#MISTÉRIOS DA ERUDIÇÃO VAZIA DO NADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA ¨¨¨¨¨¨



Oh, minh´alma, ensinei-te arrabiscar ausências de verborréias da verdade, deixar as linhas brancas, e tu aprendeste a erudição do nada.

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Oh, minh´alma, ensinei-te a sarrabiscar lapsos de verbiagens de fátuos idílios e safos tabus da libido, e tu aprendeste os mistérios de ampliar a língua das serpentes, o veneno dos escorpiões.

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Oh, minh´alma, ensinei-te a ampliar visões de idéias desfiadas nas bordas da colcha de retalhos e pensamentos, e tu aprendeste a esmiuçar os linces de características das intenções suplementares inversas à razão.

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Oh, minh´alma, ensinei-te a engastanhar os espinhos e flores sob os primevos raios de luz do alvorecer, e tu aprendestes a oferecer flores-espinhos aos que acenam ao coração os lenços de todas as despedidas;

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Oh, minh´alma, ensinei-te a não enaltecer rebanhos de princípios e valores da liberdade que envelam as hipocrisias e farsas, e tu aprendeste a in-vestigar as almas humanas e suas intenções de trafulhar a História.

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Oh, minh´alma, ensinei-te a dispensar pensamentos e ideais que não tecem quaisquer visões do que habita os mistérios e enigmas das con-tingências, e tu aprendeste a não gastar palavras com futilidades e mesquinharias, guarda-as a sete chaves para o instante propício à criação da humanidade do ser.¨

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Oh, minh´alma, ensinei-te a deambular na Burgalhau dos destinos precoces e antecipados, debulhando as quimeras que se alinham nas esquinas de desvarios às falácias e tagarelices que escorrem lívidas e graciosas pelos becos¨e calçadas, e tu aprendeste a enlencar os passos que dirigem à Rodovia 56 dos Peregrinos onde os desatinos de ilusões preenchem o vazio de carências.

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Oh, minh´alma, ensinei-te a não compor versos e estrofes que enobrecem as in-verdades, elevam a poesia do vácuo e do caos aos absintos das cavernas e das grutas, e tu aprendeste o vazio que as metafísicas dizem de êxtases dos desejos do Ser.¨

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Oh, minh´alma, ensinei-te a des-considerar as falácias do porvir, visto não regenciarem e gerenciarem as dialécticas das estradas e atalhos dos bosques longínquos, e tu aprendeste uma série de contas-entes ligadas, aderidas, comungadas por um fio-memória, engastanhadas por uma¨linha-recordações,

engendradas por nós de cordões-melancolias

que contornam a autoconfiança e o entusiasmo.  ¨

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Oh, minh´alma, ensinei-te a tecer a rede de pescar, com os seus vazios, onde os peixes se emaranham, e tu aprendeste a saciar a fome, sentir a vida pulsando, o ser continuamente chocando o ovo das utopias.¨

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Oh, minh´alma, ensinei-te a alimentar as serpentes da insolência, irreverência, cor-agem e ousadia, e tu aprendeste a serpentear sonhos e esperanças, a liberdade das ideias, onde habita o ser da graça e encantamento no pó ourivado da esperança.

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Oh, minh´alma, já não há em quaisquer recantos e cavernas, alma mais amorosa e de maior âmbito e amplitude do que tu. Agora, quem de nós deve agradecer e tecer tributo ao outro? O anseio da superabundância olha pelo sorridente mar da suprema humanidade as águas-soneto .

Rio de Janeiro(RJ), 30 de abril de 2021, 00:20 a.m.

 

 

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