SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE AO ENSAIO CARÁTER DO SUJEITO#




Manoel Ferreira Neto, pode até parecer sei lá que sou piegas fã da minha poesia rsrs que sou lógica, acredito temos que ser fã de nós mesmos para buscar a perfeição, ainda que não alcancemos vamos morrer tentando isso...Penso que você nasceu mesmo para as artes da escrita, da crítica literária e por que não dizer até da arte pela arte, eu amei tudo o que escrevestes, desde a crítica muito favorável sobre minha poesia, até a última linha de sua inspiração, o que posso dizer?Lindo , lindo, lindoooo, parabéns👏👏👏👏👏👏👏


Sonia Gonçalves
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Se fosse focar-me no dito deste poema, não diria piegas, mas conforme as tradições do romantismo de primeira fase, a melosidade, diria o poema sê-lo, em verdade, seguindo a sua obra, criticando-a, tecendo os mini-ensaios, com evidência, não é o seu caráter, a sua personalidade. Atino-me com isto desde o início de nossos intercâmbios críticos, e li com os linces da crítica que des-cobre a "intenção fundamental", de Edmond Husserl, sendo a perspectiva de interpretação da obra vista sob o sujeito, o eu", trazendo as suas digníssimas contribuições para o movimento das idéias, pensamentos, estética, filosofia da estética, e este poema a-nuncia, revela esta intenção, a poetisa, aqui Sonia Gonçalves, mostrando o seu Amor pela Poesia, entregando-o, mas isto requer em primeira instância o Amor da Poetisa e Por Si, só aí a síntese do "eu", a sua individualidade, e do "outro", a poesia. Isto inda requerendo a perfeição, jamais escritores, poetas, poetisas, filósofos conseguiram isto patentear, a perfeição, mas sabendo todos que ao longo do tempo se possa aperfeiçoar a imperfeição, morrem/morremos, a obra segue os seus passos, torna-se eterna.
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Não sou homem de pejos, vergonhas, modéstias, desde que isto esteja patenteado, por mim consciente, a obra demonstrando, nasci sim para as artes e filosofia da escrita, e trago em mim sangue circense, a arte pela arte, desde que isto não seja entendido como estar seguindo os cânones, os canônes da Arte pela Arte cristalizaram-se, mister criar, inventar, recriar o "eu" e o "mundo das coisas".
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A favorabilidade à sua obra é porque você é consciente de suas alamedas à busca da Arte e da Existência. Sempre desejo ser muito sincero e real com o que penso-sinto de sua obra.
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Abraços nossos, querida Sonia Gonçalves(Soninha Son)


Manoel Ferreira Neto
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#CARÁTER DO SUJEITO#
Manoel Ferreira Neto: ENSAIO
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Desde o Romantismo de primeira fase, centenas de milhares de páginas foram preenchidas da melosidade do amor - "Meu beija flor de mel lambido", nesta poesia da poetisa Sonia Gonçalves, é uma demonstração evidente -, poemas melosos refletindo dores e sofrimentos do amor não correspondido, do amor paixão levado aos auspícios da loucura, dos desejos e esperanças do amor preencher as carências, os vazios... Até a consumação dos tempos a poesia romântica preencherá páginas e mais páginas de subjetividades melosas.
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Contudo, há poemas românticos que, apesar de mostrarem as mesmas características remotas, seguindo as tradições, nas entre-linhas trazem interpretações eminentemente importantes para o desenvolvimento das idéias e do pensamento. Mas há de se ressaltar que não acontece com assiduidade, isto é dádiva dos dons e talentos poéticos.
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Há-de se encontrar verso que re-presente o interdito, e nele delinear o que traz de novidade para as idéias. No soneto, é o último verso a chave de ouro, onde todo o poema esta focado, nele está o inter-dito; na poesia livre pode ser encontrado em qualquer lugar. No poema de Sonia Gonçalves, não fora difícil encontrá-lo: "Num breu de espanto o surgimento/Aquiesceu meus pensamentos", sendo através desta chave que estabeleceremos a importância sine qua non deste poema, só nas linhas a melosidade.
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Habituamo-nos a considerar o filósofo francês Descartes o originador da corrente que ressalta o sujeito psicologicamente orientado, o eu - não há duvidar a poesia romântica carrega com excelência a linguagem e o estilo psicológicos, quase sempre com a destituição do "eu" do autor. Consequente com este ponto de vista, Heidegger, em sua hostilidade ao pensamento moderno, reservou umas poucas mas incisivas páginas contra as consequências do cogito e sua legitimação do discurso científico. Paul Ricoeur observa que "o sujeito gramatical do cogito cartesiano não é um self, mas um ego exemplar, do qual o leitor é convidado a repetir o gesto."
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Assim, o sujeito poético deste poema são os pensamentos, o espanto com surgimento do amor, o seu "con-sentimento", a consciência do "sujeito poético" existindo profundo na alma, aquiesce o pensamento, pensamento que se abre, mede "a força da expressão sob a luminiscência" da sensibilidade, subjetividade, compelindo a poetisa a amar-se a si mesma, a representar-se a si de outro modo, noutro estilo, noutra linguagem a como é efetivamente. A poetisa con-sente o amor psicologicamente orientado, o amor por si em primeira instância, o amor pelo outro, em segunda instância, sem se amar impossível amar o outro, este é o sujeito exemplar, este é o sujeito consciente do amor por si.
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A poesia romântica, re-presentando o amor, far-se-á eternamente na "canção da alma", ritmo dos sentimentos íntimos, melodia dos desejos e vontades do entrelaçamento dos "eu", que definiria eu como "episteme", o amor verdadeiro no coração da alma, do espírito, no "Coração da lua", último verso do poema, representando o pensar-sentir da Liberdade.
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O amor que a poesia representa não é o dirigido a alguém em especial, mas à poesia, o amor sentido pela poesia por ela abrir a força da alma desejando a espiritualidade do ser, medir a expressão do íntimo a todos os sonhos e utopias da vida dirigida à busca do Espírito. E Sonia Gonçalves sabe e conhece bem ser esta poetisa, a poetisa do Som do Ser, a música da conduta, postura individual com os versos e estrofes que representam o poeta por inteiro.
#riodejaneiro#, 25 de setembro de 2019#

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