#AFORISMO 992/ CINZAS SOBRE MÁRMORE BRANCO# - PROJECTO #OS 22 QUE ANTECEDEM O MILÉSIMO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Epígrafe:


Nas vertentes verbais, equilibra-se no versejar volátil e sincrônico do céu ao inferno a concretização plena e objetivada do pensamento." (Graça Fontis)


"... na plen-itude do ser, o não-ser são as cinzas que esparramei sobre o banco de mármore branco..." (Manoel Ferreira Neto)


Esparramo cinzas sobre o mármore branco do banco no alpendre, frente aos canteiros de flores di-versas e ad-versas, além da grade, a linha da Estrada de Ferro Central do Brasil, na solidão e silêncio carregadas de melancolias e lembranças do vir-a-ser o sonho do pret-érito que irradiaria de luzes fosfor-escentes as trevas e mist-érios do vazio, fornicando com o nada, encapuzado de nonada, re-vestido de travessias do prazer e êxtase, perfeita dimensão libidinosa, a relação sin-crônica com o efêmero acaba-se assim - vazio e nonada fornicando nos interstícios dos instintos a presença eidética do a-temporal - a amizade harmônica da travessia, e há verbo de ser, termina-se assim - engabelando a carne do gozo, tripudiando o verbo do tesão, e no re-côndito da natureza a forclusion íntima dos re-versos im-perfeitos e mais-que-perfeitos sub-juntivos do crepúsculo que brilha de sombras o entardecer, part-icípios do anoitecer que pro-jectam tempo de átimos da continuidade dos segundos habitando os limites-instantes aos confins do espaço de vácuos, habita na alma o desejo voluptuoso do caos apocalipsiando as chamas ardentes do inferno como sudário para esquentar as carências do absoluto, caliências do nada, esfriar os medos do eterno de purgações entre as quatro paredes - se a purgação das mazelas e chulices da vida pret-érita em síntese do inferno na trans-cendência se faz na linguística semântica da pena "ada" atitude de nad-ificar a vida por inter-médio de nihils desde o genesis à consumação do calipse das virtudes e valores, as virtudes e valores do pocalipse-a do genitivo vivencial que muda de cor no fim do arco-íris, também é a semântica linguística, em plena capachidade com as metáforas ornamentais da vida escusa, viperina, utopias e ideologias chinfrins, ação de des-cender o porvir às oratórias do clérigo aos limbos e sarjetas do estar-no-mundo que se re-velou de gerúndios pret-erizados antes da terra, antes do mundo, antes da vida, e na plen-itude do ser o não-ser são as cinzas que esparramei sobre o banco de mármore branco, e neste momento o brilho da lua e a cintilância das estrelas aderidas esplenderam, trans-versejaram, trans-versificaram, con-tingenciaram e contin-versaram a iluminidade, iluminis-cência, iluminismo das utopias dos medos de ec-sistir a verdade, de ser um orgulho das origens perfeitas da etern-idade re-vestida de éticas do divino, pre-ceitos do ab-soluto.


(**RIO DE JANEIRO**, 04 DE AGOSTO DE 2018)



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