#CONT.ANDO - FRONTISPÍCIO GÓTICO DO NADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



O que é isto - a sensibilidade da cáritas? O que é isto - a intuição da Koinonia do sublime e os verbos do sonho, desejo, querer, vontade, liberdade? Não unicamente o esplendor do verbo que esperancializa os sentimentos que no vir-a-ser trans-epigrafa o sonho plen-ificado de verdade inscripta no inconsciente do "eu poético".
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Cantos idílicos ou nostálgicos, risos e flores brancas ou lilases, vermelhas ou rosas, olhares de esguelha, soslaio, de banda a criação do destino, da vida, somos os homens imperfeitos, mas é nossa liberdade criar o tempo, os ventos, iluminem o mortal destino, a eterna sina, o desejado ser livre, para o ermo envelar fundo, na essência e ser dele, noturno do pensamento, curvado já em vida sob a idéia dos clímaces alucinados, cônscio da lívida esperança do caos redivivo, eis o que me perpassa a vida em todas as suas dimensões sensíveis, racionais e intelectuais, psíquicas e emocionais, com as suas re-versas e in-versas ausências, traumas e tramas, conflitos e jogos escusos, a carne e os ossos, até mesmo as entranhas das vísceras. Eis o que explica a entrega plena ao verso-uno de amar, do amor.
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Con-templo a terra de céu sem nuvens,
De nuvens sem céu.
De nada atrás das constelações,
Espero o amanhã para outras idéias,
Pensamentos que me in-diquem
As poeiras da metafísica,
Efêmeras e etéreas,
As fumaças da antropofagia, da carne viva,
Da antropologia da passagem,
Travessia do ser ao conhecimento,
Iluminismo? Utopias do verbo,
Da cultura à consciência,
Do nada de trevas à luz do nada..
Lendas.
Simplesmente o eidos
Do verbo solidariedade e compaixão.
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Sentidos implícitos, inter-ditos nas linhas de uni-versos salpicados de uno-verso da espiritualidade, horizontes sarapalhados de margem e sem pressa, a vida sempre vai, não volta. A vida vai, a morte vem, dialética do ente que nasce sem razão.
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O vento soprou forte, trouxe o tão almejado passaporte para novas folhas de outono, chuvas de março fechando o verão, gritar bem alto o pensamento em plena liberdade.
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Frontispício gótico do nada... Palavras ocas, vãs, re-colhidas do antro de venturas, cheio de capricho de felino a saltar por toda janela, zás!, para todo acaso, para todo crepúsculo do ocaso, correr em florestas virgens entre bestas de jubas coloridas, entre feras de dentes e língua, subindo por mentirosas pontes de palavras, arco-íris de mentiras entre falsos céus pervagando, vagueando, deslizando, flanando. Somente louco. Somente poeta. Somente desvairado, des-virtuado, homem des-equilíbrio.
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Miríades de luzes
Perpassando pers de pectivas de longínquos horizontes
Flores silvestres, campesinos lilases
A águia solitária flana as asas levemente, segue o seu itinerário
Sentimentos, emoções, sensações do porvir de esperanças
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Lívidas a-nunciações do tempo do ser sussurrando verbos do amor
Inspirações, percepções, intuições da verdade
Infinitas in-fin-itudes pervagando de sonhos de ocasos
Con-tingentes con-tingências circunvagando
De sorrelfas de quiçás
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Espírito de nostalgias,
Alma de melancolias,
Garoa de orvalhos
Salpicando as flores de efemer-itudes.
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Alvorece novo dia, clima de inverno, tempo agradável, pensamentos e idéias per-vagam dispersos nas nuvens brancas celestiais, circun-vagando as constelações, a alma re-colhe e a-colhe os versos do infinito com-pondo de esperanças o sonho dos gerúndios do vir-a-ser, o amor plen-ificando o silvestre das sendas da entrega, a verdade do verbo ser comungada ao do amor re-versejando no espírito o cristalino da pureza. mergulhando no há-de ser da felicidade a con-templar as belezas do inconcebível absoluto da verdade-casa-do-ser e eu, colocando o café coado na térmica, olho através da janela aberta o longínquo, o distante, o que só o espírito sabe nas suas dimensões sensíveis que o absoluto lhe a-nuncia através das venezianas do eterno às genesis do início, divin-idade antes de quaisquer divin-idades, rituais míticos antes de quaisquer lendas do pleno, folk-lores místicos antes de quaisquer banquetes paradisíacos do pretérito im-perene, solstícios do ocaso.
#riodejaneiro#, 12 de setembro de 2019#

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