CAPÍTULO XXVIII Ó ANJOS DAS GAIAS CIÊNCIAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: NOVELA ***



Noite ofegante, negrume dos pinheiros, silencioso céu, ilha deserta, o espaço esvazia-me até ao limiar da memória, até ao patamar da inconsciência.
***
Por que passaria como uma afogada entre as correntes do mar? Onde alastra o meu cansaço, o afago quente de um coro, o aceno de sinais que se co-respondem como ecos de um labirinto. choro meu de alegria, ó anjos das gaias ciências.
***
Sou quem canta, quem delira sem ter febre. Riso meu de tristeza, Oh, querubins das considerações intempestivas.
***
Num bafo secreto afloro o que estremece sob os gestos alfim apaziguados.
***
O tempo incide incerto sem medida, o olhar de criatura se converte na moldura entre os éritos pretéritos, entes presentes, entre os ais futuros, as idades do eterno desta terra sem vida, sem mortes, deste mundo morto e triste. E triste volto a mim com sede e fome.
***
Con-templo as folhas verdes umedecidas do orvalho da noite?
RIO DE JANEIRO(RJ), 23 DE JANEIRO DE 2021, 18:00

 

Comentários