Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO No Mundo das Coisas Reais e Fictícias @@@@


Graça Fontis

Que loucura essa Manoel Ferreira Neto, de forma majestosa ampliou divinamente o escopo da sabedoria extensional e de um modo tão tencional ser difícil não ouví-la..., bem-vinda "Loucura" ao mundo dos tementes no ato da criação!💯👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏♥️

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RESPOSTA AO COMENTÁRIO SUPRA

O "mundo da criação artística" é lídima e proba Loucura. Só dons e talentos excepcionais são capazes de realizar as Artes em todas as suas dimensões, trazendo à luz do mundo visões inéditas da compreensão da Vida, abrindo espaços futurais para outros empreendimentos da Consciência-Estética-Ética. Se o "mundo da criação artística" é Loucura, então a Loucura pode orientar, guiar, conduzir a Criação Literária, Poética. E creia: isto é verídico. A Loucura é a representante máxima para os caminhos da Estética Literária, Poética, pois que ela visiona as coisas reais e fictícias, as suas contradicções, dialécticas de modo contingente, superando e suprassumindo a razão e o intelecto, buscando atingir outros níveis da Consciência-Estética.

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Beijos no coração, minha Rainha amada, a minha eterna gratidão por nossos caminhos da Arte que tanto tem contribuído com o meu Pensamento e a minha Vida.

Manoel Ferreira Neto.

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NO MUNDO DAS COISAS REAIS E FICTÍCIAS

GRAÇA FONTIS: PINTURA

Manoel Ferreira Neto: AFORISMO

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Deixemos ao sabor da chuva que cai lentamente a "Infância" e a "Velhice", aliás um antídoto dos mais eficazes para as tensões das perquirições profusas. Ou há alguém neste zopo mundo quem pensa-sente compreendê-las e entendê-las com percuciência os seus benefícios com a minha presença não causa tensões inomináveis? Efetivamente que sim. Também a "Infância" e a "Velhice" sentem-se exaustas de tanto ser contempladas com o desejo de conhecimento e sabedoria. Encher linguiça não é aconselhável nestas instâncias, o que pode parecer conhecimento e sabedoria, pode ser ignorância e nonsense, o exagero produz asnadas e não sabedoria.

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Sobre o que falar, então? A pena simplesmente comeu canela de cachorro, só sabe correr desvairada nas linhas da página. Estou presente em tudo, habito todas as dimensões humanas reais e fictícias, conscientes e inconscientes, espirituais e contingentes, todas as coisas da vida, sumarizando. O que tenho em mente falar neste tal-agora-aqui? Vou falar das Artes, arrepio-me de tanto tesão e prazer só em mencioná-las. São as meninas dos meus olhos, observando-as de soslaio, deliciando-se elas com os poderes e perspicácias de minha sabedoria.

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Indaguemos: quem acende as achas humanas para descobrir, transmitir aos seus póstumos tantas produções, ao parecer primas e magníficas obras, se não a fome, sede, carência de Glória. Pensam, acham, imaginam estes homens de suma importância, na verdade bastante idiotas, que não deveriam mesmo amealhar esforços, suor demasiado, nem labutas de cansaço para atingirem não sei que posteridade, a qual nada mais é senão, em última investigação, de uma quimera insossa, belíssima na aparência. Deve-se, pois, a mim todos os bens, todas as alegrias benfazejas que gozam e que tanto contribuem para o espírito da Vida. Sou a proba responsável por a Artes tornarem-se Espírito da Vida.

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Após haver provado ao longo dos tempos que a mim se devem todos os méritos atribuídos à força e engenhosidade, habilidades humanas, professar eu que a mim também pertencem os que recebe a inestimável Prudência. Pretendem os homens misturar a água com o fogo, o sol com a neblina? Pois muito bem: a Prudência e eu não somos menos contrárias que estes elementos opostos. Sentir-me-ia orgulhosa, honrada, orgulho e honra que ultrapassam os paradoxos da humanidade, se os homens concederem-me carinho e atenção.

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Em que consiste a Prudência senão na utilização comedida das coisas. As Artes carecem de Prudência, serem produzidas com comedimento, se a intenção primordial é de alcançar a beleza. Ah, sim, podem gargalhar à vontade, mas amaria com todo ardor saber qual dos dois merece mais ser honrado com um busto de mármore em praça pública, se o sábio artista que, parte por modéstia deslavada, parte por temor e tremor, nada mais patenteia ou eu que, nem o pudor - não tenho a mínima noção do que significa isto -, nem o perigo, não consigo enxergá-lo, podem desadmoestar de qualquer empreendimento. O sábio chafurda-se com veemência nas investigações de autores antigos, que benefício retira ele desta continua investigação? Raríssimos conceitos espirituais, pensamentos elitizados, idéias requintadas, sem duvida algumas risíveis, cômicas. Eu, ao contrário, tomo a rédea de tudo, acaro todos os perigos, parece-me assim que atinjo em cheio a verdadeira Prudência das Artes.

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O que interdita os homens de saber com efeito o que deve fazer para alcançar os seus objetivos de prudência artística? Creio haverem duas coisas fundamentais: uma é a vergonha, que aliena a sensibilidade, cega a inteligência e arrefece a coragem, a outra é o medo que, identificando o perigo, impinge a preferir a inércia à ação. Ora, é próprio de mim, mui singular, mondar todas estas "dificulidades". Raríssimos, inéditos são os que sabem que, para atingir a Fortuna das Artes, mister não ter vergonha de coisa alguma, arriscar enfiar a mão na cumbuca de tudo. Aqueles artistas que preferem a Prudência fundamentada no juízo das coisas distantes estão a léguas de distância de possuírem a lídima Prudência.

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Todas as coisas tem duas faces. O que, em primeira instância, parece ser real, se olhado com percuciência, é fictício. O que parece ser a morte, é a vida; o que parece ser dilacerada dor física, são apenas jogos da psique para provar ser ela superior à razão(quem não sabe que a psique é o gato, a razão é o rato, quanto mais se lhe faltar o queijo, dando-lhe força e vitalidade para fugir desenfreadamente? O que parece douto, é ignaro; o que parece ser glória, é ruína. Se alguém se aproximasse de um palhaço no picadeiro, no instante em que estivesse representando seu papel, e quisesse retirar a sua maquiagem, para que as crianças vissem o seu rosto real, não deturparia assim toda a cena? Mereceria ser ele jogado para fora do circo quem o fizesse. Assim, nas Artes, quem quisesse tirar-lhes a representação do real, para mostrar a verdade da ficção, seria um desmiolado, quem quisesse tirar-lhe a ficção, para identificar o real, seria inda mais desmiolado.

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Que é, afinal, a vida humana? Uma comédia de péssimo mau gosto. Cada qual aparece diferente de si, cada qual sempre representa o seu papel maquiado, pelo menos enquanto o diretor do espetáculo não o fizer descer do tablado. Tudo neste mundo não passa de sombra e aparência, esta longa comédia não pode ser representada de outra forma.

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Em suma, sem mim, as representações, as faces das Artes jamais seriam identificadas com primor, as suas dialécticas e metafísicas nunca indicadas. Mas sou eu uma deusa no mundo de todas as coisas reais e fictícias.

RIO DE JANEIRO(RJ), 11 DE JANEIRO DE 2021, 03:45 a.m.

 

 


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