#AFORISMO 390/ AMANHÃ SOU EU NO SER-DE MIM HOJE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ideia de eternidade,
Vivida no Hoje.
Ec-sistida no Hoje.
Con-templada no Hoje.
Viver o "hoje" é eternizar-se.


Todos os Amanhãs são o Hoje
Que se sente, que se vive...
Que se utopiza, que se sonha,
Que se pro-jeta, que se lança...
Que se artificia, que se aforisma...
Tudo é a-temporal,
No afluir-a-ser a-temporal,
No vir-a-ser a-temporal:
“Contemplando as cintilâncias estrelares...”


O Amanhã
É o estado d´alma do Hoje, do agora...


O futuro nele existe nos instantes do Hoje;
Traz o Amanhã para a alma enternecida,
Traz o Amanhã para a sensibilidade
Carente do Outro,
Dialogando com o Silêncio,
Discorrendo sobre o Silêncio
Entabulando dedos de prosa sobre a Solidão
Que vagueia no Tempo:
O Tempo é Silêncio que permeia o Ser.


A alma em mergulho metafísico,
A-colhendo e re-colhendo seus silêncios no infinito,
No uni-verso, no horizonte, atrás das constelações,
Construindo imagens e depurando sentimentos, emoções
Delineando desejâncias, burilando sorrelfas,
Trabalhando quimeras e fantasias,
Num indo e vindo na criação da obra literária,
Num vice-versa do sonho da poesia,
Num vis-à-vis da utopia do aforismo,
Num vis-à-vis da esperança do ser-poético,
Do eu-poético.


Absoluto estado de con-templação,
Soluta-ab fase de vislumbração
Das paisagens silvestres...
Dos panoramas espaciais...
Essa contemplação trans-cende as águas límpidas do rio,
Trans-cende a luz,
Remetendo o eu poético a um estado divino,
A um estado de êxtase trans-cendente
A partir dessa possibilidade
De co-existência entre o Ser e o Belo.


Num átimo de instante a revelação:
O Ser e o Belo são um só e existem
Desde o aquém ao além,
Desde a eternidade à eternidade...
O silêncio mora na eternidade das paisagens -
justamente aqui nasce a imensurável
contribuição da Pintura ao uni-verso literário, poético -;
As imagens, paisagens inspiram para o Além do Arco-Iris.


Entre contemplação e silêncio,
O Ser e o Belo dialogam sobre suas existências:
O Belo existe para enternecer o Ser que,
Por sua vez,
Admirando-o, transforma-se Nele (Belo).


Tudo, no agora, está, divinamente,
Maravilhoso,
Porque está maravilhado!
“Do silêncio aos linces da visão trans-lúdica,
Trans-lud-ente da etern-idade no verbo das in-fin-iríases...”


A construção vai evoluindo
Porque a alma sobe aos Céus,
Con-templando o Cosmos, num Silêncio divinizado.
Puro Êxtase!
Puro Clímax!
Puro Gozo!


O lirismo trans-pira no agora,
Tal como o faria no Amanhã...
Tudo é o presente em movimento,
Gerundiando os Amanhãs à Eternidade do Hoje:
“Amanhã sou eu no ser-de mim hoje”


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE NOVEMBRO DE 2017)


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