DESEJOS LELÉS DE CUCA CARENTE DE SENSAÇÃO DE FRAQUEZA GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ####



Epigrafes:

“...Cumplicente às poeiras do tempo
Isto é, deslizando nas loucuras desse mundo
Que nos agarra no transcurso curioso
De cogitações as possibilidades
Simplificadas do pensar
Ao tangenciar prata e ouro...” (Graça Fontis in: AZ-VIANDO CAMINHOS)
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“... draga a soberba da razão ou jaz em paz
Já que a mesma gerou o pecado original...” (Sonia Gonçalves, in CONTRA SAUDADE)
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Sentimentos fluindo livres e soltos à luz de sonhos, emoções re-velando à sorrelfa cristalina de desejos lelés de uma cuca carente de sensação de fraqueza, de debilidade e abatimento, volos do sublime em que, solsticiados pelos ideais do eterno, a beleza solicita do belo o in-fin-itivo sin-estésico do verbo uni-versal do tempo, o gerúndio linguístico da poiésis do ser, o particípio semântico da verdade do além, solicitação eivada de cordiais, eidéticas esperanças da imperfeição-perfeita do perpétuo re-fletido no espelho erudito e clássico da utopia do in-finito que trans-cende os dogmas e preceitos divinos da paz perene, descanso das contingências do absurdo e náusea... “Cumplicente às poeiras do tempo/Isto é, deslizando nas loucuras desse mundo/Que nos agarra no transcurso curioso
De cogitações as possibilidades
Simplificadas do pensar
Ao tangenciar prata e ouro.”
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Liames do in-audito e silêncio - e não é que o verbo é o eidos do sonho da esperança de re-velar a sensibilidade do ser, a subjetividade do tempo?!, e também não é que a razão é ilógica, quando enovela o nada vazio de preâmbulos e o vazio de nada de epígrafes a preencher os lapsos do bom-senso?! - pres-{ent}-ificando os ex-tases e volúpias do vir-a-ser de outras dimensões sensíveis, de outros olhares que comem os horizontes sarapalhados ao redor do espaço com o lince invisível do visível das vontades da plen-itude da verdade, riste da língua desvairada de pedras professando as des-ilusões do eterno engendrado às eternidades do passageiro, e ainda sentem o sabor trans-cendente do prazer e gozo do sublime, a alma em seu instante de lazer vislumbra nos terrenos baldios de outroras re-feitos de quimeras e fantasias o vale de panoramas e paisagens que se esplendem insustentáveis de leveza aos recônditos abissais do tempo, em cujos movimentos de passagens e travessias habitam versos, re-versos, in-versos, inter-ditos, além-ditos da vida-ampulheta da poesia-existência que per-corre, per-cursa, de-cursa, de-corre as sendas e veredas das metafísicas do encontro e des-encontro do verbo in-trans-itivo da perfeição-imperfeita do espírito, em cuja luz contínua de cintilâncias, brilhos moram a eterna sensibilidade e subjetividade do **thelos** e **nous** do vernáculo linguístico e semântico da esperança que abre os braços aos sonhos, re-colhendo e a-colhendo os seus desejos e vontades da compl-etude do ser, colhendo da cuca lelé os despautérios e lerdices do pensamento para compreender o sentido nítido do adágio “o lelé da cuca é abrigo na caverna das bestiais razões abissais da origem e do fim” e o lelé-da-cuca é o egrégio re-presentante da re-presentância que re-presenta as esquisitices do pensamento desvairado e as idéias desmioladas de quaisquer absintos de regências do engastanhar, engastanhar com as coisas ou engastanhar às coisas o que representa o outro lado da moeda ou a cara-metade da alma pura, que regência é a mais apropriada para papirar as moléstias do vazio psíquico que estabelecem à posteridade o ser pirado é fruto mais que plausível para quem anseia verbalizar o auto-retrato da espécime humana, porque em suas fontes de contra-senso e sarcasmo são vistas pela língua que amplia os horizontes e prismas do invisível visível do desequilíbrio tal que nelas reluzem, nas fontes, vale ressaltar e sublinhar com esmero e acuidade, enviam ao coração mensagens cricris de ausências e lapsos de memória, que crescem e se tornam vertigens do nada saboreando as delícias de chover faíscas de fogo, animadas de um espírito disperso que é criador de toda mente des-conectada, rompendo como trovão os inatos vícios que tornam alguém símbolo, signo, metáfora de todas as idéias que giram ao re-verso, in-verso do rabicho suíno que é da esquerda para a direita, isto quando deita e rola nas suas próprias fezes, sujo até nos instintos... isto não é a significância que significa que, quanto mais se cria eufemismo para envelar a desumanidade em afirmar que alguém é louco de pedra, mais as portas do sarcasmo e da ironia se abrem para os risos da condição humana ser motivo de piadas as mais ad-versas?, porque infelizmente desde as suas origens se engastanhou na amplitude da visão da língua de que a única forma de demonstrar o homem, só através das asnadas pode atingir o cume de suas verdades bestializadas que residem no lume das birutices e cucas lelés que dragam “... a soberba da razão” ou jazem “em paz já que a mesma gerou o pecado original.”
RIO DE JANEIRO(RJ), 25 DE ABRIL DE 2021, 13:34 p.m.

 

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