**O VERBO ABRE OS BRAÇOS AO AMOR**


Outono de sêmens, semear... outono de re-colher e a-colher, conceber perspectivas de pectivas pers de horizontes, uni-versos. Outono de ideais outros, realidades diferentes, idéias sendo concebidas através do verbo, re-fazenda, nascimento, re-nascimento. Outubro de cores do arco-iris espendendo suas luzes diferentes por todo o uni-verso, como a flor que exala o seu perfume no despetalar-se por todos os silêncios de/do jardim, resplandecendo os cantos e re-cantos, encantando a sensibilidade e as pupilas que re-presentam sua visão, as imagens nela, a sensibilidade que as re-colhe e a-colhe, na memória, vice-versa.
Estrada mística, em cujas margens, raios, mergulhados nas frinchas das pequenas árvores, ponteia claridade na sombra, e vou em silêncio trilhando-lhe sendas e veredas, às quiçás dos momentos saltitando por sentimentos se re-velando livres, suaves e serenos, caminhante à luz dos raios do arco-íris, como um peregrino na neve com a vela acesa a perambular pelas ruas. Mágica jornada, a cada nova experiência, vivência, colhendo-as, re-colhendo-as, a-colhendo-as, emoções di-versas, e mudanças se realizando, como o amor que faz a pessoa mudar seu visual da cabeça aos pés, amor incondicional, amor que muda a sensibilidade, o espírito sobrevoa os sonhos do verbo. Jornada sem princípio, embaralhou-se na memória, jornada sem fim, haverá sempre respostas para as esperanças e a fé na sensibilidade da alma, até o Verbo, quando o sentimento de amor se pres-ent-ifica, a jornada será outra, diferente, e às quiçás dos raios numinosos do sol, a alegria, a felicidade de conciliar sonhos, sonhos do que encanta, deslumbra, e sonhos de luz que espiritualiza o "nós".
Jornada de outonos esplendores das cores do arco-íris, inspirações, percepções, visões-de-mundo e do "eu" re-nascendo, nascendo, criando-se, re-criando-se, refazendo-se, o sensível, "humanidade do ser", tranquilidade, serenidade, calma, é seguir, seguir re-novando a face, semblante, fisionomia, trans-parência no sentir, ao redor das consolações há um lugar atrás do sol.
Há-de vir o inverno.Há-de vir a primavera. Há de vir o verão. Mística jornada na estrada sem início, sem fim. Simples assim. Comunhão de sonhos realizados, tempo de outros caminhos, a consciência-estética-ética, a ética-estilística, Haverá sempre quem se lembrará, relembrará do sendeiro da luz, peregrino do verbo e do amor. Todas as estrelas sob quê estou mostram caminhos-da-roça.
Parafraseando a escritora, poetisa, crítica literária, Rita Helena Neves, "A esperança abre os braços aos sonhos", o verbo abre os braços ao amor.



Manoel Ferreira Neto.
(28 de abril de 2016)


Comentários