**ALMA SENSÍVEL DE CINTILÂNCIAS** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@@


Re-fazendo as criações,

Fantasias, quimeras, ilusões,

Tempo de re-criar

Nas esperanças do ser perdido

O verbo do verso desejar,

O verso do verbo sonhar,

Lírica, melodia,

Dizendo o quem da raiz

Do sou de mim

Habita a alma

Que con-templa

A continuidade do

Verbo “Ser”.

A lua inspira o brilho da terra,

A chama pungente das ilusões,

Transliteralizadas de imagens

Nas perspectivas do vir-a-ser;

Diz-me, comunica-me

A solidão dos tempos,

A carência dos homens,

O sensível espiritual,

Desejando o cristal

Trabalhado pelas mãos

Que se tocam

Em comunhão,

Ironizando o diamante

Que risca o éter,

Mostrando-lhe o espaço

Por onde passar

E ridicularizar

A vaidade, orgulho

Do “não” eterno.

Amor, carinho, amizade

Re-velam-se plenos,

Sinto as margens das águas

Trans-cenderem o rio

Que passa de por baixo

Da ponte,

E segue a trajetória

Através do sem-fim

De travessias,

Passagens.

Início de inverno...

A estrela pisca, brilhando,

Brilha, piscando,

Da estrofe secular do infinito,

prelúdios do amanhã,

amplia e multiplica as magias das conquistas,

qual tocha,

que entre sorrelfas e idílios acesa,

espalha, amplia palavra e sentido

do Verso único

do Verbo milenar,

da Sílaba solitária,

da palavra pró-nunciada

na euforia, ênfase

do simples desejo de amar,

entregar-me inteiro e pleno,

onde registrarão a passagem

do grito de amor e felicidade,

às notas do Danúbio Azul,

quando ressoarão de lágrimas

os temas dos desejos,

buscas.

Con-templo-a nos sentimentos

Que me inspiram a sede do saber,

A fome de conhecer

As esperanças do ser;

À soleira do tabernáculo do sol

estende luz resplandecente,

espalha raios florescentes;

A vida é chama

- onde o vasto céu,

longínquo infinito

re-velarão a plen-itude

do amor e felicidade?

onde a chama das vontades

de conhecimento da vida e ec-sistir

queimará a lenha das hipocrisias,

farsas humanas,

aparências e falsidades individuais,

o mundo se tornará o paraíso

de lírios brancos e crisântemos?

Canto a canção da vida,

na própria luz consumida

- onde as luzes das esperanças

incidirão de glória e louvor

as estrelas contingentes

do encontro do bem, alegria,

assim ouvindo a música

dos raios brilhantes,

a lírica de beleza

romântica, sensível?

A folha em branco

saboreia a gota de orvalho

que se expande no silêncio das linhas retas,

à espera de letras e sentidos,

sentimentos e emoções,

verdades e in-verdades,

fantasias e quimeras,

sonhos do verbo amar,

utopia do espírito

nas orlas marítimas cariocas,

que as preencham de fé

- onde escreverei a última palavra,

no espírito a paz de quem cumpriu a missão

de no branco da página

a-nunciar a querência de outras verdades,

novas esperanças,

amor sublime e eterno

à Vida?

O uni-verso é pequeno

diante da relíquia amontoada

pelo tempo.

Dócil, terna alma tem o amor

- é fonte de paz,

Que sente o badalar dos sinos

E re-veste de fé a liberdade uni-versal;

É a-nuncio de esperança,

Que sente o trinar dos pássaros

E re-veste de felicidade

O tempo de querências,

Desejos, vontades –

O meu brinquedo é a imagem,

O meu sonho agradece as orações

Adverbiais temporais,

As preces substantivadas,

A vida é exígua

E envolve-a o sem-paliativo,

Sem remédio,

Embora a promessa sempre

Manifesta e real

Da verdade do sem-tempo,

Sem-alternativa.

As rosas do jardim não conhecem

As nuvens brancas e azuis

Do céu escancarado

A todos os In-finitos.

À melancolia

Não teço palavras,

Não musicalizo sons,

Não ritmo líricas,

Sinto latente no peito

A magia da canção,

O belo e esplendoroso da balada,

Na oculta margem

Onde os lírios frios crescem,

Embelezam poucochito mais

A natureza,

As águas do rio não sabem

Onde é o dia,

Onde o decorrer dos segundos, minutos,

Onde o per-curso e de-curso

Dos ponteiros do relógio

A pontuarem as horas,

Desde a aurora ao crepúsculo,

Desde a noite à madrugada,

Quando a sinfonia do canto dos galos

Ópera das corujas

Se fazem presentes;

Não sou o único verso

A con-templar o abandono do sol

Nem a solidão de olhar pérfido

A vislumbrar a chegada

Das estrelas e da lua,

Do brilho e resplendor,

Da luz e esplendidade do a-núncio do ser,

Cobrindo com seu sudário

De brilho e resplendor

O descanso dos homens;

Coração de êxtases e belezas dos verbos,

Aroma de liberdade, perfume de amor e solidariedade,

Sob as pers dos tempos dos temas temporais e intemporais,

O ser outro à luz da verdade do espírito.

Travessia da con-tingência à trans-cendência

Do olvidado ao que será inesquecível

Das pers do outro que em mim per-cursa, in-cursa, de-cursa,

Da pectiva do convexo re-fletida no tempo do olhar.

No nítido patamar do pálido crepúsculo,

No cristalino pico da radiante aurora,

Os pensamentos voltados às compreensões e entendimentos

Dos sofrimentos e dores da alma, do olhar à distância,

empreender a viagem desde que possa ver a Vida,

des-lumbrar os mitos da gênese e do mundo.

Olhar sereno aos outroras

Do devaneio reduzido ao nada dos confins,

Às arribas do obtuso,

Do vivido,

Á sorrelfa do sofrido e dores pujantes,

Esperanças simples

Das fantasias re-criadas

À luz das nuvens brancas

Perpassando à distância

Os caprichos da imaginação,

As nuvens azuis se distanciando

No tempo do in-finito,

As nuvens brancas se aproximando

No espírito das perspectivas do além,

No além das dimensões do espírito,

Kairos da divindade, divin-idade,

Da criação e a-nunciação

De outras imagens

Do ser e do belo,

Entre-linhas e além-linhas

Da perpétua e perene

Estesia,

Da consciência da estética,

Ética,

Na ontologia da temporalidade,

a-temporais princípios

do ser e nada,

o céu cinza se aproximando

no uni-verso do imemorial,

tempo do con-{t}-ingencial,

con-{t}-ingenciário,

da literaliz-ação e literal-idade,

mesmo trans-literalidade,

trans-litteris do verso-Uno,

do verso-Verso,

dos movimentos na memória

do ontem antes de quaisquer ontens,

atitudes na lembrança

de outrora antes de qualquer primev-idade

da eternidade,

ações na recordação

dos tempos nas situações e circunstâncias

da roda-viva dos projetos do ser-Uno, ser-Verso,

do Uno-Verso

aderido, comungado

do Verbo-Defectivo

das conjugações

do outro-eu.

O poético e suave

À luz das re-flexões do instante aqui,

Do momento lá,

Obter a res-posta na posição vertical

das entre-linhas dos juízos puros,

sensibilidade imperfeita,

razões poéticas,

intuições,

transbordado o coração de êxtases,

estesias dos verbos,

lídimos desejos de outro ser

nas ad-jacências,

re-ticências... do eu,

do ser outro que se abre à luz

da verdade,

à sombra serena e tranquila

do amor,

princípios morais e éticos,

que abrem às escancaras

as visões-[da]-vida

do espírito,

à con-{s}-ciência-[de]-mundo

dos olhos que ob-servam,

da sensibilidade que filtra a verdade do visto,

a visão do des-conhecido e dos mistérios,

a inteligência que re-colhe, a-colhe

o que lhe servirá como passos

dentro de outros passos, dentro de outros passos,

virtudes do amor e da cáritas,

que sensibiliza e con-sente

a felicidade,

permite o bem-estar,

o sou de minhas situações e circunstâncias,

mesmo que as imperfeições e erros

isso não me autorizem,

que re-fazem

as possibilidades de outros versos

à soleira das melodias e ritmos

da conjugação “sou-somos”,

koinonia do “eu-outro”,

“sou-somos” “eu-outro”,

in-verdades do quotidiano

vivenciário,

vivencial,

histórico,

historial.

Consciência-estética-ética

íntegra e real,

imanência das sensações

livres, espontâneas,

a subjetividade aos raios de sol

Transcendendo-se

Aos prelúdios de outros projetos,

Ideais,

Sem rimar águas com fráguas,

Ritmar rios com calafrios,

Melodizar travessia com fantasia de estesia

Frente à surpresa,

Musicalizar veredas de nonada

Com caminhos de fadas

Do nonsense,

Do divino na tese do ser-Uno,

Da divin-idade na antítese do Verso,

Da Imperfeição na Síntese

Uno-Verso.

RIO DE JANEIRO(RJ), 19 DE ABRIL DE 2021, 10:21 a.m.

 

 


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