**SORRELFAS RE-VERSAS DA LUZ** - Manoel Ferreira


Verbo do ser-eu,
Sou do eu de ser verbo,
Deixando à só memória
Branco som de desejos,
Nuvem azul de vontades,
Branca de som;



Luzes brilham
no longínquo uni-verso de sentidos, metáforas, signos e símbolos,
a-nunciando de beleza e suavidade
os versos de prosa enviesada
de contingência do poeta,
sentado à varanda de sua residência,
garrafa de vinho pela metade,
taça de cristal sob um banquinho,
olhar perdido na vastidão do céu
coberto de estrelas,
a lua nova brilhando,
no peito lembranças e recordações



Essência das razões in-versas
nas estrofes dos versos da semente do verbo,
na musicalidade da lírica no amor
de sonhar a plen-itude, o pleno, o eterno e a eternidade,
o finito e a finitude, a morte na semente do verbo,
no verbo da semente,
e o verbo da semente dá luz à VIDA
a semente da VIDA dá luz ao Verbo eterno do Ser,
Espiritualidade concebe
as sementes da Verdade.



À clara luz superna
Quimeras e sorrelfas da espiritualidade e felicidade,
Verdescendo as florestas silvestres
A lua cheia em comunhão com as estrelas
Brilhando nos campos verdejantes,
Elevando a alma ao eterno e perene
De todas as coisas do mundo,
Da vida, da terra,
De onde os lírios florescem,
Libertando a sensibilidade
Para vivenciar a volúpia dos sonhos,
Fantasias,
Os mais sensíveis e verdadeiros;



À clara luz superna
Êxtases e volúpias
a-nunciando
límpidas e puras
as travessias das contingências às transcendências,
da verdade à espiritualidade,
Que me pode o destino conceder melhor
Que a continuidade gradual da vida?
À clara luz superna
As travessias da verdade à espiritualidade
a-nunciando do sentimento de amor
a verdade de amar,
re-velando
dos desejos à realização do ser
a canção da beleza e da estética,
a musicalidade do bem e do eterno,
a consciência do verbo e da ética,
a intuição do efêmero e perene,
a percepção do encontro e des-encontro,
o ritmo do absoluto e do efêmero,
a lírica do paraíso
nas ad-jacências
do celeste azul
das nuvens brancas,
o sentido dos desejos
na periferia das Promessas
da Terra Espiritual,
no baldio
da magia do Eldorado,
onde os lírios e as primaveras,
as nonadas e utopias do sertão
se fazem pré-{s}-entes,
se fazem reais
nas travessias das dimensões contingenciais
às trans-cendentais e espirituais.



“O canto que trago agora,
Fala de espiritualidade”
fala de amores por virem,
fala das poiésis dos sentimentos e emoções
por conceberem as luzes
que iluminarão os recônditos da consciência
onde nascem as linhas
que traçam a estética dos verbos e versos,
a ética da verdade e compaixão,
quando o sensível e o inconsciente divino
se comungam,
as re-flexões são pontuadas
na busca trans-cendente
do espírito do
VERBO AMAR.



ERS do Ser:
Sabedoria de que sentir é saber
Amar com intensidade o verbo da vida,
É saber pensar o amor da ec-sistência
Nos liames da morte e do esquecimento,
A vida da carne,
Com o conhecimento da efemeridade de todas as coisas,
Fin-itude da vida,
“Até a tristeza pula
De alegria,
Até a alegria
Esgarça-se de tristeza”,
Haverem sempre duas faces da moeda,
De um lado a contingência
E todas as situações e circunstâncias
A purificarem os itinerários e trajetos
Rumo às utopias do Eldorado,
Da Terra Prometida,
Do Condor,
De outro o recurso ou possibilidade de transcender
A musicalidade da canção da RES,
Do Ser.



RES da contingência:
Fala de amores por virem,
Fala das poiésis dos sentimentos e emoções
Por conceberem as luzes
Das esperanças e fé
Na travessia das verdades
Aos arco-íris das esperanças
Dos verbos e versos
Que traçam a estética
Da Verdade,
Da Busca
De encontro com
O verso do tempo,
A estrofe dos sentimentos,
A musicalidade dos desejos,
A lírica do conhecimento,
Sabedoria,
Por conceberem as luzes
Que iluminarão os recônditos da consciência,
Onde nascem as linhas e inter-ditos,
As palavras, além-ditos,
Os sentidos, aquém-ditos
De que sentir é saber amar com intensidade
A musicalidade da canção,
O ritmo da lírica,
Divinidade da luz espiritual,
Que traçam o ritmo dos verbos e versos
A perenizarem o eterno,
Eternidade.



SRE DA VIDA:
Luzes que incidem no coração,
Divin-idade da luz espiritual,
Ética da verdade e compaixão,
Águas a purificarem o verbo
Do ser Morte,
Do ser Vida,
Do ser Nada,
Do ser Caos,
Do ser Cosmos.



Passagem do arco-íris...
Cores cintilam, apresentando o brilho natural
De suas mensagens inter-ditas e trans-cendentes,
De seus sentidos além-ditos e divinais,
Re-velando as imagens a serem re-colhidas e a-colhidas,



No mais recôndito da alma
Deixá-las seguir o itinerário livremente,
Abrindo outras frestas no flamboyant dos desejos
E vontades das alegrias e felicidades,



E cantarolar o Danúbio Azul
Com todas as dimensões sensíveis,
Desde as intuições ao espírito do amor e cáritas



Às sensações do divino
Do divino e resplandecente da verdade pura,
De outras trilhas do VERSO-UNO.
Amar é viver uma grande paixão,
É sentir profundo a luz que incide
Nos terrenos baldios da alma,
Nada de baldio haja
Nos regaços do desejo
De liberdade e plen-itude;
É vivenciar a carne sedenta
Dos verbos de liberdade,
A questão da liberdade
Serem as palavras em comunhão
Com o con-templar
Das dimensões dos sentimentos,
Idéias.
Dimensões contingentes, transcendentais da busca,
Da vontade de verdades que se ampliam,
Estendem-se ao longo das nuanças e contradições do tempo,
Nas vias das dúvidas e des-confianças,
Havendo sempre aquilo de “re-fazer as reflexões, criar e re-criar
Nas perspectivas do que há-de vir
As sendas perdidas nas florestas íngremes”,



As trilhas de viver a vida observando da janela aberta da alma
O campo de flores silvestres, o jardim de lilases e rosas brancas
Que desabrocham nas auroras e despertam as retinas e subjetividades
Para a carência do belo, para as razões de construir outros pomares,
Outros viveiros, neles ouvir o trinar dos pássaros, o brilho numinoso
dos raios de sol, o resplendor da lua e estrelas a inspirarem boêmios e
Poetas, a preencherem os vazios e solidões da vida e da morte,
A elevaram as emoções às antípodas das estrofes de musicalidade e ritmo,
Das líricas de êxtases e promessas de travessias do mesmo ao outro
dos idílios ao amor, à paz, à solidariedade, à compassividade.



Manoel Ferreira Neto.

(18 de abril de 2016)

Comentários