Sonia Gonçalves ESCRITORA POETISA E CRITICA LITERÁRIA APRECIA A SÁTIRA POÉTICA Descampados dos Dungas e Solimões @@@



Perfeito Manoel Ferreira Neto
o amor sempre deveria protagonizar a vida, deveríamos carregá-lo em odres cheios, em cântaros floridos transbordando. Tão sério tudo que relata e descreve em minúcias com o seu dom inerente. Texto satírico? Eu diria muito verídico, pois é isso o mundo que vivemos, o que é valorizado hoje? Imagens, tens razão, que culto mais ridículo à escultura que nem a própria mortalha pode escolher, quer dizer atualmente nem sem escolha, vai é pelado mesmo, pois é, estamos vendo esse culto à escultura, às imagens, adorações a falsos intelectos e instantâneas celebridades, você notou, ninguém mais conhece os lábios de ninguém? Homens e mulheres é real ou é preenchimento e as sobrancelhas e outras partes materiais efêmeras. Mas isso a gente releva "os narcísicos" né?...Agora falta de ética, de caráter, ah isso não dá. Só se investiga hoje quem roubou um churrasquinho de gato, uma manta de bacon no supermercado, mas quem furtou um barco... Quem furtou vacinas, Xá pra lá...Sua sátira está perfeita, nos exemplos, no tempo do verbo divino, na cúpula das igrejas que desbotam vazias, sua referências aos pasquins inimagináveis desses jornalecos, está perfeita, suas colocações e comparações, mortes e sepulturas, entrevistas televisivas, fama, fortuna, tudo gira em torno desse jogo de interesses, dessa gana que toma "os donos do mundo", responsáveis por mortes de muitos, pelos corpos ocultos de outros, pelas almas puras ceifadas, ou mesmo por tantas outras burras corrompidas. Parabéns amei a leitura da sua sátira, beijo no seu coração e outro no da Graça.LUZ!!!
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RESPOSTA À APRECIAÇÃO SUPRA
A amplitude das coisas se fez presente, abarcou a face do mundo hodierno, mas me inspirei em coisas reais, caráter e personalidade os mais escusos e viperinos, só re-arranjei a ideia, criei a Metáfora Descampado dos Dungas e Solimões para despistar. Jurei de pés juntos: "Aguarde e um dia a canalhice e canguinchice de todos desta família estarão expostas ao mundo". A jura está cumprida. Vá a Curvelo, Soninha Son,
Sonia Gonçalves
, e descobrirá a realidade desta sátira, não terá de investigar muito. Beijos nossos, querida, e tudo do melhor para você.
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DESCAMPADO DOS DUNGAS DE SOLIMÕES
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA POÉTICA
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“Não bastasse o profeta
Se vingar do futuro...”,
O pastor excomungar
A miséria pretérita,
Penou de dor e sofrimento,
Humilhações e ofensas,
Verteu lágrimas ardentes
De tristeza e mágoa,
Por tantas discriminações e preconceitos,
A Bíblia legou-lhe bufunfas gordas,
As algibeiras da dignidade e honra
In totum vazias,
Em estado de ruinância..
A Igreja Católica
Legar-lhe-ia o título de Bispo...
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Deixo fluir em versos
A morte que nomeia
Substantivos de um só gênero,
O eterno substantiva verbos
Que apresentam defeitos inconcebíveis
De moral e ética.
Deixo vivenciar a esperança
De os mistérios da vida saberem
E com-pre-{end}-erem suas razões.
Declaro-me, sem a oratória indecente das Hipocrisias, discurso lógico das falsidades,
Palestra científica das luxúrias,
Paixões excedentes,
Entrevistas televisivas da fama e do sucesso,
Glórias por excelência,
Obstinadamente apaixonado pelo ser humano
Por suas aparências,
Nadas obtusos escondidos
Nas obtusidades do vão da porta
Para o descampado dos Dungas de Solimões,
Para a grota dos Soares e Santos,
Suarizando as efígies em carros alegóricos,
Nas paixões de sextas-feiras pagãs,
Onde reinam solenes as mazelas do caráter,
Os chiliques da personalidade caguincha,
Pasquim algum jamais imaginara
Em domínio público,
Se teria coragem de imprimir no tablóide,
Isto é de questionar, investigar a rigor,
Não se deve tocar em Ninho de Vespa...
Nesta cumbuca encontro prazer e alegria,
Nela enfio a mão, o ante-braço até o cotovelo,
Anestésico para tantos sarcasmos e ironias,
O cinismo fique a critério dos braços,
A sátira habite no coração das virtudes...
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Como o amor é espírito, é éter, é Deus vivo,
O desafio de viver tem cheiro de guerra,
Tem catinga de morte,
Tem odor de decomposição,
Tem fedentina de carniça
Deposta da sepultura,
Ou resgatada de Paris do século XVIII,
Tem imagem de peças de ossos,
Cinzas misturadas à terra...
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Quando o fraco não protagoniza a vida,
A vida protagoniza a morte,
Quando o forte de alma e espírito
Não co-protagoniza o ser no desafio,
O poeta vive
Como o amor vive na loucura
e protagoniza a ec-sistência.
RIO DE JANEIRO(RJ), 12 DE ABRIL DE 2021, 11:09 A.M.

 

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