#VERBOS DO TEMPO E DO SER# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Fazei
Do verbo de vosso tempo
A conjugação de vossas esperanças e sonhos,
A verbalização de vossos mais íntimos desejos
A estética de vossas utopias da plen-itude,
A ética de vossas consciências do Ser!
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Atravessai
A ponte de vossas ilusões, fantasias
A rua de vossas quimeras, medos
A alameda de vossas sorrelfas
Os lotes vagos de vossas futilidades, vossas hipocrisias
E sede o encontro, a felicidade, o prazer!
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Componde
O verso de vossa imperfeição
Com a perfeição de vossa inspiração e percepção
O soneto de vosso limite
Com o espírito do in-finito que esplende as luzes
Do belo!
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Cantai
A lírica do ser, sentindo profundo a música
Da solidão ritmada, melodiada com o silêncio
A sensibilidade das a-nunciações do espírito
Voz rouca, altissonante,
A alma elevando-se além das contingências
Efêmeras
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Declamai
O soneto do amor, degustando e saboreando
O real da verdade, o eterno das utopias
A chave de ouro sintetizando subjetividade,
Sensibilidade, desejos e sonhos
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Recitai
A prosa da liberdade, con-templando o uni-verso
Do vir-a-ser, do porvir, do há-de ser!
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Senti
O vento que sibila perpassando os horizontes
Os raios numinosos do sol que brilham livres
Em todos os cantos e recantos da terra
As estalactites da gruta que pingam as gotículas de água
No Lago, eivando-lhe da leveza do ser.
O rio sem margem e sem pressa
Que segue os caminhos do campo!
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Sede
O crepúsculo que a-nuncia o entardecer
O entardecer que revela a noite
De estrelas cintilantes, lua brilhante
O sono que mostrará o sonho do Ser, da Vida
O alvorecer com toda a perfeição da natureza!


#riodejaneiro#, 20 de setembro de 2019#

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