EXÍLIO ESPONTÂNEO GRAÇA FONTIS: POEMA/PINTURA @@@@



A via expressa vibra
Acima, o céu dourado e angelical
Rostos tensos respiram alívio
Com gestos simples de triste prazer.
Há uma fina alegria melancólica
Paira por onde o Sol se esconde
Nesse final de tarde instando o ar divino
E suas pretensões
Uma, são simbólicas rutilâncias em declínio
Outra, o representativo ritmo do sino
A insinuar pressa a lenta calma da hora
Na chuva de descanso a movê-los
Em seus assentos luzentes
E marchetados de soberania.
Estímulo à simplicidade de caráter permanente
Aos viventes de dois tempos, dois mundos
Com suas razões em grave desordem
Inda à espera do tão pequeno
E frágil poder de Renovação
Aos últimos instantes da claridade
E sua eterna representividade
A conferir o perpétuo passado invasor
E suas temidas reticências
Tido então, o pódio da pré-reflexividade
Entre ganhos e perdas às vitórias não alcançadas
Antes que as palavras encimadas por tensões
Pelas vias perpendiculares e breves
Atrevam-se
Desfaçam o colorido da respeitável fachada barroca
E o brilho do ESPONTÂNEO EXILADO
Enquanto acesos olhos esparramam-se
pelo teto
Á espera do próximo bocejo
Num consagrado pensar modesto
Ao invocar um arrebatador e vasto sono
Dentre tríade de sonhos
Aos lugares mais inusitados, remotos
Ali ficarão
Encarcerados no seio dormitante
Cujos eventos mentais borbulham
Resplendem o verniz das coisas
Nunca vistos por outros olhos.
Via essa em que o óbvio se apresenta,
Vinca-se no hiato
Entre tudo e o que há de ser visto.
Penetra de forma mais aguda, profunda
Assentado onde a conscientização é mais sentida
Nesse lugar, nesse "Universo"
Extraordinariamente complexo
O mais luminoso para que os pensamentos
se ajuntem
Em um glorioso concílio...
Se acham
Se entrelaçam
Se entendem!
Inclinam-se ao propósito do dia mais comprido
E nada temem.
Graça Fontis
Rio de Janeiro, 19/04/2021

 

Comentários