O RISO É REAL E O REAL É RISÍVEL GRAÇA FONTIS: PINTURA Quinzinho de Parafusos a Menos: FÁBULA SATÍRICA ¨¨¨¨¨¨


Epígrafe:

 

“... rir não acofreia, descofreia os equívocos da escuridão e sombras da vida no sofrimento.”

***

“O homem deu nome a todos os forasteiros e estrangeiros da razão e dos instintos, desde o início...”(M.F.N)

¨¨¨¨¨¨

Ah, senhores probos e des-probidos, lídimos e a-lídimados, peço-vos de joelhos e mãos póstumas, todas as desculpas e perdões, sinto-me envergonhado, culpado, ser merecedor de um “sossega, Leôncio!” bem dado, que sofrência pujante!, por me não referir, mencionar os célebres “ birutas varridos de pedra”, seria uma falta cometida imperdoável, pelos cânones da jaça, nada aventar sobre o estilo de vida em que estavam envolvidos, entupigaitados até ao último cabelo dos cafundós das pregas anúsicas, pois que são aqueles quem tiveram de ser varridos da comunidade, expulsos a pedradas por defenderem a unhas e dentes, gritam alto a todas as inspirações e ideais nada desejarem, se não for em razão de um bem, nada rejeitam, se não for em razão de um mal, nada desejam rejeitar, se não for em razão de negligência e discriminação do ácido sem destilação, muralhas do sabor e do paladar, nada rejeitam desejar, se em nome egrégio de não abastar da esperança predileta, algo assim perfeitamente racional, compreensível e inteligível, até levando a acreditar piamente que todo racional é real e todo real é racional, como já dizia Hegel em suas elucubrações sobre o espírito, tornando a essência idealística de seus pensamentos sacrílegos e sacrilejados, o que ofende o orgulho dos bocós da Corte por eles defenderem a idéia de que quem neste Planeta dos Equívocos Obtusos tem fé nos instintos é privilegiado, desfruta de todas as regalias, só desejarem seguir os que elevam à sabedoria dos jumentos aos mata-burros defectivos dos passamentos e travessias edipianos e narcisos,  alcança, atinge, abarca os nonsenses e contra-sensos do sentimento equívoco eterno, como uma pedra a rolar, aquando se sabe que fora outro, isto é, quem consente, aceita, endossa e aprova o bem é o que provoca motivos de riso e gargalhadas pelo grau de verbiagens que reside nas profundas dos instintos, também o que des-sona, tira do sono, os que representam os carentes de algo que lhes satisfaçam com perfeição a condição de zurradores, berradores  da salvação dos defeitos, os burros empacados. Diante de nível tão elevado de desavença, qüiproquó entre os “varridos de pedra” e os “bocós da Corte”, após aqueles haverem sido varridos à vassoura de piaçava para fora do município, imaginaram que as imagens que as chamas prodigalizam e que levam a um devaneio mais solto, mais livre, são restringidas e descoloridas em benefício de um sonho mais preciso e condensado, era só observar com os linces dos olhares as moçoilas do reino, quando estão com fogo no rabo, com o rabo no fogo, são capazes de seduzir os rapazes para os tabus da libido, mas elas mesmas não vão além do feijão-com-angu dos beijinhos e abraços aconchegantes, nem um pastel de camarão para sentir o prazer de alguns átimos de minutos de carícias linguísticas escusas, ao saborear tão delicioso néctar de Safo e Janota, isto jamais, o fogo então acende as idiotias e cretinices, eleva-as, e por este ponto de vista tão solene que se professa descaradamente na Corte dos Bocós: serão instituídos todos os verbos das loidias, só serão perfeitamente conjugados e gerenciados, aquando, tempo indefinido, nem na imaginação possível de saber, todas as loidias forem regenciadas com o benefício dos verbos defectivos, a mão e a luva que se comungam com primor, a náusea e o deleite lingüístico da liberdade que se engastanham com perfeição.   

¨¨¨¨¨¨

Haverem varrido à vassoura de piaçava os “varridos de pedras” por suas idéias desengonçadas, confusas e difusas  dando origem aos ideais papusos, que os gogós da importância e universalidade engendram na aparência para enfatizar o lado outro da farsa fora uma dádiva sem fossas, porque dera oportunidade de urubuservar a racionalidade do real, a realidade do racional, com o fogo no rabo todos que residiam na Corte dos Bocós  iriam abafar com a difusão do lema que criaram para enfatizar bem os propósitos e objetivos escusos, “Avançai com fogo no rabo e irdes incendiar todos os desejos mais interditos que os tabus instituíram”; o que não houvera ficado esclarecido é que rejeitaram o fogo no rabo por ser o bem e isto não era a praia dos bocós da Corte, aceitaram e reverberaram, corroboraram com todas as empáfias as bocoidias por serem o bem supremo, rejeitaram com todas as honras os Totens das varridices, por serem eles o mal, o que colocava cerca de arame farpado nas paixões deslavadas e indecentes, pornográficas pelas bestialidades do caráter e da personalidade, e o amor incondicional pelos besteiróides que disseminam com orgulho o fogo de palha é o mais aconselhável para cristalizar a efemeridade da razão e a eternidade dos instintos, abre, até às últimas possibilidades, a multiplicidade de práxis das bestiagens, o mesmo que dizer ser a origem das inspirações venenosas do ácido crítico do real e do racional o  fogo de palha, com ele que se verbiageniza o sabor do nada emaranhado ao vazio da falta de apetite, evidente dizer que na Corte dos Bocós isto jamais teve o menor sentido, e por não ter significado qualquer armadilha que as mãos atadas  não se movem com o dilúvio dos suores dos dedos, uma piada de bordel muitíssimo sem jaça é que se efetiva aos léus das ilusões fúteis, os defeitos da psique sim, estes tinham supremos sentidos, embora até agora ninguém inda tenha ou bem haja bestializado este sentido dos bocóides, o riso é real e o real é risível. Quem o sabe?  Não tenham expectativas de que serei quem isto vá decifrar, discernir. Talvez nem os bocóides saibam. Algo é bem caracterizado: saberem eles que esta idéia eriça as moléstias instintivas mais obscuras, obtusas, rir não acofreia os equívocos da escuridão e sombras da vida no sofrimento. Mas não foram dos risos os bocós da corte acordaram na plebe que o real se tornara risível e, rindo de suas picuinhas, desfrutaram dos prazeres de quem ri por último ri melhor, com mais ênfase e indecência?!, ao encontrarem o equilíbrio, o meio termo, a sintese, tendo os  ácidos críticos como signo...   

Rio de Janeiro(RJ), 28 de abril de 2021, 17:34 a.m.           

 


Comentários