COISAS FUGAZES E O NUNCA DAS ETERNAS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ¨¨¨¨¨¨



As razões passam e os intelectualóides ficam, não significando dizer que com o passamento das razões houve um declínio de valores, tornaram-se os intelectuais símbolos da loidia deslavada e sacramentada, não, não, são estes lídimos e probos senhores das benesses do intelecto que mostram o saber e a sabedoria, o que legam eles aos desafortunados do juízo, desgraçados da consciência ética, e por esta razão simplória de tão ingênua, podendo dizer aos berros, em pé num tambor de gasolina, microfone em mão: “E podem dar com a língua nos dentes por todo o mundo, por cantos e recantos onde houver um da raça humana, sempre estaremos defendendo os interesses interesseiros, por cada um de vocês serem possuidores do direito inalienável de viver conforme os instintos professam, e a água, o pão que lhes saciam a sede dos desatinos das virtudes e honras, a fome dos delíquios, orgulhos e dignidades são as loidias; nós os intelectualóides com nossas visões escalafobéticas do Bem e do Mal, pontos de vista calabrosos sobre o Ser e Não-ser, acreditando uma boa percentagem de pessoas que nossos intelectos são exíguos, somos exíguos intelectos, e outros que somos intelectuais de plantão, prontos para acolher com carinho e amor as loidias de saber o saber que liberta as mentes das etiquetas e figurinos da boa conduta, da postura idônea, pingos nos “ii” com a sinceriedade e seriedade, as cositas das dívidas conforme os cânones da honra e da dignidade, e, para reduzir as citações, os chamados na gíria de “mauricinhos”, contudo dizendo as línguas de trapo e de sogra que os Zés Pastéis são de suma inteligência perto dos “mauricinhos”, o que se pensar com a cachola da lógica, com a catraca dos sensos , estes não têm pedigree para saber são destituídos de discernimento entre a Torga e a capa preta dos vagabundos, enquanto que os Pastéis sabem, são cônscios de serem apenas capa, sem qualquer conteúdo, ou melhor, o conteúdo deles é não ter conteúdo. Os intelectualóides somos quem têm condições de orientar os caminhos para as verbiagens dos princípios, do caráter, da personalidade – a razão é ilógica, como fora inestimávelmente consumado pelos intelectuais, somos a bengala para suster, amparar a jornada longa da redenção e ressurreição. Salve, salve as cretinices dos instintos de honra que carecem de investigações criteriosas, salve, salve os lero-leros das idéias sem pés nem cabeça, sobre as coisas fugazes e o nunca das eternas, salve, salve as asnadas da língua e da linguagem que banham as palavras de credibilidade inigualável, o que representam são as verdades verdadeiras do que é isto, o homem, quanto mais se mostrarem sem contra-sensos e contradições, puras asnadas, mais são dignas por dizerem o sujeito do homem é a bestice, o que é impróprio dizer ser ele o protótipo do sujeitinho sem qualquer jaça, agrada tanto a todos os sabores que acordam, despertam risos e gargalhadas por representarem bem a diferença entre o inteiro e o meio, em pé são palhaços fajutos, são meios palhaços, têm dons para fazerem rir, serem motivos de gargalhadas, mas não sabem as performances do esqueleto no tablado, de joelhos são palhaços inteiros, rogando ao público perdão por serem destituídos de razão, são debilóides, contudo, felizes, alegrias tem para dar, vender, alugar, emprestar, sobrando ainda muitas para distribuir entre os carentes...”
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Mas, em pensando com pena saindo de todas as catracas, misericórdia em estado de erupção, derramando-se nos vales e florestas das Terras Baixas do Nunca, comiseração sarapalhada por todas as dimensões sensíveis, e não é que me tornei dócil, terno, carinhoso, por personalidades de jaça dúbia e obtusa, há de se considerar que os intelectualóides devem ficar, são necessários às Nações e ao Povo, quem seria capaz o suficiente de pensar as asnadas do homem senão os intelectualóides, antes eles do que os miolos vazios a baterem com os pés no chão, indignados, dizendo a razão ser o antídoto que salva a miséria da alma. A História também regride, anda para trás: as cositas que os intelectuais de probas condutas consideram exímias são do tempo de Zagaia, antiquices dignas de riso, piadas indecentes e chocantes, os bocós da corte, o intelectualóide que ficou, a razão passou, será com todas as pompas merecedor do título de Profeta dos Tempos do Onça, quando os tiques, chiliques das birutices birutóides foram húmus para a ciência dos comportamentos certinhos, os behavioristas do Homem com “H” maiúsculo, Skinner que o diga, até o corpo manuseado de metodologias, metódicos dos despautérios.
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Ser mula de teimosia é vergonhoso, digno de galhofas de todos os transeuntes com a passagem na rua. Ufanizar a razão é o pior dos delitos cometidos contra as estapafúrdias dos nonsenses e maneíces, contradições e pastelices, dialéticas mauricísticas... É estar isento de qualquer visão insistir em preservar, conservar os princípios... O passado passou. O homem direitinho caiu do galho. Não se deve subestimar o que é o bem para todos, considerando isto pecado dos mais capitais, as cretinices do ser são temas inestimáveis a serem investigados pelos intelectualóides, são os que sabem de tudo no concernente ao homem, adeptos de Freud que sabe das coisas, porque só ele sabe de tudo, ser o homem as verbiagens do riso, digno de sarcasmo e compaixão, ironia e solidariedade, cinismo e misericórdia, instigando a sátira a preencher os vazios da interpretação e análise da crítica de salão em detrimento das piadas de bordéis. ¨
Rio de Janeiro(RJ),, 28 de abril de 2021, 06:35 a.m.

 

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