#ENTRE LABAREDAS DE INFERNO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



De volúpias chamejantes,
Obstinado, re-invento o inverso,
Atingir o verso verdadeiro,
Re-crio o re-verso,
Arquitetar o nada, esculturar o vazio,
Sussurro a sós medo, a coragem ausente
Visto o reverso dos sentimentos, utopias,
Trajo o avesso das ideias, projectos,
Nas clareiras instaladas,
Já tive o fogo entre os dedos,
Baladas inesquecíveis,
Canções inestimáveis
Vazavam de meu peito e chamas
Ardendo com lágrimas,
Pela ausência de acha na quente lareira,
Entre labaredas de inferno, volúpia dos dentes,
Em câmara ardente,
Fogo que lambe a lucidez
Fogo que rasga o peito
Fogo que alucina
Fogo que avigora
Ao estilo de voltejante rio,
Fazem-me verter lágrimas,
Respirando a maresia,
Con-templo as viçosas folhas das árvores
Sinto o imaginário imaginado
Das labirínticas veredas, vertentes do sentir,
Envolvo-me em carícias folhosas,
Desvencilho-me de carências secas por caírem.
#riodejaneiro#, 06 de setembro de 2019#

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