FLUXO DE VIGOR GENUÍNO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: POEMA



Ruminâncias.
Fervores.
Ardências
Onde a alma ferve de agonias, dissabores
A língua arde nas chamas dos devaneios
Onde os ideais de compreensão, entendimento
De o mundo serem querenças, contradicções
- lugar-comum, retrógrado, brega -
As ideias devaneiam,
Pensamentos deliram as investigações,
Avaliações, convite explícito,
Pura magia da nudez,
À busca de mitos, lendas, causos
Que sejam bússolas de outros destinos,
De onde as chamas que nas achas de madeira
Transforma-lhes em cinzas,
Devaneio da Fênix
Reviveu das cinzas,
Mitos não envelhecem, revestem-se de outras luzes
Lendas não senilizam, velam divinos desvarios,
Causos não escafedem, ateiam
Fogo nas curiosidades dos acontecimentos....
----
Nas achas da madeira, nas cinzas,
A caliência do fruto recolhido,
Da semente plantada, regada
A esperança dentro e fora,
De haver vulcões,
O nada perscrutando, quase que esvaecidas fantasias,
Nas chamas dos princípios, visões do desejo
De serem vertentes da consciência que nas bordas,
Na superfície, no núcleo e pólen das inspirações,
Vê e compõe o calor das inéditas anunciações,
Imagens múltiplas, o que as revela tão nítidas e nulas,
O calor acendendo os delírios da razão,
E do intelecto o calor incentivando inda mais
As percucientes alamedas do tempo
Conduzirem as sofrências e utopias...
----
Alardes
Vozerios
Meiguices irreverentes do nada salpicando o vazio
De ternuras e gestos suaves do abismo
Sarapalhando os sibilos do vento,
Da finesse do silêncio
Eivando a chama a ser alimentada,
Coisas doídas, amargas,
Vertendo lavas que sensibilizam o calor da vida,
Em rotação universal, num só instante
De chama nos desígnios do ser,
A compaixão de o sudário aquecer as golfadas
De frio que perpassam a profusa subjetividade.
----
Princípios que não olvidei
Na passagem, travessia
Do nada ao vazio, mister a chave
Inda que imaginária, a súpera fantasia dos delírios
Mas terra e húmus para o sentimento da amplitude
Para a entrada da quimera e filosofia do ser,
Voluptuosos, ardentes, a ardência de profundos
Ideares, ideias e ideais comungados
À revelia de perquirições
Nada se patenteia,
Oculta-se o silêncio,
Cala a solidão do fenecimento...
----
E há de voltar-se,
Retorno ao curioso espetáculo,
Na obscuridade noturna dos fatos,
A se estenderem as longas horas de persuasão,
Para que me flexione dentre as trevas/traves
A capturar a realidade sonhada e não vivida,
Possuído do cardápio decifratório dos enigmas
Como álibi de morna infusão às retas pré-monitórias,
Inteirado eu na precavibilidade
Legitimando a secreta ligação dos sentidos,
Ao meu próprio subterrâneo
Na elaboração abstrata de incomparável
Realismo aos incidentes casuísticos a inverterem o curso
Irreversível do tempo na adversidade inversa
Das transformações vangloriadas e progressivas
E normalticadas ao que anima e alegra alma e corpo
Na unilaterilidade
Das coisas favoráveis
A sorrirem quando o estéreo
É despercebido e esquecido
Centralizando não menos na luz
Subjetivada, objetiva na/da atração
Para o insecto maripouso no vislumbre
Da visão, até do alazão
No descerro das conotações
Ao posicionar-se neste fluxo de vigor genuíno
E abundante, mesmo que suas partes
Fragmentem-se
No mergulho profundo do rio,
Abstraindo os aleatórios em prol
Das magias expetadas com ouvidos de pedras
Na distração do mergulho sufocador
Do tédio e dúvidas
Nas poucas águas
Deste agosto sem intimidar a poesia
Fragmentada nos sonhos a progredirem-se...
#riodejaneiro#, 01 de setembro de 2019#

Comentários