SONIA GONÇALVES POETISA CRÍTICA LITERÁRIA E ESCRITORA COMENTA O POEMA #O OVO E O VENTO#




Bom dia Manu, depurando os anexins, "outrossins" em ciências da filosofia humana. Óh dúvida cruel "ser ou não ser, eis nossa questão". Bom, pelo menos no tangente a nós, nos definimos somos todos poesias e ponto. Por isso deixo cá meus sinceros parabéns pela linda e profunda inspiração!!! Aplausos meu querido!!! Bjos pra ti e para a linda artista ilustradora sempre.

Sonia Gonçalves​
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#O OVO E O VENTO"
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Se o ovo é in-visível a olho nu,
Às sara-palhas de auscultar
O sibilo do vento no abismo,
Esgaravatear os sonidos na superfície,
Como me seria ritmar as notas
Que o vento re-vela à passagem
Nos inter-stícios do sibilo,
Teria de con-siderar que o olho nu
In-visibiliza as notas do sibilo ou
O olho nu dá corda no tempo para
A revelação do som;
Se o olho nu adveio do ovo,
À mercê da retina,
Como seria pintar e melodiar a
Imagem do ovo e a visão-de-olho nu?  
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Então,
Se o ovo é in-visível a olho nu,
Se o olho nu in-visibiliza o ovo,
Se o ovo ad-vém do olho nu,
Se o olho nu, do ovo,
Re-vestido de verbos trago em mim,
Afagando com as utopias
Do tempo e do ser,
Da ampulheta e do nada,
As luzes e contra-luzes
Da imagem no desejo,
Vontade de versar os sentimentos e
Emoções de sua a-nunciação,
E in-visivelmente ouço
O cantarolar  da láwerka,
E o canto melodioso re-miniscente
Leva-me às ondas ondulantes do vento.
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Des-prender-me,
Afogar-me nesta claridade,
Em cuja superfície se espelha
Um nada in-descritível,
Qual re-flexo do nada
De minha própria alma,
Próprio espírito,
Onde uma ideia escorrendo
Escorreita nos verbos
Da imagem do ovo,
Que re-monta à questão de
O que ad-vém de quê,
O ovo da galinha,
A galinha do ovo,
Banha a obscuridade,
O in-audito, des-conhecido,
In-visível, visível.
No ovo, gema e clara
São nadas.
Nas origens, galinha e ovo
São vazios.
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A idade espraiou ondas no mar.
Meus olhos con-templam
Os verbos do ovo sensibilizados,
Meu entoo do canto da Iáwerka
Submerge-se em metáforas,
Metafísicas in-expressíveis,
A imagem que os enunciam em clima
Que presilha na moldura 
Ornatos libertos,
Na munificência,
Adejos livres.
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Então,
Se o sibilo que o vento esplende
Veio primeiro que o abismo,
A imagem e os verbos,
Que são as palavras, 
Alimentam-me o in-finitivo
Das utopias que me habitam do som,
Se o abismo adveio do sibilo do vento,
Os verbos e as perspectivas da imagem,
Que são a linguística,
Semântica do espírito e do tempo,
Nutrem-me a sede do sabor
Do ser e do tempo.
O que importa saber se o ovo
Advém da galinha,
Se a galinha, do ovo?
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Às avessas da in-finitude,
Ao re-verso da imortalidade,
Ao in-verso do in-condicional,
Ao verso de horizontes finitos,
Às estrofes de sentimentos
De amor e paz,
De felicidade e alegrias mil e tantas,
- Dizerem suas verdades - 
Modificam a linguagem,
Estilo,
Nasceram poiéticas,
Prolongam-se poéticas em busca do
Verdadeiro verso do espírito e do ser,
Re-velando perspicácia...

O ovo foi levado pelo vento.
O vento esvaeceu-se.

#riodejaneiro#, 19 de setembro de 2019#

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