GRAÇA FONTIS ESCRITORA, POETISA, PINTORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA O AFORISMO 1008 /**OUTRAS CLAVES E NOTAS PARA O SOM



Dizer: belíssimo!... Acho pouco, o Escritor tonifica as palavras à mercê de sua própria contemplação bucólica na conclusão de uma linguagem proporcional dentre sombras e luzes contidas em seu próprio código, cuja [a] chave de compreensão devemos encontrar e adjetivar adequadamente suas mensagens positivas, sadias e construtivas em que os signos articulados são humanos em formas e conteúdos indissolúveis, nisso está a consistência de sua força e conteúdo, experiência única do conhecimento e interpretação do real no núcleo dialético de seu período repleto de contradições e confrontos, bem assim seu dialogar, colóquios e suas falácias... em que foge e desprende-se dos preceitos para em seguida esbanjar liberdade na extração do abstrato, abstraindo concretos incômodos do passadismo à transcendentalidade verbática, quanto seu sentir dentro de seus mais delicados e complexos impulsos íntimos para alfim tocar a sensibilidade alheia numa orgia colorida de aceitação, dentro deste palácio de sonhos, só seu, particular, que faz questão do partilhamento ostensivo e intenso, atraindo e sucumbindo todos nós, como libélulas atraídas pela luz, com sua expressão pura, literatura feita arte das vivências vivenciadas na mágica da estética pictórica onde a verbalização incumbe-se da cronia num palavreado em que o tempo tem pressa dentre as tantas diferenças audíveis e inaudiveis, ininteligíveis, elementares, quiçá a eternidade cumpra o papel de aperfeiçoadora de todas as defectividades; o que significa a nós, apenas escutá-lo e nos conscientizarmos de que o conhecimento, sim, é possível através da arte de escrever, a que para nós, sua compreensão não necessita de códigos auxiliares, já há fidedigna/verdadeira tremeluzindo desejos e êxtases seus e de outros quanto percalços desérticos e vazios d'alma, que ilumine assim, toda espiritualidade ainda interdita a todos que possa alcançar!


Encerro por aqui essa minha falácia, sempre aquém do que poderia ter dito proporcional à grandeza do aqui contido a ser desbravado, se por falta de tempo? Talvez falta de palavras que alcancem a dimensão da mensagem! ... Parabéns meu querido Escritor!


Graça Fontis
#AFORISMO 1008/


OUTRAS CLAVES E NOTAS PARA O SOM#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Colóquios. Monólogos. Falácias.


Cronias de palavras.
Tonias de vernáculas metáforas
De cujos interstícios abissais
Re-colheram e a-colheram sêmens do verbo,
No tempo - o tempo tem passos largos
e leva nos ombros tantos agostos
que não sobram horas
para caminhar na orla marítima,
à mercê do sopro do vento -,
Continuidade de esperanças,
Sonhos, ideais da perfeição e verdade,
Movendo desejos, vontade, volúpias,
Re-fazem os idílios e fantasias,
Segredos da terra escura,
Ventre de orvalho,
Útero de garoas,
Redonda rosa de água,
Realizam o eidos da vida,
Enquanto o junco, abaixando-se,
Espera passar o vento forte da intempérie,
Ultrapassam os pretéritos sentidos da morte,
Infantilices do nada no além,
Larguei de mão as parábolas sagradas,
Deixei as hipóteses devotas,
Exilei-me no canto de silêncio,
O canto é um refúgio
Que me assegura um primeiro valor do ser:
A imobilidade,
Ponho em foco visões de olhos fechados,
De fazer brotar cores e formas
De uns alinhamentos de
Caracteres alfabéticos negros
Sobre uma página branca,
De pensar por imagens,
De discernir diferenças de audição
Entre um som e outro.


A vida é eterna e efêmera,
A vida são verbos perfeitos e defectivos,
Minha sina mais perfeita
Espalhou-se no bosque,
A morte é nada,
A morte é imbecilidade,
Lei do menor esforço para não mergulhar
Nas prefundas do ser,
Nos recônditos do tempo-verbo.


Se se olhasse com os linces dos olhos a morte, o que nela nos incomoda, irrita, angustia, entristece, ter-se-ia muitas dimensões da vida para tecer as quimeras em toda a sua plen-itude.


Olha-se a morte através do prisma do nada, ressurreição.
A noite pervaga na cintilância da lua e estrela, os verbos do ser vagabundeiam nos terrenos baldios, nos becos e alamedas, nos becos sem saídas, idealizando um boêmio dedilhando as cordas do violão, mimo para a amada de quem as saudades são inomináveis, imensuráveis, solsticiando sons de silêncios ad-vindos de alhures...


Perfeitos sudários que velam as carências,
Angústias e náuseas,
E no amanhecer os raios de sol
Abrindo as venezianas, concebendo
Outras sendas e veredas para a imagem,
- espécie de emulação nas surpresas
Que excitam a consciência
E a impedem de cair no sono -
Ainda que embaciada de momento,
Reflita-se no espelho po-emático
Son-emático
Dos horizontes e uni-versos,
O além des-velando os capuzes
Do desconhecido e mistérios,
Arte pela arte,
Re-velando a face límpida e trans-parente do
Inner e telos do eterno depois de quaisquer
Perpétuos da eternidade contingente.


A contingência do eterno de luzes e sombras, de alvorecer e crepúsculo, de encontros e des-encontros no porto do que há-de verbalizar as dimensões do pretérito protelado ao indicativo do perene.


A alma refestela-se
Na solidão do uni-verso de
Noctívagas inspirações e
Volúpias voláteis e volúveis
Aspirando o cheiro pequeno do orvalho
Que cobre a natureza com o espírito do sensível...
É espalhando a tinta
Que se descobre
O fascinante mundo da abstração,
O real invisível.


Quem sabe até não teça um soneto intransitivo de verbos perfeitos jubilando e re-verenciando as tessituras da estesia em pleno conúbio com a verdade do mais-que-perfeito do prazer seduzindo a felicidade com os brilhos ofuscantes, tremeluzidos de desejos e prazer, vontades e êxtases, no Hotel Safo de peregrinos em direção ao que trans-cende, supera, suprassume o deserto de oásis voltado ao arco-íris, de confins às arribas, de nonadas aos perpétuos efêmeros que esplenderão e in-lumiarão os interditos da sensibilidade, o theos da espiritualidade...


(#RIODEJANEIRO#, 16 DE AGOSTO DE 2018)


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