#DU-ARTE: O SÊMEN, A SEMENTE DA ESPIRITUALIDADE, DAS MEMÓRIAS DE AMAR E AMOR À ARTE DA ESPIRITUALIDADE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: ENSAIO CRÍTICO(Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2017)


POST-SCRIPTUM: Há longo tempo venho projetando um outro ensaio sobre a obra do excelentíssimo escritor e amigo Antônio Nilzo Duarte. Escrever ensaio requer in-vestigação e re-flexão, o que não pode ser escrito de imediato. Continuaria a minha trajetória de crítico da obra memorialística dele. Virá à luz o sexto volume da obra, prefaciado por mim. Pediu-me com muito carinho ser sempre o Prefaciador de sua obra.
A dimensão de leitura neste ensaio é a travessia da vida após o falecimento da amada esposa, para a Espiritualidade, este Amor comunga o homem e o escritor memorialista, uma síntese inestimável para a Arte.




Só há algo a dizer: nos quatro volumes anteriores, os protagonistas das Memórias eram D. Neuza e os filhos. Antônio Nilzo mantém uma postura de estar dentro da obra, mas como observador da vida da família, do inestimável amor pela esposa e pelos filhos. Nesta obra, ele se abre para a investigação de sua personalidade, caráter, narrando-se, dizendo quem ele é, quem se fez na vida. Sempre, sempre a verdade, a honradez, a dignidade de um homem em escrever sobre a Vida. Em nenhum instante desta obra, observa-se criatividade na sua personalidade e caráter, não inventa, não cria, não recria um “Eu”. Revela a sua verdade, o homem que é.


E nesta obra, #SENTIMENTOS DA ESPERANÇA#, encontramos nova passagem, excerto, que id-ent-ifica, a presença do homem na existência e a vontade da Vida, no ser-com das situações e circunstâncias, quotidianas, con-tingenciais, o que o Homem o Ser-Quem-Ama a Esposa e Companheira da Vida, o Homem, quem Ama à busca de mostrar com trans-parência e nitidez suas atitudes, ações, sonhos, esperanças, desejos, vontades de todos serem felizes, alegres, realizarem-se.


"Eu queria me certificar de que a sua presença, embora não corpórea, mantinha-se como sempre ao meu lado..." (O PODER DE UMA INVOCAÇÃO, CAPÍTULO 4, SENTIMENTOS DA ESPERANÇA, FUMARC 2007, página 68))


Neste excerto, encontramos inda mais a espiritualidade com que se entregou na composição de suas Memórias. "Ao meu lado..." não deve ser lido em nível do dito ou da superficialidade da Língua e do estilo, mas de serem eternos nas memórias de suas vidas juntos, juntamente com os familiares, filhos, descendentes. Vinha ele, na escritura de suas Memórias, para expressar sensivelmente o que a sua família significa espiritualmente. Estas memórias são vividas e vivenciadas nos sentimentos e emoções, no Grande Amor. Não tinha intenções literárias, memorialistas artísticas, mas no verbis ipsis de seu espírito e alma a VERDADE ESPIRITUAL deste Amor.


A obra, este terceiro volume, re-força com consciência a que está no mundo, o que ela traz no íntimo para a travessia à Espiritualidade, a partir das memórias que re-colhera e a-colhera, fora traçando no quotidiano das coisas, responsabilidades empresariais, familiares, sempre o Amor pela esposa, pelos dez filhos, tantos netos, bisnetos. A presença dela nas memórias era o espírito a guiar-lhe, contribuindo com a espiritualidade a que tanto aspira com a escritura de sua vida, do amor sentido por eles. Neste excerto da obra, o homem Antônio Nilzo Duarte a-nuncia e explica o salto para a maturidade de "memorialista", o instante em que teve consciência dos valores desta obra, eternizaria a esposa e filhos, netos, bisnetos, o VERSO-UNO, em duas dimensões ad-versas, a vida e morte.


Este anúncio da grande virada do memorialista Antônio Nilzo Duarte, outras obras viriam à luz, sempre à busca do Amor ao olhar do tempo e das verdades, contingências. O Amor que se entrega, doa e afaga a Verdade dos sentimentos, das esperanças da felicidade de todos, DU-ARTE, as "memórias da vida" à Luz do Amor. Mas tal anúncio não demove o escritor de sua responsabilidade inda maior com a escritura, com a verdade desta espiritualidade, a coerência, consciência de todos os passos para o Amor pela família e a re-presentação da obra que a esta seguem, CARTAS INESQUECÍVEIS DE AMOR, todas as correspondências que trocaram enquanto namorados e noivos distantes, ele, na cidade de Curvelo, a esposa em Sete Lagoas, embora sejam próximas, hora e meia de viagem, a caminho de Belo Horizonte, e também durante a vida, nalgumas situações, LEMBRANÇA DE UMA JORNADA, o escritor memorialista realizara o homem memorialista, a ESPIRITUALIDADE vivida, vivenciada, "experiencisada."


A fascinação por uma forma de enredo, linguagem e estilo, que acompanha a trajetória e o fluxo de consciência dos momentos e instantes é de quem pretende, deseja, tem vontade de ir além na feitura de uma obra memorialista, unicamente os fatos da vida, mas sendo as memórias o Sêmen, a Semente da Espiritualidade.


(**RIO DE JANEIRO**, 15 DE SETEMBRO DE 2017)


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