#DO EU-NUNCA, A POIÉTICA DA ALMA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Concílio de deuses entupigaitados
de dogmas e preceitos para o
mergulho idiossincrático nas prefundas
da verdade que nada é à luz
das imperfeições perfeitas do sublime,
será mister enriquecê-la, mostrar-lhe os fundamentos
para torná-la mais desafiadora e fecunda,
das radiantes e resplendentes perfeitas imperfeições
nas trevas do Absoluto que, vazio,
se projeta no espelho ainda não consumados
o croqui do póstumo,
o desenho do perene,
a pintura do sempre
a imagem do eterno,
a escultura do para-sempre,
a música desértica do espírito
quiçá trabalhe com lápis de cor francesa,
os efeitos são esplendorosos,
a imagem do perpétuo, das perfeições imperfeitas do fim insofismável e incólume,
e o inaudito baila saltitante de prazeres
a marcha fúnebre das angústias e náuseas
do eu que nunca re-vela a poiética da alma,
o coração sente o auspício da colina,
querubins contracenam com vôos rasos
a tragicomédia abissal das emoções
multifaceladas de pretéritos do não-ser,
subjuntivos do apocalipse,
particípios do arco-íris das trevas,
gerúndios da noite de divagares, devaneios,
infinitivo cogitar os equívocos,
dispersões, o olhar sereno,
momento de puro êxtase,
sublime gozo da inocência...
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multifacetadas de declinações
do há-de conjugar os genitivos
do instante-limite,
do absurdo,
do nonsense.


#riodejaneiro#, 16 de setembro de 2019#

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