#AFORISMO 378/PERS-CRITOS EPITÁFIOS - PRESCRITAS EPÍGRAFES# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


???...


Pers-critos epitáfios per-formam o tempo - "Jamais esqueçais de que a morte é um futuro in totum mistériosa e obscura" "Só a morte diz a si própria; tudo o mais são verbos de pretéritos conjugando perfeições e imperfeições, im-perfeitos sonhos de futurais vires-a-ser de esperanças, perfeitas sorrelfas de con-ting-entes angústias e tristezas que per-vagam perdidas nos alhures, no In-finito re-fazem-se silêncios perambulando efêmeros e nada, travessias e nonadas, re-nascem solidões originando, concebendo sentimentos e emoções vazios."


Prolixos e herméticos, solidão e silêncio, nada de in-fin-itivos solsticiando o limiar do horizonte, nada de regências verbais velando a soleira do uni-verso em instante de sedução do vazio ad-nominado ao abismo para os abissais genesis do vento sibilem, nada de concordâncias nominais des-velando à beira da gruta as prescrições do nada à luz do entardecer, desde a travessia da profundidade à superfície do mundo, nas paisagens da viagem aos interstícios velados do In-finito.


Silêncios silenciando silenciados vazios, silenciadas náuseas e angústias; solidões de éritas desilusões, decepções, solidões con-tingenciadas de quimeras e fantasias, conciliadas aos sonhos perdidos, mesmo que não se chora pelo perdido, lágrimas não os fazem re-nascer. Silenciados silêncios, silenciando o nada, nada de In-fin-itivos, pontes partidas, mata-burros, paisagens íngremes, áridas. Silenciando silêncios silenciados do efêmero, gerúndios do tempo, partícipios do verbo, in-fin-itivos do ser, sendo a travessia dos pretéritos ao presente particípios do ser, sendo a passagem do presente ao há-de vir do eterno eterizado de absolutos; eterizado de divin-idades, eterizado de além e alhures. Infinitivo dos ventos do além per-vagando os verbos e sonhos, pers-crutando no silêncio do vazio a solidão do outro, a solidão do ser, circun-vagando as ipseidades e solipsismos, per-fazendo as essências e utopias, os eidos e puras alucinações da verdade e do belo, exultações da in-verdade e da mentina, re-fazendo as esperanças e desejos de versos re-versos in-versos de estrofes ad-versas, trans-versas, os volos do inaudito, os paráclitos do ininteligível, os paradoxos do logus, ratio sublime do não-ser sendo o ser, do ser sendo o não-ser, inauditos silêncios da alma. Silenciando silenciados silêncios, miríades de memórias reveladas no espelho de horizontes longínquos, arribas distantes, perspectivas de sentimentos aqui, lá, em qualquer lugar, algures, alhures, em qualquer recanto do desconhecido, incognoscível.


Imagens pretéritas perpetuando instantes de melancolias, momentos de lusitanas saudades do haveria-de ser, haveria-de perpetuar, haveria-de a água cristalina matar a sede do eterno. Retratos d´outrora perenizando momentos de prazer, prazeres pretéritos trans-elevando desejos inconscientes de tempos passados nas asas livres e soltas do condor, do há-de vir, do vir-a-ser, do porvir, esperanças, sonhos, sínteses do passado e presente. Na longa estrada do tempo, o ser revelará as dimensões do eterno, as circunstâncias do efêmero, as situações do verbo nascendo da falência do nada, o silêncio pres-ent-ificando o In-finito. No tempo contínuo das veredas, o não-ser...


Apresentar-se-á descontínuo às luzes diáfanas, aos raios numinosos da manhã, a chuvinha fina e fria caindo lenta no prenúncio do alvorecer, às sombras do crepúsculo que trans-cendem o anoitecer, sem estrelas, sem lua, solidão do silêncio, silêncio da solidão, do silêncio, a solidão; da solidão, o silêncio, do silêncio e da solidão, o porvir futural da verdade...


Silenciados silêncios silenciando verbos de lembranças, memórias, recordações, à revelia do inconsciente apocalíptico de genesis aquém do caos. O caos é a origem do cosmos, o cosmos, a origem do caos, aqui, lá, em qualquer lugar. No efêmero tempo das origens, o vazio precedia as perspectivas de nonadas do eterno, princípio do nada, sêmen do não-ser; no eterno tempo do genesis, o nada precedia os ângulos de travessias partidas de universos, fim do absoluto, término das essências, derradeiros eternos da fé no além.


Silêncios silenciados, silenciando no deserto de reflexões as angústias e tristezas, nostalgias e perfeitas indiferenças, iluminando, à beira-mar de meditações, desejos e utopias do nada-vazio, útero da concepção, criação do aquém-além, do além-aquém do ser não-ser, do não-ser ser, vontades e ideais do vazio-nada, corpo da vida, volo de buscas, querências do além-eterno, eterno-além, corpo de baile, baile do corpo, dialética da iluminação, iluminação da dialética.


Pers-critos epitáfios trilham circunstâncias e situações - "Jamais esqueçam de suas raízes, origens, nunca se lembrem de esquecer de que esquecer significa apagar da memória, há outras dimensões do esquecimento, isto é, se dou uma dica do sentido, modo de explicação, virar às costa, seja feliz do seu modo, a última palavra, serei feliz do meu modo e estilo.


Lembram-me as pres-critas epígrafes... Luzes... Luzes... Outras luzes... Outras luzes.


(**RIO DE JANEIRO**, 12 DE NOVEMBRO DE 2017)


Comentários