**COMO NUNCA D´ANTES CAIU DA LUA** - Manoel Ferreira


Real entrega
das percuciências e pré-fundidades da alma,
onde habita a verdade plena da vida e ec-sistência,
do estar-no-mundo desejando o SER,
da consciência-estética-ética sonhando
a con-templação do eterno e absoluto,
da verdade,
querendo a sua imagem e perspectivas
voltadas e centradas além de longínquos ideais e sorrelfas,
onde a consciência-estética mergulha,
ilumina com a sua luz de utopias,
com as suas ilusões de re-fazenda
dos longínquos outroras em modernidades presentes,
sem ideologias e interesses os mais escusos,
sim de intuições e percepções do belo e da beleza,
da fin-itude que na continuidade dos feitos e obras
deixa as sementes para no tempo ser a in-fin-itude da eternidade,
imortalidade,
para nos joios dos séculos e milênios
a luz incida em sua plen-itude de re-versas sorrelfas,
in-versos longínquos de aléns da contingência e essência,
“nada de baldio no terreno das almas”,
transcendendo a consumação dos tempos,
“nada de sombrio nos becos das querências espirituais,
sensíveis”,
elevando o que há de contingente
às esperanças de real-ização,
de outros sonhos,
do Uno do Verso,
alfim a verdade é um dever,
é uma dimensão do espírito;



Verbos eivados da verdade dos mistérios,
enigmas,
lendas,
mitos,
e neles a caminhada circunspecta,
ensimesmada e percuciente
no silvestre das plantações de milho,
“so many corns on the brasos”,
seja os raios numinosos da vontade
de con-templação da paz,
da solidariedade, da compaixão,
as estrelas e a lua
que na pavorosa noite do Infinito crepitando,
espalham clarões benditos,
alvoradas róseas, virginais;



Banco de mármore no alpendre,
esgarçadas pelo tempo, enveladas pela poeira
as suas cores cinzas,
desenhos em claro-escuro,
em cinza-brilhante,
de cupido tímido em atirar a sua flecha,
farejando o melhor ar,
verdadeiro ar de paraíso celestial,
ar leve e claro,
brilho de cristal,
ar bom
como nunca dantes caiu da lua
prazer divino
que conquista
ou glória alguma
que lega sentir no mais recôndito
do Ser/Espírito;



Oh in-verno de delicias e prazeres,
con-templações das sensações do corpo,
sentimentos da alma,
mas quando folhas caem
se apresenta o a-núncio de que no tempo,
seguindo os segredos e mistérios da natureza,
outras nascerão,
na primavera não só as folhas nascerão e re-nascerão,
flores de inebriar e extasiar
inebriarão o ar e a natureza
sentimentos de estesia,
de buscas da perene volúpia
do belo, beleza
recenderão de êxtases
da Vida,
continuidade e con-templação
do Espírito
do Amor,
Cáritas,
Da Entrega,
Koinonia
Do Eu e do Outro.



Em profundidades inestimáveis
As continuidades do sonho,
Nos auspícios da montanha,
Nas pré-fundas do abismo,
Em incólumes superficialidades
Os interstícios das utopias
E verbos de sementes...



Elevação do eu,
Do outro, em espírito,
No crepúsculo,
Con-templo o infinito,
Corto o uni-verso
Re-invento as pers das pectivas
De amor, de encontro,
De ser,
O crepúsculo é espontâneo
Pelas qualidades doadas de toda força
Que dispõe
O esplendido
E colossal Uni-verso,
Do horizonte e suas perspectivas
de outonos e invernos,
Des-enrolando a cantiga sonora e sinistra
Da própria versão de um poema,
Da singular tradução de uma estrofe
Ou verso,
Inspirado no crepúsculo,
Con-templando a infinitude
Do SER...



Outrora de cânticos e verbos,
De canções, baladas e letras
Por virem, por serem...



A terra geme, murmura, sussura
Na sede de conhecimento, de sabedoria,
O homem sonha águas em arco-íris,
Tesouros,
Em cada vau de esperança...



Pequenas brisas escondidas nas urnas de areia,
Orquídeas no barroco do casebre,
Rosas no neoclassicismo de casas simples,
Lilases no impressionismo dos arranha-céus,
Samambaias no modernismo
Dos chapadões do sertão,
Reflexo e esperança,
Retalhos de fantasia apenas,
Canto de forte sinfonia, de vasta alegria,
Cânticos de enorme harmonia,
Plena felicidade,
Baladas de sin-cronia
No diá-logo trans-cendental
Das idéias prosaicas,
Dos sentimentos líricos
Das utopias poiéticas,
Comungadas aos sonhos
De versos e estrofes,
Musicalidade,
Ritmo
Dos sonhos de amar
O verbo
Da Fé Sertaneja ...



Luz de candeia
Cria imagens na memória,
No ser:
Sombra de imenso arvoredo
Canta tenras, singelas
Canções de ninar às flores,
Águas em arco-íris,
A inspiração reluzindo,
No céu
Vasto horizonte, pleno infinito
De brilhos resplandecentes,
Estrelas,
Nas montanhas pairam-se
Os ecos desesperados
Da humanidade,
A lua perde um pouco
Do brilho milenar,
Do resplendor secular,
No brilho das estrelas solitárias
Esparramadas, espalhadas pelo céu,
Pelo infinito,
A solidão humana em sua trajetória,
Em busca do encontro do Amor,
Da Paz,
Nas pradarias os murmúrios
De angústia e tristeza
Dos homens,
Há nuvens escuras no céu,
A última estrela
Bale perdida
Na enchente de luz,
As águas fixam-se inertes.



Passado registrado na memória,
Re-fazenda, re-criação,
Re-invenção,
Abrindo as perspectivas das letras,
Poiésis,
Esplendor da felicidade,
Magia de viver,
Sentindo no intimo a presença do desejo
De real-izar o itinerário
Além de longínquos ideais e sorrelfas,
curtindo nos instantes e momentos do tempo
o que se a-nuncia e será húmus e sementes
para outros invernos,
para outros esplendores e magias
nos seus crepúsculos,
nas suas noites de estrelas e luas brilhantes,
nas noites de singela e fina garoa,
Sampa, Sampa,
Sampa de todas as odes,
Tributos, saudações
Do trabalho que dignifica,
Da dignidade que eterniza,
Das artes que divinizam,
nas tardes torrenciais de chuva,
nas madrugadas de friozinho terno e aconchegante,
nas manhãs de sol;



Apocalipse da vida,
Metonímia,
Consumação dos tempos,
Metáfora, pleonasmo,
vibrando na adolescência da vaidade,
silepse,
ressoando na terceira idade do orgulho e da glória,
frutos das conquistas inúmeras e di-versas.



Minha face branca
comovida com traços de vento frio
sacode e impõe minha igualdade,
propõe,
segue e lá vai sussurrando,
cochichando,
murmurando,
monologando sobre de nas
res cogitans do presente
perambularem as razões esquecidas
do passado,
de nas res extensa do passado
deambularem as dúvidas
insofismáveis,
Do ser,
Da ec-sistência...



Infinito do nada,
abismos de ventos e sibilos,
na solidão do eu e do outro
que me habitam
a transcendência da verdade e absoluto,
do espírito e res do amor e cáritas,
a in-verdade das lendas e folk-lores,
a mentira do que acredito se vejo,
do que creio impiamente,
Prisma,
Beleza e realeza
De outras vivências e experiências,
Emoções singelas e puras
Na solidão do eu e do outro
Que me habitam
O infinito do absoluto,
A finitude do efêmero,
O finito do fugaz
na vida que se projeta
além de longínquos ideais e sorrelfas,
além de uni-versais sonhos e utopias.



No céu transfigura
A verdade de querer a vida,
Viver na plenitude da continuidade
De alegria e satisfação,
Através da fé que invade a alma,
Céu distante, longa noite,
Da própria esperança
O vento apaga a lembrança
Do início de vento,
Da ilusão mesma
A in-verdade ilumina
A brisa gélida do inverno,
A garoa de uma manhã
De Sampa tocando de leve
A cabeça,
E a verdade do real
Se mostra e se dispõe
Nas palavras de verbos,
Sonhos,
A brisa leva as quimeras,
A neblina rega as folhas,
Amor de tudo, amor sem ninguém;



Subindo e bailando ao som de uma canção,
a-núncio de sorriso pró-fundo
será raiz do prazer
de con-templar a rosa branca,
desabrochando ao primeiro brilho
da aurora,
seis e quinze da manhã,
sem limites de profundidade
os sentimentos que nascem,
re-fazenda do tempo,
desejos,
vontades, razões,
das idéias que re-nascem
à luz de outras intuições,
a imaginação trans-borda
no re-verso de duas imagens
nítidas, misteriosas,
enigmáticas, transparentes,
das utopias que fazem e criam
do olhar a claridade da alcova,
do observar a sombra do sepulcro,
a escuridão da gaveta
sem chave, sem entrada, sem saída;



Além das notas e ritmos
dos temas e temáticas no letargo Infinito,
a lua enorme,
a lua argêntea,
a lua calma,
nasce o amor,
vivem os desejos de plen-itude, completude,
os interstícios do saber,
os inter-ditos do conhecer,
os além-ditos da sabedoria,
re-nasce o sol em colossos de sonho,
extasiados de ênfases e euforias,
de volúpias e quimeras,
prolongam-se os brilhos das estrelas,
inspirando as verdades e sublimidades da
felicidade nunca dantes sentida,
angústias e tristezas jamais tragadas,
engolidas com tantas ênfases, volúpias,
depressão e desespero não tolerados,
suportados com tantos tesões,
tempo de alçar vôos longos pelo
azul infinito dos céus,
numa metáfora singela, suave,
a rosa desabrocha
na manhã de primavera,
felicidade que transborda
do re-verso em silêncio,
Solidão do finito no Uno
Do Verso,
Continuidade de prazer
No uni-verso
De experiências e vivências outras,
Lá vai a imaginação
De braços dados,
De fantasias, sonhos,
Com a intuição e percepção
Com a chama dos ventos do deserto,
Convite à re-flexão e meditação
Da verdade de quem sou,
Plen-itude do ser de mim,
De mim o verbo da plen-itude,
O verso do sem-fim,
Finitude do sou do meu
Verbo
De amores,
De delícias,
De carícias,
De ternura,
De sublimidade e perenidade,
Da harmonia, sintonia.



Manoel Ferreira Neto.
(18 de abril de 2016)


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