#INAUDITA DIMENSÃO DO ETERNO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Hoje, não mais, pequeno sou, sou grande,
Ando e ajo com sentimento de ser quem sou,
Até os sapatos de saltinhos de quinze centímetros,
Os famosíssimos saltinhos de agulha,
Sentem que são eles,
Dobrados, tenho os anos da vida
Nas mãos feitas concha,
Onde quer que ande
Buscas me seguem nas trilhas,
Nos caminhos do campo,
Alamedas e becos, estradas de largura mínima,
Vou construindo as veredas
Com os passos e traços que deixo
Nítidos e transparentes,
Esboços e croquis que sarapalho ao redor das margens.
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Busco em mim o ritmo de árias antigas
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Despertando em mim as forças criadoras da vida,
As dimensões dos desejos de saciar a sede de conhecimento,
As vontades da verdade e da sabedoria
Profundas e eivadas de outros infinitos a serem conquistados,
Real-izo a minha íntima essência,
A essência da vida,
Artificio a minha in-audita dimensão do eterno,
O núcleo, o eidos do verbo amar intransitivo.
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Atrás, um sonho se eleva ao in-finito, coro maternal de cânticos sonoros à frente, a utopia da poiésis do verso, alfim é começar no re-verso para atingir o verso verdadeiro, cântico de crepúsculo de melodias silenciosas, canção de aurora de ritmos serenos e suaves, fado de enluaradas noites de lírica romântica, trocas de dedos de prosa nos cantos, recantos, no meio da multidão, nas mesas das barracas na extensão da Praça da Cultura, forró de inverno de encontros familiares, entre amigos, conhecidos, visitantes, regados a churrasquinho e quentão, arroz com galinha, a pinguinha da roça, na nostalgia do passado, na melancolia do porvir, na poesia do momento, na poiésis do tempo, na imanência da alma, na trans-cendência do espírito, do divino e da divinidade do aqui e agora...


#riodejaneiro#, 06 de setembro de 2019#

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