#AFORISMO 350/VOLÚPIA LÚDICA DO SER VERBO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Nada
Mais intenso que o amor paixão
Nada
Mais inspirador que a graça-amor
Nada
Mais esplendente que a cintilância do espírito
- verbo-de-ser -
Nada
Mais mágico que a performance de danças e contradanças
Nada
Mais espetacular que o nada nadificando o nada,
Encontrando-se a si mesmo
Nada
Mais revelador que a dimensão do divino
Iluminando o baldio das sinagogas do eterno
Nada
Mais po-ético que o sentimento da cáritas
Vers-ificando de sensibilidade o in-finito do Ser
Ins-crevendo de dimensões do espírito o in-fin-itivo do Verbo,
Manus-crevendo de inconsciência os desejos voluptuosos
Nada
Mais sublime que o espírito da po-iésis
Concebendo de orvalhos a verdade da entrega
Nada
Mais perfeito que a imperfeição contingente da felicidade
Delineando de cores vivas as buscas do paráclito
De prazeres, êxtases, volúpias, estesias
Nada
Mais estético que o amor à verdade do verbo
Uno e Verso que se projetam no outro de carências e solidão
Nada
Mais trans-cendente que a contingência de dores, sofrimentos
Projetando-se no limiar do espelho a imagem dos êxtases divos.


Se hoje é a inspiração do belo,
Que reduz o horizonte de límpidos raios do Ser,
A vida metaforiza, literaliza o momento de divin-itudes
Se hoje é a verdade do amor paixão,
Que seduz o celeste de nítidos nulos do absoluto,
Prazeres, alegrias entrelaçam-se nas rodas-vivas
De sabedorias e sapiências, atingindo o supremo
Silêncio..., essência-eidos do espírito sereno e suave
Que vislumbra, visualiza o inconscientes de sinagogas
À luz brilhante de genesis dedilhada nas cordas
Do violino, recitando o cântico dos cânticos,
Poetizando o amor paulino.


Se hoje é o templo imperfeito de mim,
Recebe a iluminação do verbo e fonte de águas
O abismo que anuncia o perene,
Alvorece na soleira da montanha,
Amanhece no limite dos pampas,
Desperta no limiar do sertão,
E sou o absoluto do nada à luz
De todos os sonhos, esperanças que em mim trago dentro.


Se hoje é a inspiração do amor paixão
Alimento-me nos interstícios de minh´alma
Da seiva da estética dos desejos, vontades
E plenifico a querência da omnisabedoria
Nos braços abertos da volúpia lúdica do ser verbo.


Não o nada nadificando o nada, encontrando-se a si mesmo,
Não o mesmo nada nadificado de encontros,
Não encontros do nada nadificando o nada de encontros...
Nada outro de outro nada
Simplesmente...


(**RIO DE JANEIRO**, 01 DE NOVEMBRO DE 2017)


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