#AFORISMO 371/YALAS UNI-VERSAIS DO IN-FINITO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Gotículas de orvalho nublando a vidraça da janela, a madrugada custando a passar, o alvorecer distante de primevas luzes, raios do sol, nada de olhar perdido no longínquo das yalas uni-versais do In-finito, elencando sentimentos e emoções que nascem puros, mostram-se límpidos e cristalinos, pres-en-ficam-se sublimes e singelos, re-nascem outros, re-velando a presença da sede da perfeição, querência do sublime, desejância do que trans-cende o eterno, do que trans-eleva as soleiras do absoluto, solsticiando o além de imagens do perpétuo que se dista à mercê dos ventos do tempo, mostrando outras dimensões a inspirarem a entrega lúdica, sementes do sonho de outras conquistas e glórias, de outras real-izações, e em consequência a alegria e felicidade, húmus da fé que esplende a todas as con-ting-ências e forclusions as iríasis da verdade que enaltecem e enobrecem, tornando o vir-a-ser de todos os verbos que conjugam as nonadas do nada e as travessias do efêmero com os in-fin-itivos do não-ser à luz inter-dita das ipseidades do a-temporal, do in-temporal, com as in-fin-itu-idades do ser sob, às cavalitas, da poesia simbólica do místico que namasteia os re-cônditos inters-ticios do ab-soluto, com as numinosas ilíadas do divino, divin-itudes de ex-tases líricas das poiésis do sublime, do poema simbolista do mítico que exala de versos e estrofes os sons do há-de ser, sem métrica, sem rima, o espírito lendário que per-corre os rituais pers-vestidos de yalas dos mistérios que são pedras angulares para as esperanças na fé serem espectros de paisagens na jornada sem limites, sem fronteiras, as buscas do saber, da sabedoria, a fé nas esperanças ser o porta-estandarte do silêncio, da solidão, alteridades do ser-aí, do estar-aqui, vers-ificando, vers-ejando, dividindo as palavras, tornando-as categorias ontológicas, fenomenológicas, alhures de além que não são se mostrados no lampião de luz que ilumina a noctívaga madrugada que se passa entupigaitada de cáctus do imaginário perscrutando os lírios da sensibilidade e inspiração à busca, querência, desejância do simples sentir, emocionar, sensibilizar com as yalas de ritmos, melodias, acordes, pers-crevendo, ins-crevendo, epigrafando nas páginas da estética poética, poesia da estesia, sorrelfas idílicas, oníricas do espírito lívido e trans-parente do inaudito, harpas do genesis, cítaras do além, violino do nada, guitarra do efêmero, instrumentos, quiçá utensílios do In-finito.


No alvorecer, após esta notívaga madrugada de lenhas na lareira, as gotículas de orvalho nublando a vidraça da janela, entregue plenamente, a questão do infra-silêncio colocada à luz das margens sem pressa no ser da liberdade.


(**RIO DE JANEIRO**, 07 DE NOVEMBRO DE 2017)


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