#LABAREDAS DE "MIM" ATRÁS DO EU# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA-FOGO DA PINTURA DO SOM



Aura secreta na respiração
Fluir de essências, fonte em si mesmas, nostálgicas,
Gentil espírito, sereno quanto forte,
Que me ensina a fonte de vida, a arte de bem saber,
Que me desperta a chama das utopias de devaneios,
As metáforas de glórias, conquistas,
De mim sendo o desejo acirrado de perder-me nelas,
O desejo de um cântico desértico, flauta e celeste,
À soleira da morte do fogo na fogueira, as cinzas
Torrões de brasas quentes
Símbolos se multiplicam, metáforas são ondas
Esparramando nas palavras o sentir a-nunciações...
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Amor é rir de amor a um colar de diamante que brilha.
Há um velho e obtuso equívoco sobre a palavra amor,
E, se muitos nascem deste equívoco, há outros...
Tantos outros
Perderam o único instante de nascer apenas por causa
De uma susceptibilidade que exige seja de mim, de mim!,
Que se goste.
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Amor é não ser comido, comer com os olhos é amor.
Singela flor piscava de amor
A que abismo meu sorriso responde?
Para onde foram as lágrimas de meus olhos,
Minh´alma é uma fonte borbulhante,
Vulcão em erupção,
São as chamas queimando as achas da fogueira,
Canto de alguém que ama,
Cântico de quem entoa sentimentos de entrega,
Canção de quem divaga no in-finito,
Corre no mar a minha sabedoria
Esta é a minha solidão: estou circundado de
Labaredas de fogo.
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Para onde foi o frouxel de meu coração,
Meu anseio de amor ergue a voz,
Fala a própria linguagem do amor,
É que olhei demais para dentro de mim!,
Labaredas atrás, olhava-as de soslaio,
Se me virasse, vendo-as de frente, apagavam-se,
Sem nem sequer ter tido a intuição
De um molde interno que se petrificava...
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A palavra é cortada da boca,
Amanhece.
Finas-e-meigas palavras que, ditas
No início da noite, nalgum instante da madrugada
Teriam mudado o simples elo da terra.
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As chamas sempre foram o devaneio,
Novas fontes se lançarão, rumorejando,
Em novas profundezas,
Ao ruir de velhos povos, irrompem novas fontes,
Fontes para novas sedes,
Um coração para muitos anseios,
Uma alma para muitos ideais e utopias.
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As metáforas sempre foram a inicialização
Do espírito, de outras fomes da sabedoria,
Baladas a musicalizarem sentimentos e ideais,
Sons do eterno a ritmarem a liberdade, consciência
Aesthesis da iluminação...
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As metafísicas sempre foram o gênesis
Da solidão,
Labaredas de mim "atrás" do eu...,
O "poema-fogo" da arte do som
Acender as chamas do nada e silêncio,
Ritmo das carências, faltas, lapsos
Melodia dos medos, tremores e temores,
Ascender as labaredas do vazio e abismo
As cinzas...
O fogo jamais apagará, a imagem presente,
Real revelando dons e talentos artísticos
De seduzir os olhos para a vista, inda que de esguelha,
O Novo Homem... A Nova Mulher...
#riodejaneiro#, 05 de setembro de 2019#

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