FISSURAS DA MENTE GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA *****

Post-Scriptum:

 

Graça Fontis terminara de ler o poema EU VAZIO?.... ESTOU É CHEIO, indo para a mesa às pressas, produzindo a pintura que iria ornamentar, em alguns minutos, não excedendo os quarenta e cinco, a imagem estava pronta, dizendo que leria o poema outra vez e dele retiraria o título da pintura, escolhendo FISSURAS DA MENTE.  Então, sarrabisquei este poema para arrebicar a pintura ao nível que ela demonstra as carências do existir.

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A-núncio eivado de nunci-essências cintilantes à luz do in-verno de ausências de lembranças, recordações que flanavam ao vento presentificando sentimentos, emoções, sensações de frieza e leveza, apenas desejos in-auditos "criando novas paisagens",

"retirando as pedras do caminho",

tocando de leve e suavemente

o espinho das flores,

"rimas e versos na longa estrada,

nas curvas retas-inversas, sobe e desce...",

líricas e vozes tocando as vertigens e lapsos vertentes das fissuras da mente,

da mente em estado de fruir as magias de

enigmas e sigilos das idéias,

da elasticidade das quimeras pruindo outras

filosofias e antropologias,,

sentindo presente o in-audito da arte do movimento que torna visível no espaço e através do movimento corporal que, dentro do ser humano, passa através da palavra e da música,  

do resplendor,

amando ser livre e voando, voando, voando, "conhecendo novas paisagens",

"ilustrando as viagens da imaginação" no seio da floresta de árvores de copas frondosas, entre serras com o vento sibilando altissonante, presenciando as ondas do mar

sob o brilho da lua,

nas estradas de poeira as marcas do tempo no íngreme do solo, a grama ressequida, esturricada, e sempre os horizontes adiante a serem des-bravados, a serem des-vendados, des-envelados, na plen-itude sentir o êxtase do que é etéreo de con-figurações e performances, o clímax do que é éter de espaço e uni-verso,

o gozo do que é eterno o sublime,

o ab-soluto sensível e trans-lúcido,

Lúdicos prazeres da alma refletindo-se no

Espelho de todas as  carências a imagem do

prazer orvalhado de estrelas que cintilam na poiésis do coração, à luz de todos os aléns,

de todos os longínquos habitados de alhures , euritmias do resplendor

da "raiz da arte" dos sentimentos,

volos da memória sedenta

de re-colher e a-colher em si o sêmen uni-versal da beleza, retrato nítido nulo dos estados de alma nos instantes de carência da solidão de re-fazer o destino, burgalhando os ideais e utopias,  concebendo sonhos dentro da entrega, do espírito da alma, em cujas profundezas abissais habitam

a esperança do perene,

em cujas linhas do sensível residem as asas para o voo perpétuo através da etern-idade,

voo de conquistas e glórias,

voo de realizações e alegrias,

"alheio o além-mundo",

retratando dons e talentos, a arte da tingência à trans-cendência com o autoretrato das ânsias e delírios, delíquios, dando origens a novas inquietações no trono das ambições?  

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A-núncio eivado de nunci-eidéticas brilhantes ao silêncio in-audito da madrugada de frio preliminar do in-verno, música no ar, "quero saber o que é o amor",

quero sentir o que é o prazer de degustar

o sabor do amor, eurritmias do resplendor alvissareiro, eurritmia da exultação do coração sob as chamas ardentes da felicidade, às quiçás dos anjos que performam a dança do in-fin-itivo verbo do divino, dos passarinhos que trinam por todos os horizontes o hino do espírito...

madrugada de segundos e minutos de solidão, pensamentos solitários,

emoções e sentimentos sozinhos

na imensidão do tempo,

pre-liminares visões da magia de sonhar o sonho de "ser"

as entrelinhas da poesia do amor,

do bosque-estrelinhas de cáritas e koinonia,

pisca-pisca de romance e sedução de ideais

de "ser" o interdito dos desejos

e vontades do pleno, da compl-etude,

dos complementos a preencherem os vazios

de signos, símbolos, significados,

dos suplementos a esmiuçarem as agonias

da querência de perfeição na imperfeição que,

ao imperfeitar as visões da língua, a língua dos olhares em riste, abre venezianas para o latim e zagaias declinações da palavra sonorizada de espíritos...

música na madrugada, ritmos, acordes, melodias do que trans-cende a solidão,

do que trans-cende o estar só no meio das coisas, dos objetos, do mundo,

criando, re-criando a música eterna da vida, som que trans-eleva idílios, quimeras, fantasias, volúpias voluptuosas da verdade, trans-literalizando dores e sofrimentos,

angústias e náuseas em líricas metrificadas e ritmadas de eurritmia do sensível que se inspira do in-finito e concebe a luz sonora de notas verbais, miríades de silêncios brilhantes sin-cronizados, sin-tonizados no uni-verso, harmonizados no espaço celeste...

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Exultando salmos da liberdade laminada de ideais,

Cânticos de cânticos do saber e sabedoria

Ceifando afiadas profecias das teias que

Estendiam nos tetos

sonhos e esperanças do vir-a-ser de horizontes sagrados,

theos e nous do espírito

vers-ificam sonéticas semiologias enveladas

nos fios tênues e frágeis arco-irisaos no além tempo,

sonorizado de silêncios ritmados e melodiados

com as notas inter-ditas

de metáforas sin-estésicas com as ilíadas oníricas

da verdade da fé e do símbolo sagrado,

da mentira dos pecados capitais e do signo pagão,

das inverdades da alma e o espírito

sob a luz do pensamento e o mundo....

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Epopéia dos jogos da mente...

Ainda quando peregrinava sozinho,

perscrutando os olhares duvidosos, inquiridores, incompreensíveis, ininteligíveis,

olhares de escárnio:

"de que tinha fome a minha alma,

nas ruas da noite e dos equívocos?",

sem direções, rumos, veredas,

sem destinos...

Rio de Janeiro(RJ), 30 de abril de 2021, 13:48 p.m.

 

 

 

 

 


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