#AFORISMO 391/VEREDAS DE CHAMA E INTELECÇÃO# - PINTURA: GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Transo a agreste açuda de verificação, laborando aqui e ali, cobiçando o que aprazivelmente me reside; enfim, quem não se acha a si defronte de homem dividido em dois que intenta unir as duas sémis, da sorte ao cálido de malícia, ao agre maldizente caminham as concepções de acepções, vis-à-vis, entendimentos acerca do futuro?


Isto sem interceder na construção, representações, pensamentos, quimeras, a partir de escutá-las falarem as realidades, ascultá-las pulsando as con-tingências, e vede o fundamento de, enquanto concebo, escutar melodias sei espertam sensibilidades e sensações penetrantes, mesmo não os divisando, a hegemonia da intelecção intervém.


Abalo rápido pelos locais de passagens e confortáveis de veredas de chama e intelecção, anelos e intenções, excessivamente enorme sob o mirar dos homens, indivíduos, cidadãos, isto é, sob o examinar do distinto.


O livro, alegação e comparsa de anseios e devaneios, - que sabe ele do que será, ele que não sabe o que é? Ser o que pensa? Ser o que fora inspirado a ser, projectado a ser? Pode ser tanta coisa - seria o confrade de todos os instantes. A prática da aliciação, atualmente, está em decurso: relaciona-se de erudição se subsiste uma apenas postura neste universo adulterado de que consiga falar serenamente: fui eu que o fiz.


Admito as atuações, incumbência, ambição de independência e escrúpulo? Mas não se converterão distintos ao concretizarem-se? Não existirá distintos que os procedam em minha vez? Outros que me são mais prediletos do que eu e que se nutrirão de minha seiva. Experimentar-me-ia legitimado se ao menos mourejasse genuíno, inédito, não carregasse exclusiva situação além da probidade.


Esse forasteiro, na consciência, sentenciou a conduta, rotinas, princípios, escuta os berros do bando que lhe reside, agrilhoas e cadeia de argolas aguilhoam nas ossadas. Não prevejo outro jeito de atuação, por quem sentenceia a presteza e contesta pronunciando somente me responsabilizar mais e mais – magnífico, não se pretende outro facto salvo cerrar as entradas, as chaves arrumo-as em mão - salvo presentear as costas, escanganhava as apreciações em cantos, tascas, sacrários. Competem-lhe o panegírico de suas conveniências e idealismo, a crítica aos distintos.


O arco da velha acaba sendo incapaz de explicar condutas e atitudes do homem. Termina por ser ridículo, imbecil, objeto de chacota. O arco da velha que significa o absurdo perde a hegemonia da absurdidade diante de alguns homens, ultrapassam todos os limites do absurdo.


Imaginação fértil... Quê esplendor! De se lhe tirar o chapéu, com aquela pompa de reverência! Grandes obras podem ser feitas com ela, obras que servem à humanidade por sempre, realizam a pessoa em todos os níveis.


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE NOVEMBRO DE 2017)


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