#ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA O AFORISMO #ENTRELAÇAMENTO NUPCIAL DOS VOLOS DE VERBOS#
No aforismo de Manoel Ferreira Neto “ENTRELAÇAMENTO NUPCIAL DOS VOLOS DE
VERBOS# , não deixa de ser uma critica à sociedade em que vivemos…tentamos
idealizar para esquecer o real…elegemos viver na cegueira do que na realidade
que nos cerca…
Na realidade que está disposta a devorar-nos, as criaturas optam por
habitar no planeta de quimeras, devaneios e embustes, possuir seus vilões, seus
príncipes, predestinas e gnomos... Encaram até mesmo os dragões... Não desejam
associar-se com a insensibilidade dos humanos, esses que arruinaram a
gentileza, que habitam um embuste, que meramente aprisionam-se a desaires ...
Esses mesmo que desprezaram o berço, que não se afagam em nenhum compasso em
nenhuma dança... Porque bailar é malparecido, todo o mundo observa, isso
enfraquece o ser, e nesse caso se silencia... E vai prontamente para o dito
verídico e omite tudo que é legítimo... Quedam no mundinho do aparentar onde
ainda pensam ser crianças, onde emalam nessa agitação, onde toda a humanidade
acha piada, onde avaliam. Mas quem for ser de verdade não embala nessa
hipocrisia... Tentam vencer os dragos que estendem fogo por todo o lado.
Quando se cede a agnosia de lado, e começa a contemplar o mundo sem
caprichos, quando estacamos de afiançar nas falsidades que nos narraram na
infância, compreendemos como putrefacto o planeta é. É uma contenda de egos,
impelidos por anseios ocos, onde as criaturas não vivem para si, mas para os
distintos. As criaturas convertem-se coisas de expugnação, onde ninguém se ama,
e nem se honra. Um mundo onde não permanece firmeza, somente criaturas ocas,
que possuem pavor das inerentes silhuetas. A insensibilidade já reina, o afecto
cedeu de permanecer, somente jogo de proveitos. Criaturas desleais, instigadas
por suas fés, transportadas ao extremo apedeutismo, onde não se estima coisa
alguma, nem a si. É assim que enxergo o planeta, um ludo de pânico, que resido
brincando para no termo não auferir ninharia em permuta.
Tal, como interpreto através deste aforismo, que o escritor o verá
assim…a hipocrisia e a cegueira imperam.
Ana Júlia Machado
Hoje mesmo estive a dialogar com minha esposa e companheira das artes
que vivemos num mundo onde a margem das coisas e dos homens é o mais
aconselhável. A solidão não é nenhuma tragédia, não é nenhum calvário. Cantam e
decantam a "inteiração" entre os homens, mas isto não passa de
sensacionalismo, de comédia chinfrim. Por mim, não participo de
sensacionalismos, de cantações e decantações disto e daquilo, vivo à margem.
Enviaram-me vídeos de pedido de participação para impedir a candidatura do
Lula. Roguei à pessoa não enviar mais vídeos, vivo à margem das coisas e dos
homens. Quem é suficientemente tolo para se envolver nas cositas da
virtualidade? Não sou tolo, tenho as minhas dignidades e honrarias. Todas as
hipocrisias e farsas se refletem no espelho da virtualidade, com efeito não
exponho a minha cara neste espelho.
Sua análise está divina, de excelência.
Beijos nossos a você e à nossa netinha Aninha Ricardo.
Manoel Ferreira Neto
#AFORISMO 1004/
ENTRELAÇAMENTO NUPCIAL DOS VOLOS DE VERBOS#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
VOCÊ...
... projecta utopias, sonhos, esperanças
espera sentado no toco de madeira que o tempo patenteie;
... cria desejos, vontades, querências
não os con-templa, perscruta, questiona, indaga, perquire;
... sonha a felicidade, o prazer, a alegria
olha com olhos frios e secos para o universo;
... con-templa o belo, o estético, o absoluto
ausente, isento do desejo de re-colhê-los, a-colhê-los;
... inventa o eterno, o pleno, o uni-versal
simplesmente brinquedo para passar o tempo;
... anda sozinho entre os homens,
apenas para dizer a si próprio que vive à margem;
... pers-cruta o in-finito, o in-audito, o silêncio
não os com-preende, entende;
... in-vestiga as dúvidas, as in-seguranças, os medos
não tem a mínima consciência da razão desta in-vestigação
... re-nasce das experiências, vivências, labutas
nada real-iza com elas;
... escreve poemas ao futuro, à eternidade, ao além
pensando nas glórias, louvores, poder;
... é o passado, o presente, o futuro
mas onde está o desejo de criar o destino?
... são o nada e a nonada,
sente-se superior, supremo;
... tece esperanças, desejâncias, liberdades
para preencher o tempo e fugir das dores e sofrimentos;
... são ausências, faltas, falhas
nada faz para alcançar outras dimensões latentes da alma;
... ausculta murmúrios, sussurros, vozes nítidas
não os des-nuda, des-vela, des-venda, de-cifra;
... degusta um bom vinho, churrasco num banquete
para dizer que está rodeado de amigos, inteirado;
... bebe um Jack Daniel´s, dialogando com amigos no
restaurante grandes assuntos ou ninharias,
para mostrar importância, erudição(baixaria);
... sente prazer, gozo, clímax num encontro íntimo,
mas não se entrega, não comunga os sentimentos com o
outro;
... se angustia, se entristece, se nauseia
está eminentemente em dia com as condições existenciais;
... ouve os sons do universo, os cânticos da solidão
para dizer que tem "ouvido de cães";
... atravessa as pontes, contorna as curvas
só para andar ao léu e a esmo;
... delineia o amanhã, você burila o futuro,
para mostrar inteligência, sensibilidade;
... ornamenta o vir-a-ser, o há-de vir, o ad-vir
quer ser reconhecido como artífice do tempo;
SE AMANHÃ HOUVESSE...
... de numinar o ipsis das metáforas da plen-itude que re-versa o além
das con-ting-ências com os confins do abismo, quando a re-novação das
esperanças se faz no entre-laçamento nupcial dos volos de verbos cujas
gerências são lumes da dialética do nada e ser, na koinonia simbólica dos
latinos lácios do in-fin-itivo circunvagado de versos e estrofes do perpétuo
nada, poiésis e poiética da linguística pura e prática do vazio, poemática do
absoluto!
Como se sairia, hein?
Alvorecer de hoje visto sob os linces de amanhã, visão do imperfeito
subjetivo das quimeras e fantasias, perfeição do indicativo que verbaliza os
particípios do tempo idealizando as peren-itudes de arribas em pleno baile de
balalaikas e fados de nostagias e melancolias, saudosismos.
Como reagiria sentindo e pensando isto?
Meu amigo, você é parte integrante da alienação, da cegueira, das
ideologias dos tempos atuais! Vive nas trevas!
(#RIODEJANEIRO#, 13 DE AGOSTO DE 2018)
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