AS COISAS DE SONHAR NÃO SÃO PÁ-LAVRAS...# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: AFORISMO



As perspectivas vi contra o céu de nuvens claras;
De coisas da con-tingência, não mais tive quaisquer lembranças.
Tive medo...
Relutei...
Consegui alcançar-lhe a mão
Vi-me no meio dos mortos
Que não se sentiam alegres, felizes.
Claridade sem fim tomou-me...
Quê beleza cadente foi essa que con-templei?
Dançamos fado num mundo des-conhecido
Num gesto irreverente, descabido,
Pousei a cabeça no seu ombro
E sonhei... sonhei que com você sonhava
E dançava contigo na ponte do mar
De nuvens azuladas.
Nada sei dizer,
Nada mais.
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Quê beleza cadente foi esta que con-templei?
Cadência de sons que musicalizam o jeito de pensar
O que acende as chamas da vontade de saber,
A querença de sabedoria que preenchem o vazio,
Cadência de ideais que sonorizam o estilo de sentir
O que ascende o fogo dos desejos de verbalizar
A linguagem do espírito que vislumbra constelações
A cintilarem brilhos transparentes do horizonte
Cadência de sonhos a-poéticos a transfigurarem
O espectro lúcido de utopias lavrando o invisível,
Imagens a-perenes sensíveis, perspectivas do sublime ...
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Cadência cadente
O que os olhos não veem, o espírito chameja
Quimeras, ilusões, devaneios ,
A terceira essência de outros princípios,
Tese, antítese, síntese,
Águas, sonhos e fogo
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Cadência de chamas re-luzentes
Luzindo claves, notas, primevos lumiares
Da espiritualidade de preâmbulos luzires
Dimensões do sublime que a verdade
Aporta nos recôncitos, âmbitos, interstícios
Das metafísicas do puro e essência,
Mareia nas docas que a água toca,
Toque singelo de cáritas, kairos de subjetividades,
Labareando de ondas a montanha dos idílios,
Sob as luzes luminosas a corcovarem
Nuances do eterno sarapalhas de areias finas
A acolherem segredos,
A re-colherem enigmas,
A colherem na essência os esplendores da vida.
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Sinto a proveniência natural
E peculiaríssima às reações extras-inter-postas
Dentro dos outros sentidos
Em profundo os abarcam em rejeição
Quando interpenetrei-me nos jogos dos prazeres
Dizem: ser amor!
Ah... momentaneidade desbravadora e inquietante
Que tão quanto as chamas contra o vento
Despreendem das cinzas,
Improvisam o imaginário
Alaboreando as vicissitudes imortais
Nas conjecturações transitórias
E escapes das marcas
Espantosas do susto agudo
Submersos na escuridão profunda
Dos rios e mares
De extremada leveza e serenidades
Causadores das impressões duradouras, transparentes
E excitantes às mentes investigadoras
Do que intriga e dos feitos diferenciados
Das coisas banais
No perigoso acidental da visão
Abrupta e enigmática.
Mas excedente na inversalidade
Estende-se na largura do tempo
E nas precariedades confusas
Artífices da realidade sonhada e material
Para a disponibilização dos compostos
A outras dimensões atemporais
Aos ventos de ontem
Que hoje ventilam as composições idílicas
Sob tênue luar das curvas harmônicas
De encontro à claridade intuitiva
Do que identifica a razão
E o chamado intuitivo em elevação
Neste campo eletrizante de matérias,
Simulacros de vida.


#riodejaneiro#, 08 de setembro de 2019#

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