SONIA GONÇALVES POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE À ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO POEMA "POESIA ADORMECIDA", POR MANOEL FERREIRA Neto




Uma análise que me deixa sem palavras mais uma vez, Manoel Ferreira Neto, acho que você tem uma conexão muito profunda mesmo com o mundo literário, Manu. Realmente, se em minha poesia consegues ver todo esse conteúdo odissaico, enaltecer assim minhas letras... Faz-me sentir ainda mais prazer em escrever e mais que isso, sinto-me eu a própria odisseia escrita. Só posso lhe agradecer. E analisar eu seu modo, sua visão sobre minhas letras. Suas palavras finas com muita percepção e sensibilidade, realmente você sente o que lê e não digo isso porque falou inspirado em meu texto não, digo isso por toda sua obra de qualidade indiscutível! Obrigada sempre, meu querido amigo poeta, escritor, Manoel Ferreira Neto. Paz e muita Luz de inspiração na sua vida SEMPRE!!! Bjos pra vocês, meus dois queridos.


Sonia Gonçalves


MANOEL FERREIRA NETO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA A "ODISSÉIA EM TOM MENOR" #POESIA ADORMECIDA#, DE Sonia Gonçalves


Definir a poesia do sentimento, o sentimento da poesia, os êxtases da alma nos interstícios dos sons do poema... Quê árdua tarefa! E a poetisa, Sonia Gonçalves, sente profundo, lá nos recônditos da alma o desejo de dizer em verso o que lhe habita o ser-poético, o "eu-dos-sonhos-e-as-utopias", sentindo no âmago que a poesia se faz na continuidade poética das utopias do Ser, "... Escrevendo nas folhas verdes a linha branca...", nos "sonemas da esperança" a sonestesia da paz, a prece dos Ventos, a oração da Flor, "... dos amantes enluarados".


A poetisa é conduzida pelo poema, "Sou poesia amor que é vibração", como a poesia é conduzida pela poetisa, "Ver uma poesia estendida em versos cálidos..." A palavra se espacializa, sonoriza-se, e se trans-forma, torna-se súplica de amor. A poesia é a própria poetisa, "... isso me faz poesia...", o próprio caminho e o trânsito próprio, "sentir amor e ouvir o cantar dos grilos..." Evidentemente, essa poesia é sinônimo de caminho para o "eu-poético", verbalização do trajecto, temática do poeta-viajante ou da poesia-transporte. Ela já estava latente na Ilíada e na Odisséia. Para Virgílio, compor é "fazer-se de vela" e toda vez que se chega ao fim da obra, recolhem-se as velas, "Paralelamente faz-me corresponder e compor...'


Assim, a poetisa Sonia Gonçalves desce aos recônditos, interstícios da alma para conquistar o amor-vida, saborear a vida, um "descimento" que flui pelo tempo e espaço, uma odisséia em tom menor, quase silenciosa, neste trajeto de verbalização do Eu-Poético.


Manoel Ferreira Neto


(Imagem escultura (Yves Pires)


Poesia Adormecida


Sou poesia amor que é vibração...
Ardor de a dor guardar para si só sensação
Adormecer em fronhas com cheiros de lírios
Sentir amor e ouvir o cantar dos grilos


O sibilar do vento em som agudo
O criar de tudo em criado mudo
O som dos passarinhos calados
A prece dos amantes enluarados


Isso me faz poesia ser adormecida
Despertar em lentidão das profundezas
Abraçar o mundo e suas incertezas
Saborear a vida um pouco mais atrevida


Equiparando o sempre que é ar de amor
Arde amor em minhas entranhas vias
Margeia com fusão rende-me ' alma ás poesias
Paralelamente faz-me corresponder e compor


Estranha confusão forja-me 'alma são complôs
Uma conspiração das chapadas místicas e platôs
Em absoluta resolução traçada em comum
Laudas rabiscadas famintas de amor e profundo jejum...


Ver uma poesia estendida em versos cálidos
Em meio ao vapor dos hálitos sedentos
Composto uniformemente por matéria onírica
Escrevendo nas folhas verdes a linha branca


Uma poesia transparente que súplica
Que o amor seja como sempre antes...
Tão vital como águas para elefantes...


Som Dos Poemas
SÔ POESIE "Son Dos Poemas"


(#RIODEJANEIRO#, 23 DE AGOSTO DE 2018)


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