#AFORISMO 1015/ NO MAIS ERMO BOSQUE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



É de mãos dadas nos caminhos de nossa vida, minha AMADA E INESTIMÁVEL ESPOSA E COMPANHEIRA DAS ARTES, Graça Fontis, que sinto dentro n’alma abrir-se um novo mundo.


Nítido re-verso de in-versos
Conhecimentos e sabedorias,
Ideais e nada, utopias e nonadas
Não passam de delírios,
Abortos da mente insana
Esses infernos-martírios
Com que a morte à vida engana
Cânticos do sagrado em bíblicos
Desejos espirituais do amor e ressurreição
À luz de imagens e paisagens,
Re-fletidas e incididas
No limiar de todas as esperanças
E de todas as fés
No pleno e plen-itude de uma
Cultura e arte que se abrem
Às estrelas e à lua
Ao SER,
DIVINO.


Linearidade!...
Horizontal-idade!...
Vertical-idade!...
In-vers-idade de re-versos!...


Arauto do invisível avulta pela permanência
O oratório que vibra a fibra adormecida
Verborréia que arde as achas secas no fogão de lenha,
Zaranza que ornamenta as trafulhas das intenções escusas,
Algazarra que tripudia com tramóias as dores psíquicas
É bem que eu ceda
ao meu impulso actual, ou que o resista?
Que maior jus terão sobre a existência,
Parte vil do meu ser, sois vós quem sempre
vem contrastar do espírito os arrojos
Altos assomos d’alma, que haveriam
de me dar a ventura, eis que os afoga
um mar d’interess-{ículos} mundanos
Na plenitude da aparição, da brev-idade...


Nas origens, limiar de interrogações
Adere os sentimentos nos liames das buscas e projetos,
Das idéias e aspirações,
Concilia as emoções nas eidéticas das desejâncias e volos,
Diá-logo de sementes regadas com a água límpida
De fontes puras e singelas,
Monólogo de águas, nascidas além-montanhas,
Além-sertão, nascidas além-solidões-e-silêncios,
Aquém-chapadões, concebidas aquém-infinitos-universos
Terei de ler milheiros de volumes
Para saber que em tudo e em toda a parte
Os homens tem vivido a atormentar-se?
Tenho vivido com os pretéritos nas mãos feitas concha,
Nos pensamentos com a cabeça pousada no travesseiro?
Não havendo senão de longe em longe
Num sítio ou noutro alguém que se/me não queixe?


Transparente vertical-idade
concebe das miríades in-versas
as luzes que iluminarão o deserto de solidões,
das sombras à espera do descanso
e tranqüilidade das labutas quotidianas,
das inseguranças e medos do desconhecido,
inconcebível, inaudito, ininteligível,
Quando audaz fantasia arranca o voo,
brada insofrida: "Eternidade, és minha!...",
o sertão de angústias, desolações,
o pasto de caminhos por onde conduzir
as vacas para o curral,
amanhã cedo o leite para alimentar os homens,
o sil-êncio de querências,
os verbos de utopias e sonhos
de liberdade, de consciência,
de mitos, lendas, causos di-versos;
os uni-versos de presença
se abrirão
às mensagens de esperanças
de outras imagens
de fin-itude e mortalidade,
de outras pers-pectivas
do sublime e do eterno,
de outros versos do UNO
e do SER-UNO.


Hinos de fé e esperanças no tempo - encarnam a ênfase e as volúpias, inundam a alma de outras querências -, de nosso ser serão pedra angular de utopias cristãs, rogando a plen-itude e sublim-idade do eterno “enquanto dure”, nunca é "tarde demais", o sensual greta-se com o suave como para dar melhor acolhida à nobreza dos sentimentos, de outros arrebiques do belo em clássicas manhãs de garoa ou de sol incandescente, de outros nenhures e alhures a abrirem
lent-amente as nuvens brancas dos desejos.


Letras rugem a estranheza que faz desse corpo um corpo, de dentro dessa cela sem grades que encarnam a ênfase escondida sob sete chaves, quando descem das idéias até o ventre e que se apagam quando tornam a subir do ventre para as idéias.


A fome do azul que in-venta o avental,
Tenho poesia e sentimento do mundo,
Tenho versos e visão da vida,
Tenho estrofes nas in-versões da estrutura
Da ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO,
Tenho prosa nos avessos da linguagem e estilo,
Reunir sonhos e in-verdades
À busca de in-finitas inspirações,
Nos mergulhos profundos de verbos e essências
A sede do verde que cria os olhares ao distante,
Ao longínquo,
O mistério insiste em permanecer in-inteligível
Persiste em perpassar os tempos
Nas mineir-icências e mineir-alidades,
Os enigmas persistem em não olvidar
As mineir-ices e mineir-idades,
As essências e o ser delas
Não tergi-versem as sendas
Do aqui-e-agora.


O tempo-boi me deixa vazio,
Acontecendo no acontecer
Que me criva de balas,
Retalha a sabres;
Quero pontuar a alma dos pastos
De meu regresso passado,
Quero marcar boi-tempo,
Tenho de criar palavras para, na forma
Circunspecta, en-si-{mesmada},
Estilo e linguagem colocarem versos na prosa,
Tenho de palavrear angústias e desesperos para,
No ritmo de balada nostálgica, expressar os desejos,
Prosa nos versos,
Comungarem sentimentos e idéias
À busca das verdades que me habitam a alma,
Sentimento da “casquinha” de felicidade e alegrias passageiras,
“Antes o nada, depois o cosmos”,
“O artista é a origem da obra e a obra, origem do artista”,
"Todo ente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por encontro imprevisto"


Às avessas da in-finitude,
Semeando a sempre-viva consciência,
Ética e estética das dialéticas da iluminação,
Acompanhada de vivacidade,
De que saciar as fomes e sedes da humanidade
É con-templar o verbo amar,
De que regar as volúpias da essência do pó-ema do ser
É vis-lumbrar, a-lumbrar, des-lumbrar,
Eidos do son-ema das quimeras
É ad-mirar, olhar de esguelha e sorriso de soslaio,
As notas que se revelam puras nas cordas do violão,
Concebem os ideais do som da verdade ausculte o ritmo,
Trazendo para as palavras o ritmo e a melodia
Dos sonos e sonhos da montanha
Espairecer nas ondas do mar,
Na continuidade das esperanças,
Caminho sinuoso das estrofes,
Na continuidade dos amores.
Na des-continuidade das sensações,
Sentimentos e emoções;
Impulso ir-resistível,
In-efável saudade, encanto in-definível
me levam a girar nos campos florescentes,
ou no mais ermo bosque, onde em silêncio fundo,
debulhando-me à farta em lágrimas ferventes,
sinto dentro n’alma abrir-se um novo mundo.


Lívida horizontal-idade gera de luzes in-versas miríades,
germina de buscas re-versas solidões, concebe de desejos do pleno avessos desertos, chapadões, pampas, abismos, buracos de tatu, cavernas, grutas; germina-gera miríades de luzes em oásis de ser, felicidade.


Ao re-verso da imortalidade, o que aflora da flor na caverna do pó-ema, no pó da caverna da flor que exala o seu perfume etéreo e perpétuo, na montanha da prosa escorreita e erudita, quando os olhos re-colhem e a-colhem no sonho o desejo do amor e do bem, do croqui e das cores performando a pintura, no desejo de encontro, na vontade da Vida inerente à Paz, Compaixão, Solidariedade?


Ao verso de horiz-ontes finitos,
A fadiga do uni-verso faz meu fardo
Ser como pluma,
Ser sentimentos e emoções
Que me perpassam,
Sem que o íntimo se estiole
Em miríades de sim e não
É vinda a hora;
rompa-se a treva cerrada;
embora no arrojo, embora,
meu ser se resolva em nada.


Ao in-verso do absoluto, esquenta na memória o que surpreende a in-finitude das expectativas do encontro e das experiências, o perfil das iluminações, a claridade da transformação, a visão do rio que faz o curso sem sair do leito, a consciência da origem que rega continuamente o desejo de perpetuação, sempre revelando verdades inconscientes, sempre a-nunciando outras buscas, querências
à luz de outras letras, eivadas de mentiras, que despertam a luz das verdades, isto é literatura, isto é o ser em que acredito, dispus-me a erguer a bandeira da morte por ele.


Vívida linear-idade
Geo-metriza a noite,
Cristal-iza a passagem
De seu tempo
que germina,
gera outras perspectivas,
Eivadas de traços e cores,
da aurora, da continuidade do dia,
diante das situações e circunstâncias
de todas as contingências,
árduas labutas, cansaços e problemas,
ao crepúsculo,
grávidas de sorrelfas e in-verdades,
de idílios e fantasias,
de quimeras,
sonhos do verbo
“PERPETUAR”...


Utopias de realizações e prazeres,
Desejos do pleno e sublime,
Da Verdade e da Vida
Concebem outras imagens,
por vezes nítidas do in-finito
das querências nas ad-jacências
dos limites e trans-cendências
dos contingentes liames entre
o lícito e o ilícito, entre a máxima latina e o adágio,
a verdade e suas in-verdades
de percepção e análise,
das utopias que habitam o espírito,
por vezes en-veladas do uni-verso
de equívocos, clar-itude de silêncios,
nas linhas ilimitadas de idílios e devaneios,
na vers-ificação espontânea e livre
de outros amanhãs, de outras veredas.


(#RIODEJANEIRO#, 19 DE AGOSTO DE 2018)


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