#AFORISMO 178/MÚSICA CUJA LÍRICA SÃO A SOLIDÃO DO VENTO E O SILÊNCIO DO TEMPO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ò míseros compassos e traços de um instante sem fim e início, filhos do acaso e da preguiça, do crepúsculo e da "lombeira", porque me obrigam a dizer o que não seria nem um pouco conveniente, se houver conveniência é o aprender a tocar qualquer instrumento, amar apaixonadamente estes ritmos de qualidade e belo estilo, dizer o que não seria, em suma, bom ouvirem?


Ó vestígios de notas e filetes de sons de uma música cuja lírica são a solidão do vento e o silêncio do tempo, concepções do ocaso e do entardecer, da noite e da leveza, o sono para restituir as energias. O melhor para um indivíduo, quem sente o ar calmo e temperado, a brisa suave, as sombras frescas, o aroma da relva, a maresia, o brilho suave do céu sem estrelas e sem lua, o patear compassado e o resfolegar dos cavalos – todos os encantos da estrada, da primavera e da noite penetra-lhe na alma, - é não ter nascido, não ser, ser nada.


Águas correm ruelas, avenidas, estradas, caminhos do campo, em direção às nostalgias e lembranças de tempos que re-nascem, re-novam em cada movimento de lábios que buscam palavras a expressarem ao sabor de esperanças os desejos íntimos de corações selvagens, rebeldes e solitários, estrangeiros e irreverentes, de mentes humildes e sinceras, de caráter e personalidade irreverentes, instintos de meigas insolências.


(**RIO DE JANEIRO**, 11 DE SETEMBRO DE 2017)


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