AFORISMO 1027/ O HÁ-DE FLUIR PROCRASTINA O SOSSEGO# - GRAÇA FONTIS: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Res-pondam-me, Anjos do Senhor, o que habita no amor além das luzes da paz, das realizações, da felicidade, do prazer?


Sucederia que, ao final deste dia,
O há-de afluir procrastina o sossego,
Preterindo quimeras de ser – da – eloquência,
Hipoteticamente brotando
As pétalas do devir em rosáceas,
Cujos odores extasiam
As crenças solares do ultra,
Cuja pulcritude da alma,
Guarnecida de espírito,
Arrebata as intuições,
Sobrepujados de argueiros e fantasmagorias
Às azémolas do perene,
E o rigor do limitado
#De literaturas exaram
O póstumo título do "Ente",
Preceitua a lápide da origem
Entrada ao anteriormente era a eloquência
De poesia abrem entalhes
Nos troncos das árvores a identidade própria,
Cognomeando-a "saída posterior às ausências
Da palavra e da espiritualidade, nela, que habitam...#,
Após a carnação,
Carnação dos temores,
Carnação dos despojados,
Carnação das ansiedades,
Carnação das melancolias e taciturnidades,
Carnação dos piáculos, escapadelas,
Carnação das inculpas, contrições,
Carnação das responsabilidades, pernosticidades,
Só os amásios das favilas
Engravidariam as ociosidades da "veras"?


Sendas de melancolias, Anjos do Senhor, projetando édens de re-cord-ações enoveladas de pers-pectivas da inocência que con-templa, no eidos do tempo, a felicidade plena de verbos tecendo de versos as metáforas do amor e do bem, metáforas moventes de semânticas do eterno, nas linhas horizontais do além, nas margens verticais das estradas de poeira, a ingenuidade do ser perpétuo de imagens que bailam nos re-cônditos da alma a sinfonia sin-crônica, harmônica das con-tingências que se esvaecem, das trans-cendências que perpassam por entre os dedos de neve do tempo e dos ventos, sobrevoando o silvestre de campos idílicos habitados de estesias do alvorecer sob a esperança do Ser, EVASÃO DE SENTIRES - SILÊNCIO DO SILÊNCIO, silêncio de uma alma só, de puro êxtase! 


Veredas de nostalgias, Anjos do Senhor, trans-elevando nas asas leves do verbo de proscênios ampliando a visão da cortina que se abrirá e no palco das linguísticas diáfanas do sonho a performance do uni-verso sob a luz das poiésis do divino tecendo de espíritos a essência das fontes de águas cristalinas, em cujos itinerários de travessias lua e estrelas são guias para o in-finitivo infinito e inaudível do silêncio que a-nuncia as vozes do tempo, vozes de rogos, vozes de clamores, vozes antigas de verbos do prazer da paz e liberdade, vozes de desejos e vontades do ad-vir revelado de lembranças in-transitivas do genesis e apocalipse.


Alamedas de saudades, Anjos do Senhor, do que fora a plen-itude perpassando nas bordas da pureza sensível, tecendo estrofes sin-estéticas do ser atrás do espelho dos cosmos, re-n-"ov"-ando de pectivas as éresis do absoluto perfeito, as iríadas efêmeras do nada obtuso que origina o caos do vazio esplendido de vácuos, res-plendido de abismos da solidão de cem anos perpétuos, cem anos em cujos tempos efígies do tempo eivadas de saudades, ausência do sentimento presente que se nutre do vir-a-ser da vontade do encontro, re-encontro para o re-nascimento de outras esperanças além dos instantes-limites, aquis-e-agoras, além do que trans-cende quaisquer trans-cendências, e outros inter-ditos de inauditos mistérios pres-"ent"-ificando o espírito que jorra a alma na fonte da vida em estado de concepção da carne e do verbo, das dimensões trans-subjetivas do corpo que figura o movimento de gestos e passos à luz diáfana e trans-lúdica do puro.


(#RIODEJANEIRO#, 25 DE AGOSTO DE 2018)

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