**LETRAS SEM SOMBRAS** - PINTURA: Graça Fontis/POEMA: Manoel Ferreira Neto​


O homem é tão efêmero que,
mesmo onde está
verdadeiramente seguro da sua existência,
cônscio de sua liberdade e utopias,
ciente de seus volos,
no único lugar em que sua presença produz
uma impressão real,
ou seja na melancolia,
no coração daqueles que lhe são caros,
mesmo aí deve apagar-se
e sumir o mais depressa possível!...

As letras sem  sombra,
as linhas nítidas e transparentes,
as margens... ah, quiça dádiva,
incididas de esperanças,
a cada passo, outras palavras
iniciam as intenções, prospecções
do eterno às fábulas do belo e beleza,
o brilho do estilo,
de uma extraordinária intensidade,
impõem-me uma leitura
completamente renovada da Vida,
intensamente inovada dos ventos do Ser,
muito próximos, pela sua simplicidade,
à dos alucinados e pervertidos.

É na luz radiosa
dos primeiros dias de
Primavera
que descubro o sentido de meu novo rumo,
o caminho a seguir daí em diante. 

Campus de silêncios de palavras
- travessia, passagem de sendas, veredas -,
A expressão do tempo na face
Tocada pelo horizontino belo...
Campus de ideais trans-cendendo os templos,
Que imagem a se a-nunciar
Na colina,
de onde con-templar a
Imensidão?...


(**RIO DE JANEIRO**, 26 DE FEVEREIRO DE 2017)

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