#AFORISMO 146/DAS FOLHAS RESPINGADAS DE ORVALHO DA MANHÃ# - GRAÇA FONTIS: ESCULTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Folhinhas singelas, suaves respingadas de orvalho, rosas brancas
des-abrochando, estesia de um alvorecer. Vislumbramento. Sentimentos, emoções.
Leve-me para o orvalho da manhã. Leva-me para o orvalho da manhã, hoje.
Sentimentos níveos, sentimentos singelos. Sentimentos suaves. Pensei ter
ouvido um pintassilgo trinando na parreira, esta manhã. Pensei ter ouvido um
pintassilgo trinando na parreira, hoje. De caritas que esplendem desejos,
carência de entregas, doação de ternura, pro-jetando no núcleo do tempo theos
de sonhos e esperanças, subjetivo "nous" de sonhos, sensível
"inner" de sorrelfas a pervagarem silenciosas e solitárias pelas
sendas perdidas dos campos por todas as suas veredas encontram-se idílios
pre-figurados de perspectivas espirituais do sublime, sudário sensível que
cobre de metáforas e sin-estesias os manque-d´êtres da alma por cujos
interstícios percorrem libidos de prazer, gozo e clímax do verbo "it"
das águas vivas, de toques em toques nas docas da vontade de con-templar as plen-itudes
do pleno de ser verso-uno das etern-iscências do absoluto que passeia lúdico no
silêncio do tempo, ser-de fé a combinar, conjugar miríades de con-tingências
das dialéticas das ipseidades e deidades da carne do amor verbalizando o corpo
de todas as sensações voluptuosas de volúpias voláteis, édendo do espírito,
paraíso edêncio do ser, jardim divin-iético de "estrelinhas cadentes"
a re-velarem a leveza do amor, suavidade do conúbio, simpleza do leito a
receber, re-colher, a-colher a sensibilidade, espírito do sensível, sensível da
espiritualidade nos recônditos abissais e abismáticos, onde o não-ser da vida
busca a re-conciliação com a verdade das in-verdades, assim podendo, dons e
talentos trans-cendentais de evangel-ência, vôos alçar ao longo, na long-itude,
nas distâncias, nos horizontes e uni-versos dos confins e prefundas a luz
branca sem raios e cintilâncias, sem brilhos e numi-nous, a pureza pura do puro
purificando a pur-itude do há-de ser do amor-verdade nos ósculos do carinho e
ternura para o abraço livre da liberdade de afagar no peito o tempo dos verbos
plenos de perfeição e defect-itudes.
Leve-me para o orvalho da manhã. Leve-me para o orvalho da manhã, hoje.
Pensei ter visto no encontro das folhas das palmeiras nas alturas raios de lua
perpassarem os espaços vazios. Pensei ter visto um coelho ziguezagueando no
chão por entre os troncos de árvores.
Arco-íris de cores vivas. Cores diáfanas de vivos arco-íris. Luzes do
tempo, acendidas nas pers de carícias, toques singelos, no corpo de sensações
manifestantes, latentes e inauditas, son-ificando as fantasias, idílios do
sonho, ascendidos nas pectivas de corpos que se comungaram plenamente,
abraçados de singel-âncias osculam na plen-itude a essência do encontro.
Leve-me para o orvalho da manhã. Leve-me para o orvalho da manhã, hoje.
(**RIO DE JANEIRO**, 03 DE SETEMBRO DE 2017)
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