Ana Júlia Machado ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA HISTORICAMENTE O POEMA Atenas Atéia @@@@

 



Achei interessante o poema “ATENAS ATÉIA”...
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Achei interessante este poema - segundo se sabe Diágoras' "o ateu' " 'de Melos - foi um poeta helénico e sofista do século 5 AEC. Conforme nos alude Platão, a arte de sofista foi criada por Protágoras, seguidor de Demócrito. Sofistas foram um tipo próprio de docente na Grécia antiga e no império romano, que deveriam amestrar a arete, termo grego que representa a noção de "excelência" ou "probidade", apenso a áreas como música, política, matemática e atleticíssimo. Entre os fundamentais sofistas falados estão Protágoras, Górgias, Pródico, Hípias, Trasímaco, Antifonte e Crátilo. O termo "sofista" tem sua origem no idioma grego, significando "erudição" e "douto" reciprocamente. O termo Sofistas foi originalmente usado por Homero, para descrever alguém hábil em uma destinada atividade. Com o tempo a palavra passou a denominar a erudição nos conteúdos especificamente humanos, em antítese aos temas da natureza, até chegar a denominar um tipo próprio de profissional, o sofista. Ao longo da antiguidade, ele era visto como um ateu, mas muito pouco se sabe ao certo sobre o que ele deveras cria. Anedotas sobre sua vida aludem que ele falou contra a antiga crença grega. Ele supostamente aguilhoou uma estátua de madeira de Hércules e a utilizou para abrasar suas lentilhas e patenteou os sigilos dos Enigmas de Elêusis. Os atenienses acusaram-no de impiedade o deportou de sua cidade. A Filosofia Pouco se sabe com convicção a respeito de suas alucinações lógicas ou da essência de seu proposto ateísmo. Tudo o que se sabe com certeza a esse respeito é que Diágoras se afrontou com a veneração dos deuses nacionais atenienses.
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E após estas considerações entendo o porquê deste poema. Como não crente, serviu de base este poeta helénico para criar um poema que deu para no fundo igualmente criar uma lenda, e viajar por Atenas, onde até lhe proferiram que era bem-vindo. Pois se soubessem que pactuava da ideia de Diágoras provavelmente o porteiro não verbalizaria que era sempre bem-vindo. Magnífico. Acredito que a Benzinha pense assim, realmente, escrever tanto com tanta facilidade não é para todos.
Ana Júlia Machado
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RESPOSTA À ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO SUPRA
A verdade deve ser sempre dita. Não conhecia esta História de Diágoras e dos Sofistas, apenas o esclarecimento de Platão sobre a origem do termo Sofista. Este poema nasceu, lembrando-me de Diamantina, onde residi por treze anos, que eu chamava de Atenas Atéia, por a fé do povo diamantinense ser pura farsa, hipocrisia, falsidade, um povo hipócrita. Quando cheguei à cidade, algumas pessoas disseram-me "Seja benvindo". Declarei-me abertamente contra o povo de lá, em todos os sentidos, inclusive por ele viver de exploração do Patrimônio Histórico, que lhe foi concedido pela UNESCO. Fui marginalizado, tornei-me inimigo público, marginalizado, discriminado. Saí da cidade sem um único amigo, excepto o saudoso amigo historiador Antônio Carlos Fernandes, Wander Conceição, seu secretário e parceiro no Livro Mezza Notte.
Chamei o Seminário Sagrado Coração de Jesus de Casa de Espelhos, onde lecionei Redação para os seminaristas do Quarto Período de Filosofia, o jardim à frente existe mesmo, não sendo de plantações de rosas, as procissões da Semana Santa, chamei-as de Procissão de São Jorge. O que me fora consciente, tudo o mais, referindo-me à História fora inconsciente. Se houvesse havido alguém na rodoviária, quando tomei o ônibus, teria com efeito dito: "Não volte jamais aqui. Nunca foi benvindo." O que é o "inconsciente histórico", não é. Aninha Júlia? Aí está a missão do Crítico encontrar na obra de arte estas cositas, para fundamentar o interdito. E você fá-lo com primor. Sinceramente, fiquei de queixo caído, lendo a sua análise, encaixa-se como luva no poema.
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Beijos nossos você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família.
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GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Noite solitária.
Nem a solidão mais real e verdadeira
Convidar-me-ia para um passeio.
Avistei ao longe
Uma cidade construída no fundo
De um abismo.
Fui em direção à cidade
Cujo nome era Atenas Atéia,
Noite serena, suave
Ventinho fresco.
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Próximo, bem próximo,
Ouvi de dentro da cidade
Passos dos pés da felicidade,
Risada da boca do prazer,
Barulho alto de muitos aplausos,
Bati no portão de Atenas Atéia,
O porteiro abriu para mim.
“Seja benvindo!...”
Agradeci, apertando-lhe a mão esquerda
Com a minha direita.
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Vi uma casa que era de espelhos,
Tinha um lindíssimo jardim à porta,
Em cujos canteiros havia plantação
De rosas de todas as cores.
Entrei na casa, a minha imagem
Era refletida nos espelhos dos corredores
Por onde passava.
Vi, deitado num sofá azul,
Cor da água do mar,
Jovem cujo cabelo
Era coroado com rosas lilases,
Lábios sujos de vinho,
Fui de por trás dele,
Tocando-lhe o ombro direito
Com a minha mão esquerda,
Perguntando-lhe:
“Por que você vive numa casa de espelhos,
Numa cidade chamada Atenas Atéia?”
Respondeu-me, sorrindo:
“Mas um dia vivi
Numa gruta no alto da montanha.
De que outra forma devo viver?
Aqui degusto o vinho da videira
Regada pela água do chafariz,
Olhando minha imagem no espelho,
Rindo à beça do ateísmo de Atenas.”
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Despedi-me do jovem.
Fui de novo para a rua.
Vi alguém cujo rosto e vestes
Eram pintados ao estilo psicodélico,
Cujos pés eram calçados com sandálias
À moda dos imperadores romanos.
Atrás deste alguém,
Devagar como um caçador prestes
A pegar a presa,
Um jovem que usava um manto,
Os olhos estavam brilhantes de tanta luxúria.
Aproximei-me perguntando-lhe:
“Por que você olha
Para a casa de espelhos,
E de tal maneira,
Quando pode admirar
A procissão de São Jorge
Com todo o seu esplendor?”
Nada respondeu-me. Saiu, adentrando-se na procissão.
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O dia já estava nascendo,
Voltei à entrada da cidade,
Retornaria à minha residência.
O porteiro abriu o portão,
Dizendo-me:
“Volte sempre”
RIO DE JANEIRO(RJ), 31 DE JANEIRO DE 2021, 22:31 p.m.

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