#AFORISMO 153/DE OUTRO SER "ATRÁS" DO EU# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Aura secreta na respiração
Fluir de essências, fonte em si mesmas, nostálgicas,
Gentil espírito, sereno quanto forte,
Que me ensina a fonte de vida, a arte de bem saber
O desejo de um cântico desértico, flauta e celeste,
Símbolos obscuros se multiplicam.


Amor é rir de amor a um colar de diamante que brilha.
Há um velho e obtuso equívoco sobre a palavra amor,
E, se muitos nascem deste equívoco, há outros... tantos outros
Perderam o único instante de nascer apenas por causa
De uma susceptibilidade que exige seja de mim, de mim!,
Que se goste.
Amor é não ser comido, comer com os olhos é amor.
Singela flor piscava de amor
A que abismo meu sorriso responde?


Para onde foram as lágrimas de meus olhos,
Minh´alma é uma fonte borbulhante,
Canto de alguém que ama,
Cântico de quem entoa sentimentos de entrega,
Canção de quem divaga no in-finito,
Corre no mar a minha sabedoria
Esta é a minha solidão: estou circundado de luz.
Para onde foi o frouxel de meu coração,
Meu anseio de amor ergue a voz,
Fala a própria linguagem do amor,
É que olhei demais para dentro de mim!,
Sem nem sequer ter tido a intuição
De um molde interno que se petrificava...
A palavra é cortada da boca,
Amanhece.
Finas-e-meigas palavras que, ditas
No início da noite, nalgum instante da madrugada
Teriam mudado o simples elo da terra.
As palavras sempre foram o começo do silêncio,
Novas fontes se lançarão, rumorejando,
Em novas profundezas,
Ao ruir de velhos povos, irrompem novas fontes,
Fontes para novas sedes,
Um coração para muitos anseios,
Uma alma para muitos ideais e utopias.
As metáforas sempre foram a inicialização
Do espírito, de outras fomes da sabedoria,
Aesthesis da iluminação...
As metafísicas sempre foram o gênesis
Da solidão, de outro ser "atrás" do eu...


(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE SETEMBRO DE 2017)


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