#SONO DOS VENTOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



POST-SCRIPTUM:


Em resposta às manifestações de minha amada Esposa, Companheira das Artes, Graça Fontis, queridas e inestimáveis amigas Ana Júlia Machado, Sonia Gonçalves por ocasião dos 40 ANOS de Lançamento de meu primeiro livro CONT.ANDO, escrevo este poema.(Manoel Ferreira Neto)
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Epígrafe:


#No sonho das brisas nos auspícios da colina,
Vestígios das coisas vestindo nadas...#
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{As dimensões são herméticas, complicadas,
Diversas, prolixas, eruditas
Não as aprovo in totum,
Mas o que menos aprovo
São os imediatismos da compreensão,
Ver o óbvio onde reside o obtuso,
Ver o divino onde habita o mefistofélico,
Martelar o mefistofélico onde reside o sagrado,
Ver o prazer onde está a náusea,
Id-ent-ifico distúrbios sensíveis e psíquicos,
Inda menos o que aprovo:
os rudes fundamentos do entendimento.}
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Convexos sentimentos espelhados no tempo
Vistos convexos, seria houvesse verdade almática
Refletida que reverberasse êxtases e prazeres?
Côncavos ideais de alegrias e felicidade
De amor sentido profundo, de entrega ardente
Às contingências do mundo e das coisas,
Sonhos precedem ideais,
Onde o olhar introspectivo na côncava imagem,
Perscrutando o futuro a identificar-lhes?
Pura ilusão de óptica reconhecê-los.
Nada de sentimentos, devaneios da carência
Nada de ideais que rompessem fronteiras do tempo
Tornar-se-lhes realidades
Nonadas de idéias que elenquem a travessia
Do vazio ao intelecto.
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Di-versas emoções devaneadas no seio
Das con-tingências, contentamentos por coisas
Inda não vivenciadas, inda não perpassadas
Na carne e nos ossos em fogo, em chamas,
Em labaredas, desejos das cinzas quentes,
Côncavas felicidades por amor não re-conhecido,
O coração pulsando forte e ligeiro, o futuro
É a resposta à vida, esperança ilusória,
Côncavos e convexos os espelhos que re-fletem
A imagem da vida nos seus bosques de contradições...
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Di-versas as razões que suplementam
As páginas escritas pela existência no ziguezague
De suas atitudes e consequências, glórias e fracassos,
No ínterim delas, introspecções, devaneios, circunspecções,
Ter o céu por cima, a poeira nas estradas, a água por baixo,
No sono dos ventos,
Resquícios do que não fora, do que não se patenteara,
No sonho das brisas nos auspícios da colina,
Vestígios das coisas vestindo nadas,
Côncavas, convexas são as faces do tempo
Na continuidade das utopias, porta-estandartes
Da Verdade, do Verbo,
Vice-versa das ideologias, dialécticas da História,
Das condições humanas,
Re-versar-lhes os traços do rosto que se re-flete,
Pensar-lhes os ideais, quimeras,
Legar-lhes um "Eu" aberto a todas as situações.
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Di-verso o intelecto de existir o mundo
Suprir o que falta, o que é lapso, o que é falha
Nas sendas e veredas das carências, solidões,
Criar o inaudito, o inefável, o quimérico,
Inventar a "Terra da Fantasia",
Regar-lhe o solo, os bosques, selvas, florestas...


#riodejaneiro#, 15 de setembro de 2019#

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