
Princípio de outro no alem,
É aí que tem a raiz,
A razão de ser;
Subjaz na origem
A consciência embaraçada,
No súbito alarme intraduzível,
Inexplicável da relação com a morte,
Busca surpresa que me trava a respiração,
Arrepia-me,
Na iluminação ou aparição
Da morte que mal me afeta,
Se vivo distraído,
No mundo da lua,
Que mal me diz respeito,
Se a intenção é a
Plen-itude de todas as coisas
Que me habitam
Profundo.



Manoel Ferreira Neto.
(16 de abril de 2016)


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