ULTIMATUM: LIBERDADE E HONRA GRAÇA FONTIS: FOTOS(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto/ANA JÚLIA MACHADO: ENSAIO POLÍTICO/SOCIAL @@@@




POST-SCRIPTUM:
Havia escrito estes dois parágrafos a respeito do CAOS que o Brasil e os Brasileiros estão vivendo com os Governos Políticos corruptos, viperinos desde a queda da Ditadura Militar que durou 21 anos, substituindo-lhe o Governo Civil. O Caos da Nação intensificou-se com a Pandemia do Coronavírus e os governantes aproveitaram a oportunidade para solidificar o Caos através de todos os meios com suas atitudes gratuitas e caguinchas.
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As questões políticas e sociais não estão incluídas em minha obra, muitíssimo pouco conheço da Filosofia Política e Social. Mas sinto que nestas conjunturas do país e do mundo com esta Pandemia não posso calar-me, silenciar-me, preciso engajar-me e lutar. Não pretendia escrever asnadas a respeito, o pouco conhecimento abre portas inumeráveis para as asnadas. Não pretendia sujar o meu nome, a minha posição intelectual. Então, enviei para a minha inestimável Amiga Escritora, Poetisa e Crítica Literária,
Ana Júlia Machado
, pedindo-lhe que me ajudasse a escrever esta obra, não podia fazê-lo sozinho, e só ela poderia ajudar-me com a sua intelectualidade e cultura. Respondera que ajudaria, mas precisaria pensar com acuidade. No instante, não sabia como poderia fazê-lo, mas que aguardasse.
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Enviou-me este texto, fundamentado no heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, que reflete e representa com primor o momento político e social do Brasil, de Portugal, do Mundo inteiro com os Governos Corruptos. A obra de Álvaro de Campos fora escrita há um século. Perfeita a Contribuição de
Ana Júlia Machado
. Era sim o que eu desejava escrever, mas a inexperiência política e social impedia-me.
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Assim, assinamos juntos, eu e
Ana Júlia Machado
, esta primeira obra de cunho político/social com a intenção de despertar a consciência e a luta do mundo inteiro contra os Governos do Mundo que não respeitam os indivíduos, cidadãos, homens, a humanidade in totum. Ultimatum!...
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Por 21(vinte e um anos), nas mãos dos Militares, os brasileiros sofreram injustiças em todos os níveis. Mas naqueles anos todos de sofrimentos, o Brasil não viveu tantas canalhices como agora vive. Após a Ditadura Militar, nunca houve um Governo que prestasse, a corrupção, a violência, o caos assolaram o país.
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O Brasil precisa unir-se e resgatar os seus valores, os seus princípios éticos e morais, a própria Vida. Só os brasileiros unidos numa luta pela honra e dignidade poderá mudar os rumos da Nação.
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Em Jeito de resposta ao mundo nojento em que vivemos e que o escritor Manoel Ferreira Neto tenta lutar através daquilo que sabe melhor, ou seja a escrita, filosofia ente outras, contra esta podridão, em que comungo em género e número com ele. Não fosse ele o meu Mestre, acrescento-lhe esta breve texto - baseando em algumas coisas em Álvaro de Campos que continua vivo e imtemporal....
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Está difícil viver num mundo assim e cada vez será pior. O homem quer poder e corrupção. Vejamos o que está a suceder com a pandemia. Guerra entre laboratórios, simulam-se vacinas para irem vender-se depois no mercado negro. Os que viviam razoavelmente, passaram a viver uma pobreza envergonhada e pessoas a cair como tordos e sem qualquer dignidade e família a não conseguir fazer luto, porque não despediram-se dos seus entes queridos.
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Não é somente uma pandemia como uma panda palhaçada. O que mais me tira do sério é como o povo anda todo cego e apático, não reagem a estes vermes. Por vezes chego a pensar que aparenta tudo estar bem. As pessoas resignam-se a estes palhaços que governam-nos e até são capazes de lhes dar umas palmadinhas nas costas. E, lembrei-me que Álvaro de Campos tinha tanta razão e tudo que verbalizou constata-se hoje neste mundo hodierno sem valores.
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Se Álvaro de Campos tivesse ainda nervo, ele que, engenheiro naval, sabia bem da subsidiariedade imprescindível para a uma peça mecânica lhe ampliar a reacção, e por Impaludismo desta terra devoluta ao mar e de tudo, não existisse já partido, cursava com cafés a meditar como é que os insignificantes permaneciam a ser tudo.
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Porque uns já desabrocham prisioneiros, inferior a escravos, menos que ninharia. Obscuridades das plantas das alparcas de escravos. Num planeta entregue a patetas, irracionais e velhacos. Este é a época dos homicidas e do Criador.
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Jamais a retrete gerou tanto esperto reles, tanto medíocre sem categoria.
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Pela primeira ocasião na história desde o começo, os néscios dominam-nos. Este é o seu domínio, componhamos um apropriado juramento de mutismo.
Um tempo em que a precisão já não carece de o ser, a agnosia possui lugar de relevo na sociedade. O que carece neste planeta no mundo que vive-se de hoje é ser filho da mãe, e do pai, de muitos pais é preferível. Em que a intriga somente acarreta fezes de sub-homem.
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Não sei se o Manoel se recorda deste poema de Álvaro de Campos que cai como uma luva neste mundo de néscios e corruptos.
O poema “Ultimatum” de Álvaro de Campos, publicado em 1917 no exclusivo número de “Portugal Futurista”, prontamente capturado pela polícia a bem dos costumes, da ordem e para sossego de homens inquietados com os trâmites e vírgulas loucas que cuidavam de atraiçoar com primor e escrita doutrinada, em missiva fascista.
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Neste globo do corrompo, e uma cidadania de vaticínio, é invulgar deslindar como a versificação do engenheiro nos prende 100 anos depois. São fragmentos do vasto poema que vale a pena redescobrir.
Era nojenta dos subalternos, dos chegados, dos servidores com ambições de serviçais a reis servos!
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ULTIMATUM(ÁLVARO DE CAMPOS)
Mandato de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu,
Reles snobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Arranjista da intelectualidade inesperada
Charlatão da sinceridade
E tu, da juba socialista, e tu, qualquer outro
Ultimatum a todos eles
E a todos que sejam como eles
Todos!
Monte de tijolos com pretensões a casa
Inútil luxo, megalomania triunfante.
Cristianismo para uso de prestidigitadores!
Ultimatum a vós que confundis tudo, o humano com o popular
Vós que confundis tudo, que, quando não pensais nada, dizeis sempre outra coisa! Chocalhos, incompletos, maravalhas, passem!
Vós, anarquistas devêreis sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores
Para quererem deixar de trabalhar
Sim, todos vós que representais o mundo
Homens altos gigantes de formigueiro
Passai por baixo do meu desprezo
Passai aristocratas de tanga de ouro
Passai Frouxos
Passai radicais do pouco
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa
Descascar batatas simbólicas
E todos os chefes de estado, inábeis à boémia, pipos de lixo virados para baixo à porta da Insuficiência da Época!
Tirem isso tudo da minha frente!
Arranjem feixes de palha e ponham-nos a fingir gente que seja outra!
Tudo daqui para fora! Tudo daqui para fora!
Ultimatum a eles todos, e a todos os outros que sejam como eles todos!
Se não querem sair, fiquem e lavem-se!
Pela primeira vez na história desde o princípio, os estultos vencem-nos. Este é o seu império, façamos um acomodado sufrágio de emudecimento
Fechem-me tudo isso à chave
E deitem a chave fora
Sufoco de ter só isso à minha volta
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas!
Abram mais janelas!
Do que todas as janelas que há no mundo!
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Nenhuma ideia grande
Nenhuma corrente política que soe a uma ideia grão!
E o mundo quer a inteligência nova, sensibilidade nova.
O mundo tem sede de que se crie, tem fome de Futuro!
A Europa quer passar de designação geográfica a pessoa civilizada!
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito é estrume para o futuro!
O que aí está não pode durar porque não é nada.
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Eu da raça dos navegadores
Afirmo que não pode durar!
Eu da raça dos descobridores
Desprezo o que seja menos que descobrir um novo mundo!
Proclamo isto bem alto
E bem no auge, na barra do Tejo de costas para a Europa
Braços erguidos
Fitando o Atlântico
E saudando abstratamente o infinito.
RIO DE JANEIRO(RJ), 17 DE ABRIL DE 2021, 22:08 a.m.

 

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