Sonia Gonçalves ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA A PROSA INTERTEXTUALIZADA /**EID-ITUDES ESTÉTICAS DO VERBO-SONHO**/, DO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO, Manoel Ferreira Neto
Reforçando o que já foi dito. Sinto-me fortalecida em minha poética
cotidiana, após ler ambos os textos, da musa inspiradora, pintora hiper
talentosa, do poeta intertextualizador não menos talentoso em sua arte e manha
de escrever com destreza e significação no seu jeito inconfundível, ficou
simplesmente mágico, completo tipo arroz feijão e bife com batatinhas
fritas.Não vejo algo mais trivial em perfeição do que compará-los arroz com
feijão nosso de todo dia, mas que é necessário requinte e amor para diferenciá-lo
e não torná-lo um prato banal. Vocês aqui nesse escrito conseguiram elevar o
sabor da poesia tão trivializada ultimamente a um prato francês super
requintado hipoteticamente falando... Saboreando o sumo das vinhas extraído,
envelhecido nos tonéis de carvalho é isso, sinto como se estivesse tomando o
vinho mais delicioso e caro saqueado de alguma adega proibida. Lindo demais não
sei o que dizer para demonstrar quão embriagada me sinto ao lê-los e essa
pintura, ah essa pintura, ainda falaremos sobre ela Graça, parece eu kkkk amei
demais!!!!Bjão seus talentosossssssss <3
Sonia Gonçalves
#AFORISMO 999/
EID-ITUDES ESTÉTICAS DO VERBO-SONHO# - PROJECTO #OS VINTE E DOIS QUE
ANTECEDEM O MILÉSIMO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA E POEMA
Manoel Ferreira Neto: PROSA INTERTEXTUALIZADA
Epígrafe:
"Na universalidade existencial capta-se e afere-se toda poética,
para que o poema resplenda, ilumine e sacie almas sedentas de conteúdos e
beleza num alento sob o caos do existir." (Graça Fontis)
"A poesia é de ouro e riso e não de cascalho para cobrir a poeira
das estradas" (Manoel Ferreira Neto)
Poesia do nada. Poesia do efêmero. Poesia de nonadas.
O mesmo que rimar "sim" com "capim". Não há
linguística que redima e salve, redencie de nos pastos e campos se alimentarem
dele, degustarem de sua melosa substância, engordando-se dos nihils que
neblinas e orvalhos esplendem ao longo do tempo. Não há semântica que desculpe
e perdoe, justifique que nos lotes vagos ou terrenos baldios não há húmus para
engrandecer as rimas, para edificar os versos, para elevar as estrofes. Não há
estilística que re-vele os inter-ditos que residem profundos na alma do tempo,
o futuro a afluir-ser. O vento não levará consigo ao longo das veredas, largará
para trás, nada tem a dizer, a despertar.
Paráclitos pers de dialéticas efêmeras de horizontes obtusos, pectivas
eternas de uni-versos sombrios, horizontes de trevas e brumas, em cujos - do
alvorecer brilham de resplendor e magia, - ângulos... os raios do crepúsculo
numinam as inspirações escusas, as intuições chinfrins, sonetos, poemas livres
chinfrins, puro nonsense, e, com talentos e dons, sublimes, versos e estrofes
mágicos, quê beleza e esplendor, despertam os sonhos do nada cristalino de
ideais e idéias a criarem e re-criarem os interstícios da alma para a
consumação da vida, cheiro, paz, vida rompem seus domínios inacessíveis,
pré-núncio do ser, mas como o inter-dito das esperanças, entre-linhas das
palavras entre-laçadas da a-nunciação da verdade são juízes lídimos e idôneos
do absoluto divino, os sonetos ou poemas livres do póstumo concebido no eidos
do nada cristalino pervagam nas trevas, vagueiam no espaço de brumas, perambula
no limbo do caos, a alma se re-colhe no re-canto da solidão, con-templando
angústias, tristezas, melancolias, nostalgias, mergulha inteira na cripta da
frustração, simplesmente se prolongou de frustrações e fracassos.
No alvorecer após haver ido ao topo do morro, na pequena ilha onde
residem o casal de amigos, contemplando à distância o mar, no crepúsculo, lá retornara,
a densa neblina cobria o infinito, sedento e claro como cristal rebelado, lá
onde céu e mar parecem unir-se, mas a neve-prata sobre as ondas, platinando
exibições no crepúsculo, trêmulas de virgem feminez, um volver e revertem-se a
conjugarem porto, vento e tempestade, e a quem sabe perscrutar a neblina
cobrindo o infinito do mar re-vela, sobre a língua do tempo, a idade que não
pesa mais que pétalas, o momento da a-nunciação de outras des-cobertas da vida,
a poesia que lhe habita.
A poesia é de ouro e não de cascalho para cobrir a poeira das estradas.
Cáritas pectivas de dialéticas eternas de confins ornamentados de
pretéritos cont-templados à luz do sol desértico que, com suas miríades de
brilhos, concebe o oásis à mercê da distância que passo a passo revela a ilusão
de ótica, húmus, semente da busca, desejo, volúpia do encontro com o sublime da
peren-itude, com a simplicidade da etern-itude, ingenuidade da efemer-itude das
travessias em cujas nonadas sintéticas do vazio e vacuidade habitam a estrela
polar, brilhos estelares tocados pelos ventos do norte, guia dos caminhos da
verdade, inda que passageira, mas átimo do tempo que, de linhas em linhas, no
tecer e tessitura da esperança crocheteia as arribas límpidas, trans-parentes,
trans-lúcidas, trans-lúdicas dos in-finitivos do espírito que precedem,
antecedem, vem antes dos pretéritos da alma a insistir, persistir que são o
alvorecer perene e pétuo-per da essência ec-sistencial do ser metafísico dos
murmúrios marítimos surdos, em cujo espaço resplende o cântico da natureza, das
águas límpidas dos rios que passam de por baixo das pontes, revelando outros
percursos e decursos da continuidade poética da poiésis de novas e re-nascidas
esperanças à luz da lua azul a conduzir a fé, no sentido de ser o húmus das
inspirações e circunstâncias existenciais, às long-itudes do oceano, onde toda
a vida concebe, gera, dá a luz às eid-itudes estéticas do verbo-sonho de amar o
ser, ser o amor.
Poesia da verdade. Poesia do ser. Poesia da trans-cendência-silva da
felicidade que se re-faz, re-nasce nas miríades de raios cintilantes das
estrelas, de átimos brilhantes da lua na iésis dos versos vers-éticos do
pleno-absoluto, das estrelas vers-orais do cântico ritmado do vernáculo bíblico
do tempo em-sendo, por sido da morte além da vida, da vida além das
prenuncidades da divina essência, etern-idade do Ser, Verbo do Tempo, no
fictício cais da memória.
Regressando à casa de meus amigos artistas, estive deitado na rede na
varanda, a pintora sentada numa cadeira, conversando sobre as novas
experiências que vivenciara no topo do monte, manhã de densa neblina. Ouvira
com os ouvidos, escutara com o coração, a descrição das coisas vividas, dizendo
tão simplesmente: "A pintura do quadro que lhe enviarei está viva em mim,
com esta nova experiência sua..." Hora do almoço, fizeram um delicioso
churrasco de picanha, regado com um bom vinho.
(#RIO DE JANEIRO# 02 DE AGOSTO DE 2018)
#A ILHA#
GRAÇA FONTIS: POEMA E PINTURA
Ilha pequena, esquecida
Onde ninguém sabe de ti
Tudo vibra em segredo
Cheiro, paz, vida
Rompem seus domínios inacessíveis
Há nos céus um solstício
de inverno florindo
No chão há cores, brilhos estrelares
Tocadas por ventos do norte
Neve-prata sobre as ondas
Platinando exibições no crepúsculo
Só, solidão, murmúrios
Marítimos surdos
Acolhidos na tépida noite insinuada
Que circunda um rastejar
Lânguido e preciso
Ao se diluir na areia inocente
Trêmulas de virgem feminez
Um volver e revertem-se a conjugarem
Porto, vento e tempestade
Minha ilha não tem porto
Somente, ele, meu mar
Fantástico, translúcido a tocar-me
Sedento e claro como cristal rebelado
Da minha carne, corpo
Eu do teu sal
Em quaisquer sóis
Sóis das quatro estações
Incontida em comunhão
Onde a noite esconde ilhas
A quem não sabe pescar
E
No fictício cais da memória
Não aportou
Nem deu-se ao cântico das águas
Em êxtase
Onde a idade não pese
Mais que pétalas
Sobre a língua do tempo
Aqui e agora, hora
Interpretando solidão.
(#RIODEJANEIRO#, 01 DE AGOSTO DE 2018)
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