#ENTRE O BOSQUE E O MAR# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA

Amada Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, receba este poema como um Mimo de seu Aniversário Natalício. Seja sempre feliz!

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Longínquo,

O vazio disperso no completo,

O nada espalhado no cheio,

O tempo estala no espaço da tarde,

Vagueio desejo difuso de resplendor

Neste instante de existir o bosque

Tão próximo do mar,

Águas marítimas,

Maresias bosqueanas

São o meu concreto de falar

De reflexos do sol na orla,

Eu, como os instantes,

Acendo-me e me apago,

Na relva de um jardim

Amadurecido de perfume,

Na relva ao redor de uma árvore

O bosque ampliado de solidão e silêncio,

Na orla, o presente é o momento

De vibração do alegre, do feliz.

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Não sei captar o que existe

Senão adivinhando para que mar perdido

Vão os meus ideais do sublime,

Para que bosque

Vão os meus passos comedidos,

Vivo no mar e nos caminhos de vegetação viçosa,

Lugares inóspitos, folhas secas, gravetos

O que surgir,

Apodero-me dos desvãos de mim,

Meus devaneios me sufocam,

Meus desvarios silenciam-me o fôlego.

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Ecos evolam-se sutis do entrechoque

Do volátil segredo, voluptuoso enigma,

Realidade delicadíssima

Que passa a ec-sistir em mim.

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Tenho por dom a paixão das chamas,

Na queimada de tronco seco,

Contorço-me às labaredas

Fico sentado na amurada a olhar

A existência minha começando a existir

Entre o bosque e o mar.

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Pouco a pouco aproxima-se o que vai ser,

Sou é o mundo habitado na natureza,

Sou é a terra onde tudo é de ar,

De maresia, de ondas,

Mesmo sendo abolido o tempo

Minha mão pousa na terra,

O olhar observa ao longe

Montanhas feitas de rocha,

Luz alvar e suspensa.

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Instante de crepúsculo

Entre o sentimento do efêmero,

Entre o bosque e o mar de paisagem lúdica,

O vento me chama,

Consinto as gotas de arte na chuva ,

Festa de sonhos onde brilham estrelas e luares.

#riodejaneiro#, 19 de setembro de 2019#