CRÍTICA DA SECRETÁRIA, ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**IN-VERSIDADE DE ÚLTIMOS LÁCIOS**/


IN-VERSIDADE DE ÚLTIMOS LÁCIOS
Manoel Ferreira Neto.



A existência persevera correndo alheia, falsa, estupra, e o autor persistindo naquilo que crê, especialmente nessa reflexão que consiga eleger o seu destino, com suas dúvidas do ser e causa do ser…tudo ou nentes



E insistirá aprovando no domínio das suas opções de molde mais estupro que a existência, e obstando-se a tudo que ele insta em se restituir de salva, verbalizando – bravo, isso.



Não, ele pretende habitar aquilo que pretende morar, é e nessa postura em que ele acha seu espaço no universo.



Se seu contemplar privado for assaz penetrante, sabe que, as condições extrínsecas não serão tão acareadoras, ou pelo menos ecoarão cada vez mais desinteressadas.



As existências do planeta só favorecem para converterem os seres cônscios daquilo que reside no interior



O mundo é extensão e o érebo são os distintos, até que o reflexo ache-se bastante expurgo.



Mas, com certeza, isto não é bagatela do que ele pretendia verbalizar, desponta igualmente para enumerar que igualmente ama e sofre com nostalgias.
Mas, é igualmente opção sua, e cônscia.
Termina seu extenso texto com o seu estilo peculiar e o modo como vê tudo em seu redor……..
No patamar de todas as fés
E de todas as convicções
No absoluto e grandeza de uma
Cultura e destreza que se desabrocham
Aos asterisco e à lua
Do ser,
celestial.



Ana Júlia Machado



**IN-VERSIDADE DE ÚLTIMOS LÁCIOS**



Arauto do invisível avulta pela permanência
O oratório que vibra a fibra adormecida
Na plenitude da aparição, da brev-idade,
Nas origens, limiar de interrogações
Adere os sentimentos nos liames das buscas e projetos,
Concilia as emoções nas eidéticas das desejâncias e volos,
Diá-logo de sementes regadas com a água límpida
De fontes puras e singelas,
Monólogo de águas, nascidas além-montanhas,
Além-sertão, nascidas além-solidões-e-silêncios,
Aquém-chapadões, concebidas aquém-infinitos-universos.



Hinos de fé e esperanças no tempo
- Encarnam a ênfase e as volúpias,
Inundam a alma de outras querências -,
de nosso ser serão pedra angular
de utopias cristãs,
Rogando a plen-itude e sublim-idade
Do eterno “enquanto dure”,
O sensual greta-se com o suave
como para dar melhor acolhida
à nobreza dos sentimentos,
de outros arrebiques do belo em barrocas tardes
de chuva fininha ou de sol incandescente,
de outros confins e arribas a abrirem
lent-amente as nuvens brancas dos desejos.



Letras rugem a estranheza
que faz desse corpo um corpo,
de dentro dessa cela sem grades
que encarnam a ênfase escondida
sob sete chaves,
quando descem das idéias até o ventre
e que se apagam
quando tornam a subir
do ventre para as idéias.



A fome do azul que in-venta o avental,
Tenho poesia e sentimento do mundo,
Tenho versos e visão da vida,
Tenho estrofes nas in-versões da estrutura
Da ÚLTIMA FLOR DA LÁCIO,
Reunir sonhos e in-verdades
Em busca de in-finitas inspirações,
Nos mergulhos profundos de verbos e essências
A sede do verde que cria os olhares ao distante,
Ao longínquo,
O mistério insiste em permanecer in-inteligível
Nas mineir-icências e mineir-alidades,
Os enigmas persistem em não olvidar
As mineir-ices e mineir-idades,
As essências e o ser delas
Não tergi-versem as sendas
Do aqui-e-agora.



O tempo-boi me deixa vazio,
Acontecendo no acontecer
Que me criva de balas,
Retalha a sabres;
Quero pontuar a alma dos pastos
De meu regresso passado,
Quero marcar boi-tempo,
Tenho de criar palavras para, na forma
Circunspecta, en-si-{mesmada},
Estilo e linguagem colocarem versos na prosa,
Prosa nos versos,
Comungarem sentimentos e idéias
Em busca das verdades que me habitam a alma,
Sentimento da “casquinha” de felicidade e alegrias passageiras,
“Antes o nada, depois o cosmos”,
“O artista é a origem da obra e a obra, origem do artista”.



Às avessas da in-finitude,
Semeando a sempre-viva consciência,
Ética e estética das dialéticas da iluminação,
Acompanhada de vivacidade,
De que saciar as fomes e sedes da humanidade
É con-templar o verbo amar,
De que regar as volúpias da essência do pó-ema do ser
É vis-lumbrar, a-lumbrar, des-lumbrar,
Na continuidade das esperanças,
Caminho sinuoso das estrofes,
Na continuidade dos amores.
Na des-continuidade das sensações,
Sentimentos e emoções;



Ao re-verso da imortalidade,
O que aflora da flor na caverna do pó-ema,
No pó da caverna da flor
Que exala o seu perfume etéreo e perpétuo,
Na montanha da prosa escorreita e erudita,
Quando os olhos re-colhem e a-colhem
No sonho o desejo do amor e do bem,
No desejo de encontro com Deus,
Na vontade da Vida inerente
À Paz, Compaixão, Solidariedade?;



Ao in-verso do absoluto,
Esquenta na memória o que surpreende
A in-finitude das expectativas
Do encontro e das experiências,
O perfil das iluminações,
A claridade da transformação,
A visão do rio que faz o curso
Sem sair do leito,
A consciência da origem que rega
Continuamente o desejo de perpetuação,
Sempre revelando verdades inconscientes,
Sempre a-nunciando outras buscas,
Querências
À luz de outras letras, eivadas de mentiras,
Que despertam a luz das verdades,
Isto é literatura,
Isto é o ser em que acredito
Dispus-me a erguer a bandeira
Da morte por ele;



Ao verso de horiz-ontes finitos,
A fadiga do uni-verso faz meu fardo
Ser como pluma,
Ser sentimentos e emoções
Que me perpassam,
Sem que o íntimo se estiole
Em miríades de sim e não.



Vívida linear-idade
Geo-metriza a noite,
Cristal-iza a passagem
De seu tempo
que germina,
gera outras perspectivas
da aurora, da continuidade do dia,
diante das situações e circunstâncias
de todas as contingências,
árduas labutas, cansaços e problemas,
ao crepúsculo,
grávidas de sorrelfas e in-verdades,
de idílios e fantasias,
de quimeras,
sonhos do verbo
“PERPETUAR”,
Utopias de realizações e prazeres,
desejos do pleno e sublime,
da Verdade e da Vida,
concebe outras imagens,
por vezes nítidas do in-finito
das querências nas ad-jacências
dos limites e trans-cendências
dos contingentes liames entre
o lícito e o ilícito,
a verdade e suas in-verdades
de percepção e análise,
das utopias que habitam o espírito,
por vezes en-veladas do uni-verso
de equívocos, clar-itude de silêncios,
nas linhas ilimitadas de confins e arribas,
na vers-ificação espontânea e livre
de outros amanhãs, de outras veredas.



Lívida horizontal-idade
gera de luzes in-versas
miríades,
germina de buscas re-versas
solidões,
concebe de desejos do pleno avessos
desertos, chapadões, florestas silvestres,
abismos, buracos de tatu, cavernas;
germina-gera miríades de luzes
em oásis de ser,
felicidade.



Transparente vertical-idade
concebe das miríades in-versas
as luzes que iluminarão o deserto de solidões,
das sombras à espera do descanso
e tranqüilidade das labutas quotidianas,
das inseguranças e medos do desconhecido,
inconcebível, inaudito, ininteligível,
o sertão de angústias, desolações,
o pasto de caminhos por onde conduzir
as vacas para o curral,
amanhã cedo o leite para alimentar os homens,
o sil-êncio de querências,
os verbos de utopias e sonhos
de liberdade, de consciência,
de mitos, lendas, causos di-versos;
os uni-versos de presença
se abrirão
às mensagens de esperanças
de outras imagens
de fin-itude e mortalidade,
de outras pers-pectivas
do sublime e do eterno,
de outros versos do UNO
e do SER-UNO.



Nítido re-verso de in-versos
Conhecimentos e sabedorias,
Cânticos do sagrado em bíblicos
Desejos espirituais do amor e ressurreição
À luz de imagens e paisagens,
Re-fletidas e incididas,
No limiar de todas as esperanças
E de todas as fés
No pleno e plen-itude de uma
Cultura e arte que se abrem
Às estrelas e à lua
Do SER,
DIVINO.



Linearidade!...
Horizontal-idade!...
Vertical-idade!...
In-vers-idade de re-versos!...



Manoel Ferreira Neto.

(18 de abril de 2016)

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