#AFORISMO 1029/ - VACAS DAS PROFUNDEZAS ABISMÁTICAS DO NADA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



#EPÍGRAFES:


[Desejo ordenhar-vos,
Ó vacas das profundezas abismáticas do nada!]


E os negligentes caminham a sós
Na solidão da prepotência.(Graça Fontis)


Nenhum segundo, ainda que ínfimo, se passou
Desde a solidão de meus IDÍLIOS COMPACTOS,
Desde o silêncio de minha CONSCIÊNCIA VAGABUNDA -
Nenhum pingo de chuva, ainda que pequeno, molhou
O chapéu posto de viés na minha cabeça,
A mente sem nenhum pensamento, in totum vazia,
Nenhum vento úmido, nenhum orvalho de ternura e afeição
- uma terra de só ensimesmado dia...
um métier de só preclaros VIPERINOS DA NEGLIGÊNCIA...


Agora clamo, rogo e peço à minha ignorância, analfabetismo
Ou como às claras cognominam "Besta da Vaidade"
Que não se tornem inauditos nesse deserto:
Derramai vós mesmos a última gota de tristeza,
Gotejai vosso orvalho nas minhas vestes miseráveis,
Sede vós mesmos garoa para a minha caverna ensombrecida.
Nenhum vento, inda que calmo, soprou poeira
Da amurada da varanda, entre o fim da tarde, princípio da noite,
Enquanto, disperso, fumava o cachimbo,
Vazio de idéias, VAZIO DE PENSAMENTOS.


Oh, ser miserável, ainda desconhece
O significado humano, sentido da vida.
Ordinário,
A vida inscreve a passagem do conflito ao sonho
E a paixão dos loucos, os idílios dos marginalizados
E, ainda, an-alisa a pujança dramática
Da alegria, quando a solidão
Se encontra com o sensualismo
Na real-ização do êxtase eterno do belo e do sublime.
Tempo.
Des-cobertas.
Loucuras.
Perdições,
Alienações,
Lavagens cerebrais,
Delírios des-conhecidos.
Divina dedicação da vida com o MÍSTICO,
E do místico com o EXÓTICO,
E do exótico com o erotismo vislumbrado dos LOUCOS.


Ah, besta de insuficiente sucesso, ainda não encontrou
O sentido da existência.
A vida, ao carácter, dialecto do preclaro e do eminente,
É extravagante e fanatismo
Em qualquer cruzada da paragem da ALIENAÇÃO,
Da aragem do DESVARIO
Até que a criatura desbarate a causa dos DEVANEIOS
Experimentar, da chama, o raciocínio das EXPECTATIVAS.
O esto é o apreciar recôndito que traslada a insânia
E a existência
Sem contenda com o AMOR,
Sem torneios com os preceitos da CARNAÇÃO,
Sem tripúdios com os dogmas da DES-CARNAÇÃO
Por acaso, oh infeliz, adrego já confundiu
O encarniçamento e o clímax
No denotado de sua existência,
ÉGUA DA NEGLIGÊNCIA?!


(#RIODEJANEIRO#, 26 DE AGOSTO DE 2018)


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